30/09/2007

Useful Links - Part II

No seguimento de um serviço já prestado à comunidade no âmbito de alojamento e burocracias em Paris, venho completar os links de informações que poderão considerar úteis vivendo nesta bela cidade luz! Ainda nesta temática aconselho a visita a http://www.fnak.fr/ para complementar alguma informação já disponibilizada em http://moraiscaldas.blogspot.com/2007/02/useful-links-to-renting-in-paris-and.html


Para estar sempre em cima do acontecimento, culturalmente falando, nada como o principal site de referência http://www.paris.fr/, o mais completo e friendly user que conheço. Existem, no entanto, outros, a saber:


Para os amantes de concertos e cinema podem consultar


Para sair à noite a escolha é interminável, mas aqui ficam algumas sugestões:


Algumas sugestões de restaurantes em http://www.parisat.fr/ou, para acontecimentos mais chiques e carteiras recheadas, http://www.kong.fr/, http://www.danslenoir.fr/, http://www.lesautduloup.com/ ou http://www.lechaletdesiles.net/


Para transportes em Paris e França recomendo, respectivamente, http://www.ratp.fr/, onde encontram todas as informações sobre horários, preços e possibilidades de deslocação, e http://www.voyages-sncf.fr/, link muito completo com motor de pesquisa de combóios (o que mais procuro neste site, tgvs e comboios dentro de frança e até Bruxelas ou Londres), aviões, alojamento, etc., dentro de França e para fora. Para os amantes do ar livre, Paris tem à disposição bicicletas para alugar a partir de 1€ por dia - mais informações em http://www.velib.paris.fr/.

Low cost
Existe uma lista interminável de companhias que voam a partir de Paris. O melhor mesmo é utilizar os motores de pesquisa mais comuns, nomeadamente:

Sugiro mesmo que pesquisem nos vários sites uma vez que nem todos cobrem as mesmas companhias. e que procurem depois no site da companhia mais barata pois às vezes podem ter alguma promoção ou outros horários que não constem nesses motores de pesquisa...
Para consulta de horários de chegadas e partidas e respectivos terminais, bem como desloção até ao mesmo ou a partir de lá, nada melhor que http://www.aeroportsdeparis.fr/ADP/fr-fr/Passagers/


Finalmente, tempo em http://www.weather.com/ e algumas fotos para se deixarem tentar por Paris em http://www.davidphenry.com/Paris/!

28/09/2007

Retorno a Praga, a cidade no top 4 mais bonita do mundo!

Tardou o post mas chegou, muita informação para digerir! Tenho estado doente e a recuperação vai deixar algumas sequelas...resultado de uma caminhada de mais de 1h30, noturna, do centro de Paris até minha casa! Posso dizer que está frio por estas bandas e que ataques de estupidez como este não se vão voltar a suceder!
Antes de passar à viagem propriamente dita requer aqui um pequeno momento para registar os dias antes da partida para Praga! Resumem-se essencialmente a gastronomia, experimentei um barbecue coreano com o Ricardo, que recomendo, voltei a testar os dotes culinários num jantar em casa do Eliseu, e tive uma experiência inovadora no restaurante Dans Le Noir! Para quem não conhece o conceito, recria-se uma refeição pelos olhos de um cego, ou seja, na escuridão total! Somos guiados por pessoas cegas dentro da sala, onde nos sentam de uma forma um pouco comercial, uns em cima dos outros, e para onde somos proíbidos de levar qualquer fonte de luz como telemóvel ou relógios! Adaptei-me muito bem e comecei logo a servir bebidas e a organziar a comida no prato, mas o Ricardo não se sentiu muito bem e tivémos que sair a meio, para acabar a nossa refeição no Lounge! Acabou talvez por ser melhor, ficámos com a experiência na mesma e ainda disfrutámos de uma refeição mais calma e de dois jogos de xadrez onde, claro está, GANHEI!! A caminho de casa ainda parámos num café marroquino e bebemos um chá de menta intercalado com um cachimbo, num sítio que não ficou muito a dever à música, altíssima, e à tentativa de nos aldrabarem!


Jeudi, le 20 septembre
Como não podia deixar de ser a viagem não começou tranquilamente...atrasei-me a acabar umas coisas no trabalho e corri para o aeroporto. O vôo estava marcado para as 18h45 e cheguei lá as 18h20, convencida que não ia embarcar e depois de lutar com as máquinas todas para me deixarem sair do metro uma vez que não tinha bilhete...surpresa, o check in estava aberto e o vôo atrasado! Não me souberam dar a previsão da nova hora, e deixaram-nos assim à espera, na porta de embarque, sem recurso a nenhum balcão da companhia. Deveríamos ter direito a bebida e sandwich, mas no bar só nos davam uma delas. Quando finalmente embarcámos nos autocarros ficámos parados em frente ao avião, fechados e sem informações, mais uma vez, porque alguém se tinha trancado na casa de banho e não queria sair de lá! Se sabiam que não íamos poder embarcar não devíamos estar no autocarro, mas enfim...cheguei a Praga e tentei apresentar reclamação mas abandonei a ideia quando vi a fila. Já era tarde e o dia seguinte era de trabalho para a Tânia, que tão simpaticamente me recebeu no - verdadeiro! - palácio dela, e optei por apanhar o primeiro táxi que vi! Pôr alguma conversa em dia e foi o tempo de vestir o pijama e dormir...


Vendredi, le 21 septembre
Acordei um pouco mais tarde e depois de tomado banho e pequeno almoço reparei que...estava trancada em casa! Lá teve que vir a pobre da Tânia do trabalho para me abrir a porta e aproveitámos para almoçar em casa. O dia estava óptimo, céu azul e calor para andar de t-shirt! Apanhei o autocarro e desci no centro, perto do rio, como faria todos os dias. Comecei pela Praça velha do relógio, onde vi o bater das horas tão famoso, e decidi-me a seguir um percurso indicado num mapa de circuitos de bicicleta. Levou-me à outra margem, a um dos ponto mais altos da cidade e de onde apreciei uma boa vista, depois de subir dezenas de degraus, e continuei depois por fora dos jardins do palácio real, que estavam fechados naquele dia. Voltei ao castelo, onde me desiludi com o facto de agora ser tudo pago - pelo que me explicaram, tem a ver com a altura do ano! Desci e enquanto procurava a igreja de São Nicolau e uma rua de lojas de que me lembrava como se fosse ontem, descobri os jardins de Wallenstein (?), que atravessei. Encontrei depois não só as lojas, que parece que se multiplicaram, mas também fui dar direitinha ao famoso restaurante medieval onde almçámos, eu, Isabel, João e Renato, quando lá estivémos há 4 anos! Nova desilusão com a Ponte Carlos, que naquela margem está em obras e lhe tira parte da grandiosidade e impacto de que me lembrava! Continuei à beira rio daquele lado, passei por novos jardins e cafés com ar muito convidativo e que, pensei eu, iria aproveitar mais tarde, e atravessei depois a ponte em frente ao teatro nacional, edifício lindo e ponto de encontro com a Tânia. Apesar do calorzinho fomos ao chocolate quente do café Louvre ali ao lado mas ficámo-nos pelos waffles! Deambulámos ainda um pouco pelo centro não tão turístico, enquanto tentávamos comprar iogurtes e uma escova de dentes para mim - tarefa que à partida pode parecer muito simples mas que tem o seu grau de complexidade quando ali decidem separar as lojas por especialidades, de forma que tivémos que ir a dois sítios para comprar o que precisávamos! Deixámos as coisas em casa e o Diogo, que já havia chegado da sua aldeia, veio buscar-nos de carro - que luxo! - e fomos conhecer a mansão do Miguel, que vive sozinho num T1 que só consigo imaginar em sonhos em Paris! Aquelas áreas, aquelas condições...enfim, não é para todos! :D
O jantar estava marcado no Lemon Leaf. Começámos por ser 12 mas o Ângelo estava atrasado a vir da sua cidade, o Ricardo Pinho e dois amigos ainda não tinham chegado à fronteira da Polónia, o Ricardo só chegava de Paris por volta das 23h30 e outros amigos deles não podiam ir jantar...resultado, éramos apenas 4 a debater-nos com as nossas consciências: ligar a desmarcar, avisar que só íamos 4, ou aparecer e fingir que não tínhamos reserva? Optámos pela última e fartámo-nos de rir connosco próprios quando, ao pedirmos para juntarem uma mesa para amigos de que estávamos à espera, nos responderam que aguardavam um grupo de 12 e não tinham mais mesas! Tudo está bem quando acaba bem e o Ângelo chegou e ainda jantou, e ainda se juntou mais um casal amigo à nossa mesa...Ficámos também a saber que os checos não têm a tradição de bater na madeira para afastar algum mau pensamento, por acharem que é algo que tem uma duração muito limitada, mas preferem bater em algo menos efémero como os dentes ou o metal! Os Ricardos chegaram à mesma hora, depois de confusões com táxis e trams, e fomos conhecer um bar ali próximo, numa cave. O Ricardo estava com fome e fui com ele jantar e pôr a conversa em dia. O cansaço falou mais alto e fomos os dois, de táxi, para casa da Tânia - agora já tinha chave, não ia voltar a ficar trancada, desta feita do lado de fora! - enquanto os restantes foram a pé para uma discoteca e, ao que consta, bateram com o nariz na porta!

Samedi, le 22 septembre
Mais um dia de sol radioso! Era a primeira vez do Ricardo na cidade e fiz questão de lhe traçar um bom percurso. Ficou encantado com a praça velha, e também eu me deliciei uma vez com todos os edifícios, que parecem autênticas obras de arte, cada um deles! Todas as ruas são uma descoberta nova e podíamos perder ali horas! Tomámos o pequeno almoço na casa cubista aconselhada pelo Miguel e Tânia, que bela surpresa! Na varanda a apanhar sol, croissants, ovos com bacon e chá! Não podia ter pedido mais! Repetimos o trajecto do dia anterior, subindo ao ponto alto da cidade com várias paragens nas escadas - o dia ia ser mais vivido do que corrido a picar ponto em todas as atracções! - e atravessámos os jardins do palácio real, hoje já abertos. Continuámos até à Loreta, enfiada numa povoação que faz lembrar as aldeias mais catitas do interior de Portugal, e vimos à distância o mosteiro. Almoçámos a correr e visitámos o castelo, incluindo a única igreja de entrada gratuita mas onde já não pudémos subir à torre pois fechava dois minutos antes da hora a que chegámos... dizem que é das vistas mais bonitas da cidade, fiquei-me pelas fotos! A 1h30 do fecho do castelo comprámos bilhete para o trajecto curto e perdemo-nos nas ruelas de casinhas antigas, que são agora todas lojas! Visitámos ainda o palácio e uma igreja e passeámos pelos jardins. Voltámos à rua das lojas, uma vez que os jardins de Wallenstein estavam a fechar e a igreja de São Nicolau já tinha fechado também as portas. Atravessámos a ponte Carlos com o pôr do sol, cheia de gente como sempre e ainda com bancas ambulantes, e onde o Ricardo se perdeu em fotografias e onde fizémos uma longa pausa para admirar a noite a cair, os monumentos iluminados, o passar dos barcos, o subir do balão, sermos presenteados por uma dos milhares de gaivota que sobrevoavam a zona e para falar de coisas que determinariam o rumo de outras! Pusémo-nos a caminho de casa do Miguel a pé, inconscientes da distância, e a meio apanhámos um táxi, que nos deixou na rua errada - culpa minha, que aqueles nomes são esquisitos! A caminho ainda passámos no Dancing Building e vimos algumas cenas caricatas de danças na rua à beira rio. Jantámos Chez Papa, carne de qualidade acompanhada de vinho da América do Sul, e descemos depois os Champs Elysées do sítio - ou a Avenida dos Aliados, no Porto, para alguns -, coroados por um edifício imponente que julgo que seria a câmara. Desembocámos no centro, num bar fashion, mas a hora ia avançada para aqueles que tinham passado o dia a passear, para além de que o Ricardo estava a ficar doente, e voltámos para casa mais cedo.

Dimanche, le 23 septembre
A metereologia estava do nosso lado e o sol acompanhou-nos o dia todo novamente!! A manhã - que começou com um pequeno almoço em estilo no café associado a uma modelo da Elle, como nos lembra constantemente a decoração com figuras conhecidas pelas paredes - foi dedicada ao bairro judeu: ao impressionante cemitério que alberga num espaço mínimo e em 12 camadas séculos de judeus, que estavam confinados aquele pequeno espaço de terra; ao museu à saída; às mesquitas, ambas exuberantes. "Voámos" depois, o Ricardo um bocado a arrastar-se possivelmente com febre, para a outra ponta da cidade, sugestão do Ricardo Pinho que já tinha lá feito Erasmus, e passeámo-nos pelo Vysehrad, pelas muralhas de onde apreciámos uma vista belíssima, e pelos jardins, cemitério e Igreja. Regressámos ao centro e a caminho do World Press Photo temi o pior...o meu casaco preto preferido tinha desaparecido, de modo que voltámos para trás recriando todo o percurso quando eu tinha a certeza de onde ele teria caído, suspeita que se veio a confirmar - tinham-no guardado num café de esquina! Ganho o dia fomos então ver a exposição que ficou um pouco aquém das expectativas, pela dimensão, qualidade e variedade...de qualquer forma impressionante! Falhámos a despedida do Ricardo Pinho, que tinha que regressar à Polónia, e não voltei a ver o Diogo e o Miguel, e a Tânia apenas de passagem, quando mais tarde, de pézinhos mansos, entrou na sala para deixar o número dos táxis. A nossa visita turística ainda nos levou a conhecer uma loja de artesanato girísima, e ao cimo da torre numa das pontas da ponte Carlos. O jantar, após muito escolha e de nos termos tentado por uns restaurantes supostamente típicos numa avenida à beira rio, meio escondidos, foi debaixo da ponte, literalmente, à luz de velas e enrolados em mantas. Ia fechar daí a um mês, pois a ponte vai ficar ainda mais em obras! Guerra para encontrar um táxi que nos levasse a casa por um preço justo - incrível a discrepância de preços entre os vários táxis! - e tivémos mesmo que pedir a um para nos levar à polícia pois o taxímetro corria, não andava! Preparar as malas e acabar de ler o Harry Potter, finalmente, e deitar-me durante um par de horas...

Lundi, le 24 septembre
Chamar o táxi, às 4h30, para me levar ao aeroporto...outra odisseia contra o tempo, já que não tinha dinheiro e todas as máquinas rejeitavam os meus cartões até experimentar um com o malfadado chip...novo atraso no avião, já levaram com carta de reclamação pela falta de informação e forma como tinha sido tratada no vôo da vinda, e lá chego a Paris, com um frio e vento horríveis e início de aguaceiros...

Foi a minha segunda em Praga vez mas acho que não me importava de lá morar! O tempo ajudou, sem dúvida, mas é incrível a quantidade de coisas que Praga tem para ver e a forma como nada destoa, tudo está arranjado (ok, as estátuas da ponte Carlos e uma das fachadas do castelo estão completamente negras!) mas tudo está em perfeita harmonia e dá gosto deambular e deixar-se perder em cada ruela! Apesar de achar que estava tudo a ser comercialmente demasiado explorado (tudo se paga!) e haver muita coisa em obras, associo a cidade a uma outra viagem e pessoas que adoro - meu grupinho erasmus! -e também desta vez revi pessoas de quem gosto muito e que já não via há algum tempo (Diogo, um pouco mais cabeludo no que na altura em que partilhei casa e cama com ele em Coimbra - ups, isto não era paar dizer!, só havia uma cama de casal, nada de confusões! - e o Ricardo Pinho, de quem me aproximei bastante já no final e pós Curso de Gestão Internacional), para além de ter ficado a conhecer melhor a Tânia, óptima anfitriã, e o Miguel e o Ângelo, muito divertidos. Ficam ainda muito mais coisas para conhecer na cidade - os museus, a igreja de São Nicolau, a subida à torre do castelo, e tantas outras coisas! e a promessa de um terceiro regresso com mais calma e para aproveitar melhor as pessoas!

Ah, e para que conste o meu top 4, até agora, de cidades que mais gostei é, e não obedecendo a nenhuma ordem: Praga, Roma, Paris e Budapeste

24/09/2007

Dia 24 de Setembro parece estar amaldiçoado...

Sem entrar em grandes pormenores é já o segundo ano consecutivo que este dia me traz acontecimentos desagradáveis...um pequeno desabafo, num dia em que volta a chuva em força e parece que veio para ficar...melhores dias 24 virão! :D

18/09/2007

Um pouco de história...em Berlim! A primeira bomba que caiu em Berlim matou o único elefante do Jardim Zoológico... :(

A chegada ao aeroporto não foi fácil, porque não tínhamos dinheiro para pagar o táxi, os nossos cartões foram todos rejeitados e o condutor não nos queria deixar levantar dinheiro até saber se lhe íamos pagar o tempo de espera - que, obviamente, não pagámos. Pior ainda foi quando chegámos ao check in e o Gonçalo percebeu que não tinha o BI com ele e não pôde embarcar. Após considerar as várias hipóteses, decidimos que eu partia sozinha e o Gonçalo mudou o vôo para daí a 12h - sempre aproveitou para dormir um pouco!


Samedi, le 15 septembre
Assim que embarquei, na última fila que os lugares não eram marcados, pedi um copo de água que não tinha conseguido comprar pois ainda estava tudo fechado, encostei-me à janela e ferrei! Acordei estremunhada, vi um nevoeiro denso e pensei que havia turbulência a mais! Afinal era a aterragem e o nevoeiro apenas ilusão da janela embaciada e resultado das nuvens escuras que ameaçavam chuva...e em Paris que estava um tempo óptimo! Desorientada, pedi informações no aeroporto de como chegar ao centro nem sabia bem onde pois não tinha nenhuma morada e aproveitaram para me informar que havia greve e que o meu percurso teria que ser ligeiramente mais complicado que o normal e envolvia autocarro e metro e troca de linhas...chegada ao centro, por volta das 8h30, deparei-me com um deserto...ninguém na rua, tudo fechado e um vento frio penetrante! Dei várias voltas e perguntei na única livraria aberta onde podia consultar a internet...parece que havia um sítio na estação de metro! Lá voltei e encontrei a morada da pousada, estudei o meu percurso e para lá me dirigi...ninguém fala inglês e foi por gestos que uma senhora me explicou como chegar à rua que lhe mostrei no mapa. Na pousada implorei por um banho, para acordar, e demorei-me horas debaixo do chuveiro...que bem que soube! Deixada a mala para trás fui apanhar ar e decidir o programa daquele dia.

Optei por começar na praça Sony. O sol queria espreitar mas as nuvens eram teimosas e o vento apenas aumentou ao longo do dia até chegar a ser insuportável! Estavam claramente a montar algumas coisas naquele recinto enorme, onde a principal atracção é uma cúpula gigante onde debaixo se agregam empresas, restaurantes e afins. Visitei a loja de um museu e demorei-me em frente à Legolândia, que optei por não visitar - se o Gonçalo quisesse íamos lá no dia seguinte. Segui a pé depois para o centro, para o ponto de encontro da bike tour, grátis (conceito inovador, vive à base de gorjetas uma vez que acreditam que qualquer viajante, independentemente do seu orçamento, deve ter acesso a uma visita guiada de qualidade), esperando encontrar um McDonalds, Quick, Pizza Hut ou outro fast food familiar! Pelo caminho visitei uma exposição dos ursos da tolerância, onde se alinhavam vários bonecos pintados pelos vários países das Nações Unidas mas onde não existia um de Portugal, e uma loja de souvenires onde iria posteriormente comprar a minha caneca. Fiquei também a conhecer o Brandeburg Gate, a história viria depois (se bem que não sou muito boa a decorar pormenores!) e o memorial do holocausto! Chegada na hora H ao ponto de encontro da bike tour ainda oiço a piada do nosso guia, americano bem engraçado e experimentado naquelas lides, "a visita hoje podia ser em português, temos tantos brasileiros!" A verdade é que apresentámo-nos todos imediatamente e foram a minha boa companhia durante o resto do dia.

Montados nas nossas mega bicicletas, só com o travão de mão do lado direito, e de pés, que só me faz confusão, ouvimos várias aulas de história! Ficámos a saber que o cheiro nauseabundo que se fazia sentir por vezes se deve ao facto de Berlim estar assente num pântano, e que o maior edifício, a torre de Televisão, projectada e construída por alemães, teve uma mãozinha dos suecos pois era demasiado instável, com a sua bola panorâmica no topo...isto foi um grande golpe para o orgulho deles!

Na ilha dos museus explicou-nos que a catedral imponente que lá se encontra apenas tem 100 anos e foi construída devido ao devaneio de alguém que queria ser enterrado em algo grandioso!; Que o palácio que outrora existiu - do qual sobre uma pequena fachada integrada noutro edifício e que estão a pensar reconstruir integralmente - deu lugar, na época do comunismo, a instituições públicas alojadas em prédios que foram votados 7 anos seguidos como os edifícios mais feios do mundo e estão agora abandonados.

Já na Praça onde queimaram os livros contemplámos o memorial que lá se encontra, uma sala inviolável e vista a partir de uma janela no chão, dentro da qual, se olharmos de lado, vislumbramos prateleiras vazias suficientes para albergar os 20.000 livros queimados antes da II Guerra Mundial, como protesto contra os judeus, e de cima vemos apenas o nosso reflexo. Segundo nos explicou, o memorial apela à tolerância, onde a sala inviolável representa a história que não pode ser mudada, e o reflexo o presente, onde podemos ser mais tolerantes e não deixar que aquela situação se volte a repetir. Ainda nessa praça, e tapada por um gigantesco cartaz da Vodafone, existe uma igreja, e ao lado a 2ª Ópera construída na Europa e refeita duas vezes pelo Hitler, após dois bombardeamentos. Ao fundo vê-se ainda a actual faculdade, que serviu em tempos para o irmão do rei dar à luz um herdeiro para o trono, pois consta que o rei era gay (um pequeno parêntisis para relatar a história que o guia nos contou acerca deste rei, severamente castigado pelo pai em miúdo por preferir ópera e tocar flauta a praticar a arte da guerra, e obrigada a assistir ao fuzilamento do seu amigo com quem havia fugido). Existe ainda um edifíco em remodelação e que alberga hoje em dia a biblioteca da faculdade de Direito.

Passámos pela Praça do Conhecimento a caminho do CheckPoint Charlie, assim chamado devido ao alfabeto militar. Aqui podemos ainda ver os remanescentes de parte do Muro de Berlim, que consistia não numa mas em duas paredes separadas por uma língua de espaço que poucos conseguiram atravessar. A parede principal, para além de alta e construída do dia para a noite por 40.000 soldados russos, era ainda reforçada por uma lombada redonda tornando quase impossível uma escalada sem ajuda a outros recursos. Os alemães tentaram de tudo, desde cavar túneis, construir balões ou disfarçarem-se de vaca... Corre ainda a história de um senhor que, tendo sido separado pela muralha da namorada, encontrou alguém muito parecido, levou-a de férias ao lado leste e abandonou-a, ficando com os documentos através dos quais conseguiu trazer a sua namorada de volta ao outro lado. Eventualmente acabou por ser preso por obstrução à liberdade...irónico, não? Tudo o que vemos neste local apenas turístico é forjado, a placa de boas vindas ao lado americano e russo, a imagem dos soldados que, de costas um para o outro, olham respectivamente para o lado inimigo, e existem mesmo pessoas disfarçadas em vestes da época e que, a pedido - e mediante pagamento! - carimbam o passaporte com o visto de entrada.

O frio era agora insuportável e eu e os brasileiros ficávamos cada vez mais para trás, a fazer a nossa própria visita! Passámos por um mural representando os ideais do comunismo, onde toda a gente, feliz, trabalha para um fim comum, e logo a seguir por uma pequena piscina com uma imagem impressa no fundo, retratando a realidade da época, onde toda a gente se sentia miserável. Conhecemos o local onde antigamente estava o bunker do Hitler e onde ele se suicidou, logo após ter casado com a Eva Brown, e onde hoje em dia não existem vestígios por não quererem transformar o sítio em local de culto. Chegámos ao memorial do holocausto, onde fizémos uma pausa para café, casa de banho e compras. O memorial é composto por mais de 2.000 blocos de cimento a diferentes alturas do solo, formando um autêntico labririnto - não fosse vermos a saída de qualquer ponto onde estejamos!... O autor não deu grandes explicações sobre o significado daquela obra mas convida cada um a perder-se e explorar os seus sentimentos entre todas aquelas paredes...

Quase no final da volta que já ia em quase 3 horas, chegámos à Praça de Paris. Em tempos idos os franceses conquistaram Berlim e desfilaram por aquela zona. Ali comemoraram a queda do Muro de Berlim, por ser o local onde a separação dos muros era mais larga, e o Michael Jackson baloçou o seu filho da janela de um hotel de esquina. Todos os prédios são mais baixos que o Brandeburg Gate, cuja estátua no topo não é já a orginal mas uma adpatada aos tempos modernos e portadora de outros símbolos. Aqui será ainda a morada da nova embaixada dos EUA, em construção, e da actual de França.

Continuámos para o penúltimo ponto da visita, o Reichstag, à frente do qual ouvimos uma história sobre a subida e queda do poder de Hitler e do seu regime cujos pormenores não recordo. Sentados na relva, quase no pôr do sol, o frio começava a ser insustentável e o cansaço da directa evidente. A caminho do ponto de partida passámos pela terra de ninguém, zona graffitada e prédios de ocupas. Dadas as gorjetas e feitas as despedidas, eu, os brasileiros e uma americana fomos jantar a um restaurante ali ao lado, tailandês, coma à vontade por 6,50€, em cadeiras de baloiço, enrolados em mantas e aquecidos por aquecedores de pé a gás. Uma maravilha!!!

Despedimo-nos à porta do restaurante com planos de nos voltarmos a encontrar depois de eles irem buscar casacos a casa e eu, o Gonçalo à pousada. Lá fui eu, quanse sem olhar para o mapa que já me sentia quase à vontade no meio daqueles nomes e linhas, e encontrei o Gonçalo à minha espera, depois de ter vindo de táxi à boleia. A ideia era irmos todos fazer uma tour de photos by night, mas os brasileiros optaram por ir para um bar. Eu acompanhei o Gonçalo ao centro e pelo caminho fui-lhe explicando alguns dos factos que tinha sabido naquele dia pela boca do guia, e debati-me mais uma vez com a vontade de ficar e acompanhar o Gonçalo e com o convite dos brasileiros. O frio extremo e o cansaço falaram mais alto, afinal já estava a chegar às 40h non stop, e fiz uma bela caminhada até ao nosso quarto, que partilhávamos com uns quantos hóspedes...segundo o Gonçalo, apesar do cansaço falei com um que entrou a meio da noite, em inglês, para lhe pedir para abrir a janela, mesmo estando um frio de rachar!

Dimanche, le 16 septembre
Na manhã seguinte acordámos bem cedo para visitar o Reichstag por dentro. Parecia que tinha levado um coça, doía-me o corpo todo, pés inchados, a pele estava dorida do frio da noite anterior e das poucas horas de sono! Depois de um pequeno almoço reforçado juntámo-nos à fila já considerável e esperámos a nossa vez para subir ao topo daquele edifício e contemplar toda a cidade. A cúpula, completamente moderna e em contraste com o edifício de traços antigos, é impressionante e a vista vale a pena. Daí visitámos novamente o memorial do holocausto e entrámos no museu de tributo às vítimas, americano mas muito bem conseguido. A pé fomos até à praça Sony, a caminho da qual revisitámos a exposição dos ursos e a loja de souvenires. Deparámo-nos com uma enorme feira dedicada aos mais pequenos, de certeza um dia muito importante para eles! Havia fardos de palha para eles treparem, cabrinhas, piscinas de cereais, todo o tipo de barraquinhas de comida biológica onde se explicavam os princípios e vantagens de fabrico, tiro ao alvo, trabalhos manuais, pinturas faciais, etc., etc., etc...eu e o Gonçalo entrámos no espírito e fizémos uns bolinhos com as nossas próprias mãos que estavam óptimos, depois de cozidos no forno, comemos algodão doce e salsichas e perseguimos os bonecos da Legolândia, Nickelodeon e outros! Muito engraçado mesmo, acho que arranjava paciência para lá ficar o dia todo!

Mas não tínhamos todo o tempo do mundo e, ainda a pé, seguimos para o CheckPoint Charlie onde expliquei tudo o que sabia ao Gonçalo. Aproveitámos para ver tudo com mais calma, os restos da muralha, as imagens dos soldados. O ponto seguinte, já de metro, era o Wall Monument, onde ainda é conservado uma parte do Muro de Berlim, e a respectiva exposição com filmes da época muito interessantes mas que não pudémos ver até ao fim. Voltámos à tal zona sem lei, e entrámos no prédio com pior aspecto, onde as paredes não têm espaço para mais nenhum grafiti e onde os andares são, actualmente, ocupados por galerias de arte e um bar. Almoçámos uma vez mais no centro comercial da estação e continuámos pela praça onde queimaram os livros, até à ilha dos museus. Entrámos na Dom, que visitámos de cima a baixo ao som de um concerto, e dormimos a sesta merecida na relva, ao solinho. Vimos por fim a Rathaus e entrámos na tenda montada em frente, que albergava o típico restaurante da bavária! Tivéssemos sabido e teríamos almoçado ali e juntado a nossa caneca a tantas outras e as nossas vozes às da multidão. Prevenidos, desta vez optámos por ir cedo para o aeroporto e, de malas às costas, fizémo-nos ao caminho. Com mais de uma hora de tempo para queimar, o Gonçalo obrigou-se a comer uma salsicha até ao fim e eu tentei-me com o Cindy's Dinner...valeu-nos o Harry Potter e as palavras cruzadas para ajudar a passar a o ligeiro atraso do avião! Reflectindo na viagem, achei a cidade um pouco descaracterizda: vive muito da história actual e o facto de os edifícios terem sido todos reconstruídos recentemente dá a sensação que lhes rouba um pouco de história, despersonalizando-os. No entanto, é muito simpática e não fosse o frio, acolhedora! A culpa é das expectativas elevadas, já que tanta gente me tem dito que Berlim é a sua cidade preferida! Ah, e adorei os semáforos dos peões! :D

Paris recebeu-nos com uma noite quente! As nossas visitas, ainda em Paris, chegaram depois de nós, perto da 1h da manhã, e foi o tempo de marcar o táxi e dormir para repôr as horas em falta!

Já ligaram os aquecimentos nos transportes públicos...c'est bizarre! Mais c'est aussi vrai qu'il fait froid déjà! :D

Grande Rentrée 14/09!!

PARABÉNS ANTÓNIO!
Trabalhei em casa em pezinhos de lã para não acordar as visitas - levantaram-se às 15h!! Desde o princípio da semana que eu e o Gonçalo preparávamos uma pequena festa de rentrée das férias, e hoje era o grande dia! As ideias fervilhavam e após várias alterações e inscrições de última hora enviámos o email de convite e atribuição de compras! O tema, decidido meio a brincar, era a palhaçada, e não podia ter corrido melhor! Habituados a gerir o pouco espaço útil da casa fizémos algumas alterações na disposição dos móveis e rogámos para que a hora marcada não fosse cumprida...das 20h ditas passámos às 21h30, quando recebemos, eu com uma peruca amarela e o Gonçalo com nariz de palhaço e pela primeira vez na nossa casa, os primeiros convidados, o Diogo, Sofia e Teresinha, que correu a rebentar a maior parte dos balões espalhados pela casa! A decoração contava ainda com alguns dizeres de crianças espalhados pelas paredes que alegraram a casa. Os acepipes estavam a ficar prontos, pasta de atum e delícias do mar, tiras de cenoura, amendoins, batatas e afins. A ementa era uma quiche especialidade chez nous e tarde de amêndoa para a sobremesa, que eu nem provei, e as bebidas foram chegando, muito vinho, 7up, martini, etc. O João e a Ana trouxeram a vodka preta, chegaram logo a seguir a Isabel, com a tarteira e as chaves de nossa casa, a Cristina, Paulo e Peixeiro, e finalmente o Leonardo e Sara, e o António e Eliseu, surpresa de última hora, já animados e com garafas vazias! A vodka, a grande estrela da noite, chegou atrasada pelas mãos do Rodrigo, e o Ricardo e Inês ainda deram o ar da sua graça. A noite não foi para todos, e ficaram apenas os resistentes, os anfitriões, as visitas e o António e o Eliseu. O Jenga animou as horas seguintes, sendo finalmente o objectivo a construção da torre mais instável possível, e por volta das 4h enconstei-me o tempo suficiente para me encherem a cara de farinha, utilizada para tentar disfarçar uma nódoa de vinho tinto no tapete! Às 4h30 acordo com o Eliseu que se quer levantar e vai dormir para o quarto do Gonçalo com a coberta do sofá, e desato a arrumar tudo o que vejo à frente: deito o lixo fora, lavo a loiça, arrumo os restos...O António rapidamente abandonou a ideia de vaguear pelas ruas de Paris aquela hora e acomodou-se no sofá, logo depois de eu ter acordado o Gonçalo que ferrou completamente, para apanharmos o táxi para o aeroporto! No nosso regresso encontrámos de tudo em casa...ele era tampa de biberon, cintos, gravata e até uma mala! Parecem-me argumentos para repetir a dose da festa!

Deixei de roer os lábios!!! Pelo menos desde há uns dois dias para cá...

Back to Paris - feels so good!

Mardi, le 11 septembre
O regresso a Paris foi sinónimo de bom tempo, sol e calor! Esperava-se uma noite calminha, para começar a semana e recuperar das poucas horas dormidas nas últimas noites, mas o convite do Eliseu falou mais alto e lá fomos ao cinema e pôr a conversa em dia! O filme escolhido foi o 2 days in Paris, recomendado por várias pessoas. Fartámo-nos de rir, retrata um casal de férias, os choques com a família dela e a cultura americana vs francesa! Muito bem conseguido, vale a pena! O metro fechava daí a pouco e fomos cada um para seu lado, depois de uma caminhada até casa dele.

Mercredi, le 12 Septembre
Ao fim de alguns meses eu e o Gonçalo voltámos à casa da Ema Berta, a nossa senhoria, para discutir o final da nossa permanência em Paris. A conversa, como sempre, foi longa mas muito positiva - apesar de em Dezembro ficar cá em casa sozinha, posso manter as condições que tenho agora! Depois, logo se vê! Já a caminho de casa e depois de passar nuns restaurantes da zona muito convidativos para trazer o cartão de visita, decidimos alugar Velibs. FINALMENTE ESTREEI-ME NESTA COISA DAS BICICLETAS, se bem que com uma ajudinha do Gonçalo, uma vez que os meus cartões de multibanco continuam a boicotar-me as tentativas de alugar bicicletas...foi uma aventura, há já uns tempos que não andava de bicicleta e tivémos grandes momentos de perigo, mas desafio superado! Jantar levezinho para terminar a noite, e tentativa de programação da próxima viagem adiada pelo cansaço...

Jeudi, le 13 Septembre
O plano para essa noite era simples, ou pensávamos nós - aproveitar o horário alargado do Museu Quay Brainly para o visitar. Ponto de encontro às 7h30 na ponte em frente à entrada principal, com o Gonçalo e o Pedro, um mexicano que veio para Paris estudar e que conheci através do CouchSurfing. Ora, de manhã recebi um telefonema do Leonardo a avisar que chegava nessa tarde com a Sara, a namorada, e que iriam ficar em minha casa. Almoço de negócios e rapidamente voltei para casa, onde julguei que já os encontraria à minha espera. Até perto das 16h não tive notícias quando finalmente recebi uma mensagem a dizer que o avião se tinha atrasado e que iam agora para o centro de Paris. Chegaram perto das 19h, de malas e bagagens, e depois de terem apanhado boleia de carro no aeroporto e enganado-se na Rua - escolheram a avenida! Feitas as apresentações da casa, entregues umas chaves e um telemóvel francês e indicados uns quantos sítios possíveis para comer, corri para o meu ponto de encontro para encontar...ninguém à espera...Já perto das 20h recebi um telefonema, o Pedro não tem telemóvel e era impossível comunciar o atraso, e ele já não tinha a certeza da hora a que tínhamos combinado, pelo que combinámos novamente daí a 10 minutos nas bilheteiras. Foi o tempo do Gonçalo também chegar e encontrarmo-nos todos, para decidirmos não visitar o museu por já ser tarde! Caminhámos à beira rio, conhecemo-nos melhor - o Pedro tem já muitas histórias para contar e não consegui deixar de me impressionar com a fluência do inglês dele! -e procurámos um restaurante já perto de Ódeon. Após muita escolha acabámos num restaurante mexicano - coincidência! - e não fomos nada mal servidos, apenas muito lento! A caminho de casa recebi dois telefonemas que "mexeram" comigo, um da ISA, com uma proposta para pensar, e outro do Eliseu, a desafiar-me para a boémia com o chefe dele! Fiquei tentada e debati-me internamente entre ir ter com ele ou voltar para casa, onde estava quase chegar e onde deveriam estar os meus hóspedes - optei pela segunda, mas fiquei-me só pela chegada a casa, porque o Leonardo e Sara ainda não tinham voltado do jantar! :D

13/09/2007

DESAFIO-TE!

Aceitando o desafio do Gonçalo (se bem que só 7 características são muito poucas, de certeza!) vou tentar enumerar algumas facetas minhas:
1º - sou completamente de extremos, ou tudo ou nada, ou vai ou racha, o que resulta muitas vezes em mudanças de humor drásticas e repentinas...”sorte” que não é com toda a gente!
2º - acho sempre que é possível fazer tudo ao mesmo tempo e que, com jeitinho, tudo se consegue encaixar...há quem já me tenha dito que os meus dias têm mais horas que os normais!
3º - o meu livro preferido é um livro para crianças, dirão alguns que isso pode revelar muito sobre a minha personalidade e que eu nunca cresci! Mas adoro a forma como é passada a inocência infantil através da descrição do mundo e situações do dia a dia, vistas pelos olhos de duas crianças especiais. Recomendo, Gaspar e Mariana, da autora Maria Teresa Maria Gonzalez
4º - adoro o cheiro do nevoeiro, o sabor do algodão doce branco, andar descalça, balões nas festas
5º - sou um pouco negativa comigo própria, mas consigo sempre ir buscar o melhor em mim para recuperar a boa disposição e força para enfrentar novos desafios – e quando acredito numa coisa, atiro-me de cabeça!
6 º- adoro viajar – este ano claramente bati o record em quantidade!!
7º - sou louca pelo meu gato, é do que sinto mais falta estando fora de Portugal: Willie, tenho saudades tuas!!
Ah, e odeio que me gritem...


Se leres este post, aceita o desafia e deixa um comment com 7 características que te definam! Be yourself! ;)

11/09/2007

Bolas de berlim, cadelinhas e...VERÃO!

Mardi, le 28 aôut
PÁRABÉNS DÁRIO!
Ora o meu destino seguinte seria nada mais nada menos que...casa! O vôo lá partiu depois de um pequeno atraso devido a uma avaria (o que, por si só, nos deixa relaxados) e ao facto de termos depois ficado em fila de espera para levantar vôo. Parece que é a minha sina ir ao lado de indianos e que eles metam conversa comigo, mas acabo por ter surpresas agradáveis, no meio de muitos "sorrys?" por não perceber metade do que dizem! Afinal tenho que preparar a minha ida à Índia, um dos meus destinos de sonho para viagem e, quem sabe, viver uns tempos! A mamã estava à espera, tirou a tarde, foi bom revê-la e abraçá-la!! Deixadas as malas em casa e dados uns miminhos ao Willie, corri para o dentista, em Carcavelos, apenas rotina, e às 20h estava no médico para ver das minhas tonturas...consultas de "urgência" têm destas coisas e só fui atendida às 22h!!! Analisadas todas as causas possíveis o diagóstico foi o seguinte: "Sabe que andar a dormir em média apenas 4h por noite durante meses tem consequências e que o corpo acaba por ressentir, não sabe?" e foi-me prescrito descanso absoluto! Saí dali para o restaurante, marcado às 21h (!!), de boleia com o Diogo e a minha irmã. 31 da Armada recebeu-nos muito bem e o Tito, Avrell, que tão bem organizou o jantar, Madeira, que não jantou mas fez companhia, e o João Pedro e Ana Maria já estavam à espera...soube muito bem a massada de peixe e o Ice Tea de limão e ainda demos um saltinho no Xafarix mas já não ficámos para o concerto que a cama chamava por mim e pela minha mana!


Mercredi, le 29 aôut
PARABÉNS SARA! PARABÉNS DOMINGOS!
Tinha visto na previsão que o tempo não ia estar bom e aproveitei a boleia matinal do Avrell, que ia para uma reunião de ciclo em Aveiro, e pedi-lhe para me deixar em Coimbra. Revi os colegas, conheci as "novas" instalações da ISA, bem mais convidativas, e falei com quem de direito sobre o meu futuro na empresa - de uma forma geral, senti o meu trabalho e capacidades reconhecidas! Depois do almoço deixaram-me nos combóios e lá fui eu de regresso a Lisboa e directa para o cabeleireiro - o corte ficou igual mas apenas mais curto e escadeado. Enquanto passeava a cookie e o meu novo penteado, fui presenteada com um galanteio "É linda!" pensei eu que para a cadela, mas logo a seguir o senhor apressou-se a acrescentar "Tenho idade para ser seu pai mas tenho que lhe dizer que é muito bonita!". Saudades de Portugal!!!... O jantar seria em casa da minha tia, jantar de 4ª e aniversário da minha prima, óptima ocasião para juntar a família! Para além da aniversariante, respectiva mãe, marido e filha que está linda, linda mas não me ligou nenhuma, compareceram ainda o meu pai, que não via há quase 6 meses, a minha mana e mãe, o meu primo António, o futuro casal Ana Maria e Carlos e a Marina. As velas foram sopradas pela Susu e o bolo devidamente estreado por ela também, que decidiu enfiar os dedos em todos os brigadeiros que enfeitavam o bolo! Conversa para aqui, conversa para ali e novamente a cama chamou por mim e fui descansar...estava a seguir à risca os conselhos da médica!


Jeudi, le 30 aôut
VERÃO! Acordei cedo e fiz-me à estrada, destino Costa da Caparica. Como muitas vezes fiz antes, fui sozinha para a praia do Castelo. O dia estava óptimo e cheguei no pico da maré baixa. A água estava gelada e para aquecer apanhei cadelinhas por piada, que fui distribuindo pelas várias pessoas que apanhavam à séria, e já no final veio um senhor meter conversa e elogiou-me e, começo a ficar preocupada e a achar que tenho sotaque, do nada começa a falar em francês quando lhe disse repetidas vezes que eu era portuguesa!! Enfim, mudei de local e fui à água! Li um pouco do meu Harry Potter, dormi a sesta e voltei para casa. Tive que acabar umas coisas para o trabalho e quando a minha mana chegou fomos às compras, matar saudades do Colombo! Não consegui encontrar o que queria, uns ténis novos que os meus preferidos já me deformaram o pé de tanto andar em a pé em Paris, e umas calças de ganga para substituir umas que se rasgaram, mas não me impediu de voltar com umas novas aquisições! Já tinha ido com excesso de peso, nem queria imaginar como seria o regresso a França...tudo a seu tempo!


Vendredi, le 31 aôut
Tentativa de praia bem cedo mas boicotada por uma ventania insuportável, daquelas que trás toda a areia atrás. Voltei para casa, onde a minha prima Sara foi à hora de almoço imprimir umas coisas, passei a roupa toda da minha irmã a ferro e comecei a preparar as minhas malas para o Algarve. O jantar foi com o meu pai, num restaurante perdido no meio do nada, perto de Setúbal, mas sempre cheio, e onde chegámos pela mão do GPS e minha ao volante. A ementa deliciosa, daquelas coisas que só se encontram em Portugal, uma dose para 2 mas que na realidade dá para 3, uma tábua de carne, marisco e muita fruta deliciosa!! A noite começou no bairro, com o Avrell e alguns amigos dele, e deve ter sido a primeira noite de calor em muito tempo porque decidiu sair tudo à rua! Estacionamento impossível, filas gigantes em todo o lado, rapidamente abandonámos a ideia de entrar no Kubo e optámos pelo Meninos do Rio, onde o dono nos ofereceu mesmo uma garrafinha de wisky, simpatia da casa. Perto das 3h já me arrastava e como o João e o Renato nunca mais se decidiam a aparecer voltei para casa, ainda com direito a passagem no Kubo para conhecer o espaço, bem agradável por sinal!


Samedi, le 1er septembre - Samedi, le 8 sepetembre
Não fosse a minha mãe ter-me dito que ia ela a conduzir para o Algarve e o caso poderia estar mal parado. Fui a dormitar o caminho todo, mas chegámos cedinho. Deixadas as malas em casa, onde ficámos pela primeira vez e de onde comteplávamos uma vista maravilhosa da ria, até à ilha que é a praia e acabando no mar, e compradas uvas deliciosas na praça já a fechar, seguimos para a praia. As principais diferenças em Cabanas saltaram-nos logo à vista: a loja Fresca da marginal desapareceu, a esplanada do Pedro ficou reduzida a metade e delimitada por uma zona cinzenta, e habituámo-nos a umas riscas grossas azuis ao longo de toda a estrada que supostamente assinalam as vias das bicicletas, se bem que não percebi bem como funcionavam! O cais da praia foi completamente inovado, com um cais flutuante o que, a meu ver, desvirtualiza completamente o espaço! Onde é que vão os tempos em que ainda podíamos atravessar a pé na maré baixa, atrás dos milhares de caranguejos que corriam à nossa frente a esconder-se, no meio da lama e lodo, e quando na maré alta nos deixavam na areia e ainda tínhamos que andar um bom bocado? Longe, e infelizmente não voltam...felizmente o bar da praia foi completamente renovado e recomenda-se!

O voltar à praia, ainda por cima num dia de calor fantástico, foi uma sensação incrível! A água não estava muito apetecível mas ainda deu lugar a um banho. Quando regressámos a casa já lá estavam a Sara, o Vasco e a Sofia, com uma t-shirt da Hello Kitty. Corri a vestir a minha camisa de noite, também da Hello Kitty, e finalmente caí na boas graças da Susu, que não me largou até ao final! Está mesmo linda, a minha priminha!! O primeiro jantar foi no Afonso, saudades gerais da sopa de peixe, mas o serviço deixou tanto a desejar, pela antipatia e demora, que me pergunto se lá voltaremos! O dia havia sido extenuante e deitámo-nos todos cedo, depois de um breve passeio pela vila.


Os dias que se seguiram foram um pouco rotineiros. A médica prescreveu descanso total mas estava longe de o conseguir cumprir. A dormir no mesmo quarto que a cadela, que se coça a noite toda, e que a minha irmã e mãe, que ressona, e ainda por cima no chão, num colchão fininho, não se pode dizer que tenha dormido muito...tenho o sono muito leve e acordo com qualquer coisa e o barulho do ressonar é das coisas que mais me incomoda. Ainda tentei o ipod mas é o mesmo que não descansar e não isola totalmente o barulho, para além de que lá para o meio da semana morreu de vez. Assim sendo, apesar de me deitar quase todos os dias por volta das 00h, acordava às 2h quando a minha mãe se ia deitar e várias durante a noite, levantava-me por vezes às 3h para ir dormir para a sala caso o Vasco já lá não estivesse a ver televisão e demorava anos a adormecer com o barulho e luz da rua, e levantava-me entre as 7h e as 8h, à hora a que a SuSu acordava - ela e a casa toda! :D A primeira "tarefa" do dia, da qual não prescindo por nada, era ir ao supermercado, agora mais longe de casa, comprar pão, água, fritos e coisas para as sandes, sempre acompanhada pela minha mana, Sara e SuSu. A paragem seguinte, e a mais esperada de todas, era a casa das bolas de berlim. Não uma pastelaria ou restaurante, mas a casa mesmo da senhora que as faz! E que óptimas que são, ainda quentinhas, acabadas de fazer! Deixadas as compras da primeira fase em casa, continuávamos para a praça onde comprávamos frutas, sempre uvas, e por vezes figos, manga ou melancia. O jantar também era ali decidido, peixinho ou carne para grelhar, sendo a minha irmã a responsável pelas brasas. Saltou-lhe mesmo uma fagulha para o olho, provocada pelo sal, e temeu-se o pior! Nos primeiros dias ainda chegaram o Hugo e o Doce, com quem fomos estando, mais na praia que outra coisa, onde jogámos às cartas ou às guerras com areia. Ok, não era bem guerra porque não houve retaliação, mas o Doce pode dizer que foi apanhado de surpresa por um banho...de areia...na toalha!! A água do mar foi ficando cada vez mais quente, e suja, de algas e limos, e os dias passaram-se, alguns com passeios de uma hora para ir apanhar cadelinhas - como eu adoro cadelinhas, conquilhas para os menos familiarizados com este termo! Horas de rabo para o ar para conseguir, no máximo kilo e meio desta iguaria pela qual espero o ano inteiro. Raquetadas também não faltaram, o que eu e a minha mana nos rimos com a nossa falta de jeito e pouco empenho de vez em quando! A meio da tarde, a ida religiosa ao bar, para uma cervejinha, sumo de laranja, melancia ou melão, e fritos mas este ano nunca acompanhadas de um joguinho de cartas...os dias de sol foram poucos e queriam todos aproveitar ao máximo a praia! A Isabel, tia Zuzu, Catarina, Pepas, a bebé Sara e o Manel ainda deram o ar da sua graça durante uns dias, uns mais tempo do que outros, mas os tempos são outros e cada um jantava na sua casa que isto de ir jantar fora todos os dias, em grandes grupos, já faz parte de tempos idos! A SuSu sempre a palrar e fazer perguntas (o q estás a fazer? a mais recorrente), para quem não falava nada há uns tempos surpreendeu! Sempre pronta a ajudar a espalhar o creme, e a pedir companhia para o banho, e a dormir a sesta das 16h...O final da tarde marcado pelo rebuliço dos banhos em casa, afinal éramos 6, a preparação do jantar, e o gelado e passeio, por vezes jogos de cartas ou dados, de sobremesa. A meio da semana o Dário, que estava em Santa Luzia, foi jantar lá a casa e presenteou-me com muitas coisinhas Barral e afins! Correu muito bem, e nessa noite fiz as tradicionais tranças, pegadas à cabeça -um pouco diferentes do ano anterior mas mesmo assim aguentaram até Paris! Num dos últimos dis houve mesmo um gafanhoto que se enfiou numa delas, sensação nada agradável...houve ainda um jantar a 4, eu e minha mana, e o Doce e o Hugo, que atestaram a lentidão do serviço generalizada em Cabanas! O restaurante escolhido foi o Pedro, e a ementa polvo ao alho, arroz e açorda de marisco, regados de um belo vinho branco! Os 2 últimos dias amanheceram muito enevoados e ameaçaram chuva...a partir do meio dia abria sempre e foram das melhores tardes de praia, tirando a bandeira vermelha! Essas manhãs foram dedicadas a arranjar unhas da minha mana e a actualizar este blog, que não podia ficar parado! Não cheguei a pescar, coincidiu com a apanha das cadelinhas, mas ficou a intenção...não faltaram as sessões fotográficas, e os escaldões foram uma constante, pelo menos para a minha mana, que fazia praia pela primeira vez naquele ano! A Noia terminou o relatório de estágio no meu computador, que viajou de propósito, e ainda deu origem a umas boas risadas quando dancei La valse à mille temps com a Cookie e a Susu! Parece que esta múscia inspira risadas tanto em Paris com ailleurs, os Gonçalos que o digam!


Dimanche, le 09 septembre
O último dia amanheceu mais solarengo mas eu e a minha mana já havíamos decidido não ir à praia. Comida a última bola de berlim, a melhor de todas (e já despedida das cadelinhas no restaurante Europa, na véspera), e compradas as últimas coisas no supermercado, arrumámos as malas feitas na noite anterior e despedimo-nos já com saudades. Perdíamos a oportunidade de nos cruzarmos com Tio Toquim, Tia Amelinha e o David, que não vejo há anos e que iam fazer o turno da segunda semana lá por casa, uma vez que apenas lá ficava a minha mãe, e fizémo-nos à estrada, com a Fi ao volante. A minha mana segiu logo para o jockey e eu fiquei a dar mimos ao carente do Willie, que apenas tinha tido a companhia da porteira na última semana, pus-me às voltas com o computador a tentar fazer o check in online, voltei ao Colombo para comprar um ipod novo e brinquedos para o Willier e fui à Quinta das Conchas com o Sá, que comeu uns caracóis enquanto eu preferi um chouriço assado...havia que me despedir dos petiscos!! No final surpreendeu-me com a prenda que já andava a anunciar há uns tempos, umas fotografias da vinda dele a Paris em formato A3, a preto e branco, enquadrados em molduras altamente personalizadas, feitas por ele com a ajuda da mãe!! Simplesmente adorei a minha prenda, e sem dúvida que serão das primeiras coisas a colocar nas paredes da minha casa, assim que arranjar um poiso mais ou menos fixo! Fazer as malas a correr, ou deixar tudo encaminhado, e foi o tempo de tomar o banho e o Renato já estar à minha espera para o jantar Erasmus. É cada vez mais difícil reunir o grupo original, e acabamos sempre por ser os mesmo resistentes: Eu, o Renato, que desta vez se encarregou de marcar o restaurante, e a Isabel, que para não variar ficou sem pilhas na máquina fotográfica. Mais para o final do jantar juntaram-se o André e o Egas, que voltavam do Algarve nesse dia, foi bom revê-los. O restaurante, em Alfama, era fantástico, muito acolhedor, reservado mas espaçoso e com uma lista de entradas todas elas tentadoras! A voltar, sem dúvida, boa escolha, Renato! Passeio pelas ruas ali à volta e onde se cantava o fado, seguimos para um pulinho rápido ao bairro, que estava vazio num Domingo. O Alex ainda apareceu, o Pedro, Zé e o Sebastião levaram falta, o primeiro devido a uma explicação, o segundo nem percebi bem porquê, e o último devidos a um namoro que se deve ter prolongado mais do que o previsto! Edu, Belo, Pescador, Joana e a Nuno, estou aí novamente em Outubro para um casamento! Já era 1h quando voltei a casa, o meu pai ainda pasou a despedir-se, e acabei de arrumar as coisas todas na mala e enfiei-me na cama para 3h de sono...a visita acabava por aqui mas soube-me muito bem e serviu para carregar baterias para mais uns tempos!


Lundi, le 10 septembre
Finalmente aterrei em Paris com sol!!! E parece que já não chove há 15 dias, e que assim vai continuar até ao final do mês! Só vendo para acreditar! Apanhei o autocarro para o centro, onde o Ricardo me encontrou ainda de trancinhas, surpresa boa, e continuei para casa onde passei a tarde a ler emails, desfazer as tranças (ficou todo ondulado, perdi metade do cabelo e tive que o lavar 50 vezes!), desarrumar malas e lavar roupa. Por pouco não me cruzei com o Hugo Barreto, que havia passado o fim de semana em minha casa. Às 20h encontrei-me novamente com o Ricardo ao pé do trabalho dele, duas semanas fora de Paris e já me consigo perder em sítios que devia conhecer de trás para a frente! Fomos jantar ali próximo, não correu tão bem como o planeado mas a companhia foi óptima e superou tudo! às 22h já estava na cama, de rastos...

04/09/2007

É preciso ir a Oslo para ter bom tempo??

Vendredi, le 24 aôut
Mais uma madrugada para apanhar o avião. Desta feita no aeroporto de Orly, uma estreia, cheguei bem cedo para evitar que algo corresse mal! Nunca demorei tanto tempo a fazer um check in e mesmo assim, depois de um pequeno almoço leve no Paul e onde o empregado, que metia conversa com toda a gente, me fez corar, ainda esperei mais de uma hora pelo vôo, que se atrasou ligeiramente. O avião deixou muito a desejar, pequeno e velho, algo desconfortavel. Chamou-me especialmente a atenção um pequno quadrado luminoso com um casal e um risco em cima, junto das casas de banho...será que já tiveram muitas surpresas nos wcs? O avião ia bastante vazio e consegui mesmo mudar-me da minha fila 5 de dois lugares para a do lado, de 3 lugares, onde me estiquei ao comprido e dormi a viagem toda! Como não estou habituada a ir na parte da frente do avião, geralmente reservada à primeira classe e onde se sente muito menos a turbulência e o barulho, fui estranhamente sobressaltada durante o vôo todo e acordei a meio de vários sonhos e pesadelos!
A chegada a Oslo não podia ter sido melhor! Seguindo as indicações do Rodrigo saí para fora do pequeno aeroporto e fui brindada com um lindo dia de Verão com direito a calor e tudo! Paguei preço de estudante no autocarro e dormi até ao centro da cidade, onde o Rodrigo estava à minha espera. Fomos a pé até à delegação – depressa descobriria que tudo se faz a pé em Oslo! – e conheci os simpáticos colegas do Rodrigo, com quem fiquei um pouco à conversa, depois de ter trocado de roupa – no meio daquele calor, botas de pêlo e camisola não faziam sentido e rapidamente vesti um top e ténis. Fui depois até à estação central e ao posto de turismo e almocei no McDonalds ali ao lado, enquanto estudava alguns folhetos turísticos que tinha trazido. O passeio aos fiordes ficava assim irremediavelmente adiado, uma vez que não havia comboios de regresso na madrugada de Sábado e um passeio de avião ficava talvez caro de mais e nunca é o mesmo. Dizem que se tem que deixar sempre qualquer coisa para ver numa segunda visita!...Após uma falha de comunicação com o Rodrigo, que se gostaria de ter juntado a mim no passeio que ia fazer, encaminhei-me para uma zona central para apanhar um autocarro para a península de Oslo. A caminho vislumbrei água por entre os prédios e não resisti e fui conhecer a marina, onde várias pessoas se banhavam, ao sol, no cais de madeira. A passo rápido voltei ao meu percurso, sugerido pelo Rodrigo – que, aliás, se encarregou de nos fazer todo um trajecto naqueles dias e que está de parabéns, obrigada! – e cheguei ao museu tradicional (os nomes são complicados naquela língua!!), onde para além de algumas mostras de vestuário existe um espaço ao ar livre, com construção da época e alguns animais. Encontrei-me com o Rodrigo por volta das 17h à porta e fomos até à praia, que me encheu as medidas. Com um tempo óptimo eram vários os banhistas, a vista fantástica e a água estava muito convidativa. Sem dúvida uma óptima qualidade de vida, pelo menos nos curtos meses em que há luz e bom tempo! Passeámo-nos depois no meio dos parques que circundam a zona da praia, entre muitas sessões fotográficas. Voltámos a passo rápido ao centro para ir receber a Bea, a segunda a chegar, e fomos rapidamente à delegação para ir buscar as minhas malas, perdão, a minha mochila, que sou uma rapariga prática e não ando com a casa às costas...sempre... A caminho de casa passámos no super para comprar o jantar, pizzas, frango desfiado e fruta para uma mega salada, e esperámos ainda o Emanuel, que o Rodrigo foi buscar à estação. De barriga cheia saímos todos novamente para ir receber a Raquel, a última a chegar, e após deixarmos as malas em casa, bebermos um pouco de vinho e pormos a conversa em dia até perto das 2h, decidi ficar a repôr o sono, enquanto os outros preferiram conhecer o fim da noite de Oslo, que acaba às 3h! Deram a noite por terminada pouco depois...De referir que a logística da casa, um T1 impecável, tinha também já sido pensada ao pormenor, ficando as meninas em duas camas no quarto, e os meninos em colchões, no chão, na sala.


Samedi, le 25 aôut
Despertei mais cedo que todos e fui a pé até ao centro, onde visitei a Galeria Nacional e alguns quadros do Munch, principal pintor norueguês e escandiavo, de quem sou fã. Umas horas depois voltei a casa, a aproveitar mais um dia de sol fantástico, onde os encontrei a acabar o pequeno-almoço, e partimos para o ponto mais alto da cidade, a torre do ski – impressionante a altura daquele salto! Visitámos também o museu e tirámos umas óptimas fotografias à vista fantástica. Regressámos ao centro e após uma passagem rápida no super para nos equiparmos para o almoço com hamburgueres e um grelhador descartável, fizémos uma longa caminhada passando pela câmara municipal, pela marina e pelo forte, e esperámos algum tempo no cais pelo barco que nos levaria à ilha central enquanto provámos e nos deliciámos ao sabor dos rolos de canela, bolos típicos e divinais, ainda quentinhos. Escolhemos o nosso cantinho no relvado imenso e fizémos o nosso churrasco – os meninos jogaram à bola e as meninas bronzearam-se! Na volta vimos a exposição sobre animais que estava na marina e onde comprei um poster e seguimos cedo para casa para preparar o jantar, douradinhos e batatas salteadas no forno acompanhados de vinhos divinais, portugueses e espanhóis. Gostei especialmente de um trazido pela Raquel, Rioja (?? estará bem escrito?) uma reserva de 2001 que me encheu as medidas! Já quentinhos fomos por volta das 00h conhecer a noite de Oslo. O preço tabela é de 100 nokas, como diria o emanuel, aproximadamente 12€, só para entrar e sem direito a bebida. Carimbados, experimentámos aquele bar discoteca, onde as moedas de 1 nok pareciam semeadas no chão de tantas que eram, e fizémos depois uma pausa para ir a Angola! De referir que vi em Oslo as loiras mais loiras e mais giras em toda a escadinávia, mas que também são do povo que menos sabe beber, são tantas as figuras que fazem! Às 3h da manhã em ponto e já noutro bar mais animado acabou repentinamente a música e acenderam-se as luzes, sinal inequívoco de que a noite terminara, e enfrentámos o frio que se fazia sentir para ir comer qualquer coisa ao Burguer King. Ah, e também aqui, e já em Copenhaga, re-descobri o prazer dos Reese, que peguei a todos os outros! Aterrei assim que cheguei e pouco depois dormíamos todos!






Dimanche, le 26 aôut
Despertar cedo para todos, o último dia da Bea tinha que ser bem aproveitado. De farnel preparado na véspera seguimos para o Jardim das estátuas, muito giro, onde um professor universitário colocou várias estátuas feitas pelos seus alunos, geralmente retratando nudismo, dando um efeito de majestosidade ao jardim, com alguns lagos pelo meio. Tirámos várias fotos, vimos uns cães tipo urso e tocámos nos nossos signos garantindo assim um regresso a Oslo e continuámos para o nosso destino daquela tarde, também solarenga mas mais frescota e com nuvéns. Chegámos a um lago enorme e lindo, cuja meia margem percorremos até encontrarmos um cais de madeira que nos pareceu ideal para o nosso churrasco. Os aguaceiros passageiros contrastaram com alturas de calor insuportável e frio intenso, mas nada nos demoveu. A ementa era simples, batatas de pacote, pimentos – que acabámos por não comer foi tanto o tempo que demoraram a fazer! – e rabo de vaca grelhado, como diria a Bea. Rabo ou não, a carne era divinal e a tarde não podia ter sido melhor passada! De volta ao centro tivémos ainda tempo de ver o palácio real, de bandeira hasteada assinalando a presença dos reis, e de acompanhar a Bea a casa, para uma última troca de fotografias, e para a despedida nos autocarros. Posto isto, e depois de comprado o jantar, os meninos foram uma vez mais jogar à bola enquanto que eu aproveitei para tomar um último longo banho de água quente e fazer malas. Depois do jantar aterrei directa, passando o jogo não sei bem de que equipa que os restantes viram no computador! Sem dúvida uma viagem um pouco diferente, sem correrias, até porque a cidade em si se vê rapidamente, mas das mais agradáveis que fiz – a companhia foi 5 estrelas e o anfitrião nota 10! Diz que depois no regresso a Bea apanhou Inverno em Estocolmo, e que o Emanuel apanhou a noite mais quente em Barcelona e perdeu óculos emprestados e telemóvel! Tinham que existir algumas peripécias!





Lundi, le 27 aôut
O despertador tocou às 3h45 e levantei-me a correr. Tudo correu como planeado e aterrei em Paris por volta das 9h30 e vi sol! :D O dia ficou reservado a desfazer e refazer malas para o próximo destino, almoço no banco com a Isabel e os resistente por Paris, Ana, João, António de regresso de férias e ainda o Pierre, pôr alguns assuntos de trabalho em dia e para um jantar com o Ricardo, num restaurante asiático perto dos Champs Elysées e que fica como uma referência, pelo espaço em si e pela comida mas, principalmente, pela companhia. Serão memorável para me despedir de Paris por uns dias!!!...