30/11/2007

Obrigada e Boa Sorte, Gonçalo!!!

Inevitável, o momento da despedida... O Gonçalo lá partiu, de volta a Portugal e atrás da sua felicidade! Resta-me agradecer os 9 meses de amizade e cumplicidade, e desejar a maior sorte do mundo!

24/11/2007

23 DE NOVEMBRO - SUCESSO!!

Até a greve ajudou, os transportes voltaram à normalidade!!





A preparação foi árdua...desde o fazer as tartes de amêndoa e as quiches de véspera, a recortar letras de papel e colá-las na parede, a troca de emails a confirmar presenças, a escolha e preparação das prendas, a reorganização do espaço de forma a acolher ...no próprio dia ainda se terminaram algumas coisas, como colar fotografias destes 9 meses pela casa toda, recortar mais letras para colar na parede, encher balões e espalhá-los pelas paredes da casa...enfim, decoração a preceito!!





Os motivos eram mais que muitos. O Gonçalo regressa na semana seguinte a Portugal, bem como a Rita Firmino, a única Contacto em França fora de Paris e que se deslocou à capital de propósito - mas não só! - para as comemorações, o Diogo fez 25 anos, chegaram a Paris o Bruno Guerreiro, a Liliana Monteiro e o Zeca (o Zé Barros II), a nova geração Contacto, e regressou a "casa" o David Magboulé! Também eu acabei o meu estágio e esse motivo não foi indiferente, todas as razões eram boas para festejar!!






Já sabíamos que íamos bater um record de presenças, mas a festa superou todas as nossas expectativas! Mais de 35 convidados, mais de 50 garrafas de bebida, menos de duas queixas dos vizinhos (ok, foi apenas uma às 6h da manhã!), mais de 500 fotos que não escondem a animação que caracterizou a noite inteira!! Os protagonistas foram devidamente presenteados a meio da noite, e o dress code foi cumprido à risca, chapéus para os homens e gravata para as meninas. A festa acabou mais tarde para alguns, e mais quente para outros, o que interessa é que todos se divertiram e tornámos memoráveis algumas datas importantes!

22/11/2007

Uma semana durante a greve...viva o cholé (??) do Diga!

Com a greve, a semana não seria dedicada a grandes aventuras, mas sim a aprender a viver em comunidade, ou não fosse o número de hóspedes ser sempre superior a 3...Respeito pelo espaço comum - que era o quarto do Bruno/Diga - era a regra principal, lavar os pés e pôr os ténis e meias à janela a regra que se aplicava exclusivamente ao Diga!!...Muito nos rimos à conta disto...

Mesmo assim, e contrariando a escassez de transportes, o Gonçalo chegou da Índia e consegui encontrar-me com o Pierre em La Villette, na 2ª feira de chuva e frio, e jantámos debaixo de um viaduto, na rua, um sushi que me soube pela vida!! Já mais recompostos fomos então ver o concerto dos Air, para o qual ele me tinha convidado. Apesar de não conhecer nenhuma música das que tocaram, gostei imenso do concerto e, principalmente, da banda que abriu o espectáculo, Au Revoir Simone, muito bom! Fartei-me de rir com tanta parvoíce que disse, mas há que praticar o francês! Sem metro para casa não restava outra hipótese sem ser aceitar a boleia do Pierre, não sem antes conhecer o fantástico apartamento que ele comprou e está a remodelar! Lá viémos então, de carocha, a apreciar os edifícios de Paris já todos iluminados para o Natal e aprendendo mais umas coisas sobre a cidade!

Na 3ª o Gonçalo E. chegou de Londres, onde deveria ter ido ter com ele não fosse a chuva, e juntou-se à nossa comunidade, uma vez que já não apanhou o metro para voltar a casa.
Já 5ª foi dia de procura infrutífera de casa para o Bruno e Liliana, que finalmente conheci, e de preparativos para o grande dia que se avizinhava. Compras, decoração, ementa, tudo foi pensado ao pormenor e preparado de véspera, contando com a ajuda de todos, incluindo o Pierre e sem contar com o Bruno, que não fez nada!!...Coitado do rapaz, foi uma peça fundamental na surpresa que preparámos ao Gonçalo mas sofreu com a pressão!!!

8º DIA DE GREVE DE TRANSPORTES!!! Para quando o fim do suplício?...

19/11/2007

Bem vindos C11!!

Após algumas recusas o Gonçalo lá foi, na 4ª e contrariando a greve, para a Índia. Que inveja!! Bem que tentei ir como assistente mas foi muito em cima da hora...no dia seguinte chegaram os primeiros C11 a Paris, a Liliana que foi para casa de uns tios, e o Bruno, que ficou em nossa casa. Directamente de Faro, faz-me lembrar alguns amigos do Algarve, e acomodou-se muito bem na sala. Com a greve o Diga passou também a ser hóspede habitual do nosso chateau, e foi assim que os 3 comemos um belo de um naco de porco com pimento e chouriço no forno, acompanhado de batata doce! Já na 6ª, o meu último dia de estágio, e depois de intensa mas infrutífera procura de casas para o Bruno e de horas de trabalho, decidi ficar por casa, por não me decidir o que fazer e não me apetecer enfrentar o frio da noite a pé! O Diga levou o Bruno à Cidade Universitária, de onde vieram muitas horas depois!

Samedi, le 17 novembre
Acordei relativamente cedo e, quando estava pronta para sair, o Bruno pediu-me para esperar, também queria ir passear. Quando estávamos os dois já despachados, foi a vez do Diogo pedir 5 minutos para se juntar a nós. Lá fomos os 3, mais tarde do que o suposto, até aos Invalides. Pela primeira vez vi uma brocante na nossa rua, milhares de barracas, cada uma a vender coisas que interessavam menos que a anterior mas davam um ar muito castiço à avenida! Visitámos a igreja e túmulo de Napoleão, e o Museu da armada. O passo seguinte foi até Concorde, e um descanso ao solinho - que mesmo assim não disfarçava o frio! - nas Tuileries, onde comemos cachorros gigantes com queijo e crepes. Louvre, Palais Royal, Place Marché de Saint Honoré, Ópera, e demos por nós já quase em Pigalle. Tínhamos uma casa para visitar para aqueles lados, que se revelou ser apenas um quarto infímo, com colchão no chão e sanita no corredor do andar! Procurar casa é um desespero!!! Já não subimos até à Sacre Coeur, e deixei os meninos num café enquanto fui a casa trocar de roupa para a noite. Bicicleta para lá, bicicleta para cá, o tempo que se perde com a greve inetrminavel!!!...Quase duas horas a seguir, e depois de eles se perderem - deu tempo para receber uma chamada do Gonçalo, que estava chocado coma quantidade de vacas nas ruas e o picante da comida, e para ouvir alguns piropos de traseuntes -, encontrámo-nos junto do Hotel de Ville e dirigimo-nos para casa do Rodrigo. Incrivelmente, o número de portugueses em Paris nesse fim de semana foi algo reduzido, pelo que entre os presentes contavam-se o anfitrião, eu e os meus acompanhantes, a Inês e o Ricardo, seu co-locataire, e duas italianas! O jantar, muito caseiro, estava óptimo, e foi já tarde e depois de um espectáculo de dança Inês - Rodrigo que conseguimos apanhar um metro - o único que apanhei em muitos dias!! - para ir conhecer o Showcase! A fila dava a volta e subia as escadas até à Pont Alexandre III, e apesar de odiar esperar valeu a pena. O sítio é fantástico, começando no espaço que é enorme, passando pela decoração cheia de movimento, as luzes e as cores, e acabando na separação de espaços para estar e para dançar! O Bruno ficou encarregue de deixar os casacos - santo Bruno! - e entretivémo-nos até pouco depois das 4h, hora em que iniciámos o nosso percurso pedonal até casa...

Dimanche, le 18 novembre
Típico Domingo caseiro, acrescido pela chuva que não parou de cair, acordar tarde, começámos com panquecas e acabámos a ver a série Californication até ao último episódio. Para o jantar deliciámo-nos com o caril de frango do Bruno!

16/11/2007

Quis o destino...

...que não estivesse hoje num avião a caminho de Istambul. Bilhete de avião devolvido, destino adiado, novo capítulo começado.

Até porque hoje foi o meu último dia oficial de estágio Contacto.

14/11/2007

Corte...

...de cabelo! Aceitei o desafio do Diga e voltei a pegar numa tesoura, após alguns anos de não praticar a arte do corte - tenho predilecção para os Diogos, a minha última e única vítima foi em Erasmus! Modéstia à parte, o resultado foi bastante bom! Das várias vezes! Mas nesta superei-me...Que venha o próximo!






















Tempo para uma pequena divagação...apesar de estar receosa às vezes e de ver confirmados esses mesmos receios com mais frequência que aquela que poderia preferir, sabe bem às vezes ter um pouco de casa por perto...e ter-te por perto, Diga, é isso mesmo, ter alguma familiaridade à minha volta, mesmo tentanto constantemente afastar-me do ficou! ;)

Gastronomia e Desporto

Olhando para a semana e fim de semana que passaram, poderia descrevê-los como de gastronomia e desporto! Ou não fosse termos tido um cocktail Startracking, reunião de talentos portugueses por terras francesas - muita bebida, entradas e conversa!, - seguido de ida ao Pantalon para reencontrar o Sylvain, Virginie e Romain, e não tivéssemos antecipado o Magusto, ligeiramente boicotado pela chuva passageira mas ao qual compareceram o Zé, Diogo e António. Neste nem o próprio Gonçalo participou, uma vez que andou a tratar de burocracia para uma certa longa viagem...à Índia!!! Era só um dos sítios onde mais queria ir...também a Isabel falhou o pequeno encontro para nos despedirmos dela, ela que vai só 2 semanas para Brasil e Argentina!!


Vendredi, le 09 novembre
Já o fim de semana foi algo diferente. Começou logo na 6ª, quando tentámos ir a uma festa num barco. Inscritos na guestlist, eu, os Gonçalos e o Renato, um amigo do meu co-locataire de visita, estranhámos o avançado da hora para início da festa e, realmente, quando chegámos ao local, aquilo estava às moscas. Apesar do frio fizémo-nos à estrada, a pé numa fase inicial e passando por vários bares ao longo do rio e pela Biblioteca François Miterrand, e depois de bicicleta, com as quais atravessámos Paris por caminhos que ainda não tinha percorrido. Devolvidas as vélibs, démos por nós junto da Île Saint Louie e numa visita guiada ao Renato, por estradas alternativas. Em frente à Notre Dame, completamente deserta aquela hora, descobri que existe lá o Ponto Zero, a partir do qual são contados os quilómetros de todas as estradas em França!! Continuámos até Mabillon, onde os bares estavam quase todos a fechar, e apanhámos o primeiro táxi que nos apareceu à frente - afinal éramos 4 e o frio apertava!! Dos Jardins do Luxemburgo até casa foi um tirinho e aterrámos todos quase instantaneamente!...


Samedi, le 10 novembre
Sábado foi acordado com a devida calma. O Gonçalo E. foi à vida dele e depois de trocar várias vezes de roupa - o dia estava a ameaçar chuva e o vento só se sentia uma vez na rua! - saí com o Diga em direcção à Rue du Commerce, onde percorremos algumas lojas. As compras dele foram mais volumosas que as minhas - duas camisolas -, eu que me contentei com um cachecol! Continuámos em jeito de passeio até à École Militar, porque ao fim de um mês o Diga ainda não tinha estado quase ao lado da Torre Eiffel!! O passo seguinte foi até aos Invalides, aquilo é um mundo, mas o túmulo do Napoleão estava a fechar...ainda a pé fomos até Concorde e Madeleine, onde me deliciei com algumas passagens que desconhecia, principalmente a "Le village Royal", e onde após muito custo consegui convencer o Diga a esperar comigo numa famosa casa de chá japonesa! A experiência foi diferente, digamos que o comentário geral que se impõe é que os senhores gostam muito de um feijão qualquer, e a repetir esporadicamente! Dali ainda fomos a casa deixar alguns sacos e desencontrarmo-nos do Gonçalo, que ficou em casa a trabalhar e tinha um jantar em casa de um colega, e encontrámo-nos com o Renato e Gonçalo E. algures no 13ème para experimentarmos um restaurante marroquino que eu tinha descoberto! O Zé juntou-se a nós pouco depois e tivémos um repasto digno de deuses! A comida era muito variada e não nos poupámos a nada, aperitivos, entradas, pratos principais, vinhos e sobremesas! Estava divinal, adorei o meu prato ou não fosse incluir figos pelo meio, diz quem provou que a sobremesa recomendada é que não era grande espingarda...eu adorei o meu chá de menta! O Zé separou-se de nós à saída, que continuámos até République, na ânsia de conhecer a famosa noite ao longo do canal de Saint Martin. Não sei dizer se era do frio mas estava bastante fraquinho e deixámo-nos ficar por um barzinho simpático onde as kaipiroscas eram muito boas! O Diga, cansado e sem possibilidade de alugar bicicleta, decidiu apanhar o metro e ir para casa, enquanto que eu, Renato e Gonçalo E. tivémos que nos dividir por 2 bicicletas, uma vez que um dos cartões já tinha expirado! Não pedalei para ninguém nem fui transportada, mas a muito custo lá chegámos os 3 a Pigalle na hora h, para nos encontrarmos com o Gonçalo. O Divan du Monde ficou adiado para outra noite mas ficámos a conhecer os preços fantásticos do Fourmi, mesmo ao lado! Já todos estoirados, deixámos passar o último metro e começámos a descida até ao centro, interpelando todos os táxis livres, que se recusavam a levar 4 pessoas! Já em desespero de causa tentámos as bicicletas mas estavam altamente concorridas, e só em Concorde é que encontrámos uma estação com algumas livres...a sorte não estava connosco e eles não conseguiam tirar as bicicletas disponíveis. Adormeci enquanto esperava mas acordei elucidada e resolvi a situação num instante, levando as bicicletas de um sítio para outro onde as conseguissem alugar...a pedalar lá fomos até casa, estacionámos no cú de judas e ainda passámos por um mega acidente na ponte alexandre III que envolvia um taxista...teria sido algum que nos negou boleia?? Já a chegar a casa deparámo-nos com uma cena, julgamos nós que assim foi, de novela! Uma traseira de um carro gigante enfiada num carro que mais parecia um mini, propositadamente, dada a posição dos veículos, e mais à frente um vaso e terra espalhados pelo chão, certamente uma planta atirada de uma qualquer janela em protesto a algo que ficou por determinar! Com isto tudo demorámos mais de 2h a chegar a casa, quem nos visse entrar diria que tínhamos passado a noite em festa!


Dimanche, le 11 novembre
Para Domingo a ideia foi original. Em vez de um brunch num restaurante, iríamos fazê-lo em casa. O Zé traria os pasteizinhos de nata, as laranjas e fondue de chocolate, e eu, Gonçalos, Renato e Diga tratávamos do pão, fiambre, ovos, a imprescindível Nutella e tudo o que faltasse! Às 14h começámos então o belo repasto que deu vontade de repetir e cedemos à insistência do Diga para vermos a série Californication. Instalados nos sofás dispostos em jeito de cinema devorámos os 6 episódios disponíveis, durante os quais o Renato foi para o aeroporto, e após os quais o Diga foi ver o futebol - e diz que para o verdadeiro magusto, que continuou pela noite dentro -, e o Zé foi para casa, não sem antes nos deliciarmos com um magnífico fondue de chocolate e fruta!! O Gonçalo retomou o trabalho e eu ainda apresentei "Lendas de Paixão" ao Gonçalo E., um dos meus filmes preferidos. Impressionante a quantidade de vezes que consigo rever os filmes que adoro!!

12/11/2007

Oui Oui!

Mas porque raio é que o nome do Nodi não é igual em todas as línguas? E porque carga de água é que aqui em França, o nome dele é Oui Oui?...Há coisas inexplicáveis!!!

08/11/2007

Se não souberes alguma coisa, pergunta-me ou a Viagem a Barcelona!

A semana era, por si só, curta. Feriado a uma 5ª, a ponte impunha-se. E assim foi que aproveitei para mais um passeio. Na 2ª foi dia de preparação de alguns documentos pessoais importantes, com a preciosa ajuda do Gonçalo E. e na 3ª ainda houve tempo para uma pequena reunião jantar por casa, com a Catarina e Gonçalo, Diogo, Zé, Isabel e Helena. Infelizmente não há fotos para recordar...


Mercredi, le 31 octobre
O tempo de preparação da viagem não foi muito, para não dizer nenhum. Valeu (mais uma) a espera no aeroporto não prevista! Calhou-me a mim a selecção de alojamento, e sendo um fim de semana prolongado para muita gente digamos que não foi tarefa fácil, parece que toda a gente escolheu Barcelona como destino! Os hóteis e pousadas da juventude estavam completamente cheios e mesmo os apartamentos estavam muito concorridos. Sim, porque isto de viajar em família tem destas coisas e não nos podíamos contentar com uns simples metros quadrados de chão! Obrigada, Manolo, pela dica fantástica sobre o site de alojamento!

Depois de ter quase ficado com um apartamento de sonho, calhou-nos um de cerca de 100 metros quadrados bem localizado. Deveria ter chegado a Barcelona quase uma hora antes da minha mãe e mana, mas quis o destino, mais uma vez, que me atrasasse quase 2h!! NORMAL! O Marc foi impecável e foi buscar-nos ao aeroporto de carro, já cheio de mapas e indicações do que deveríamos visitar, e deixou-nos em casa, servindo mais ou menos de tradutor porque as pessoas responsáveis pelo apartamento não dominavam de todo o inglês...lá nos arranjámos nos dois quartos existentes, ficando eu e a Noia a dormir juntas e a minha mãe ficou no quarto das crianças, num beliche!!

Jeudi, le 1er novembre
Acordámos sem despertador para receber um sol maravilhoso mas um dia bem fresquinho, excepto raros momentos ao sol! A minha mãe instalou-se logo na varanda, a tomar o pequeno almoço, e rapidamente nos arranjámos para sair, que a hora já era tardia. O apartamento era bastante central. Ficava a uns quarteirões da Praça de Touros e da Torre Agbar, para um lado, e do Arco do Triunfo e Praça da Catalunya, para o outro. Sim, porque ali tudo se mede em quarteirões, autêntico exemplo de planeamento urbano! Eu e a Noia começámos logo pelo pequeno almoço, com algumas dificuldades de comunicação. O senhor lá nos conseguiu impigir umas tortilhas e pão esfregado com tomate e azeite, um croissant e uns chás com limão algo estranhos! Contas feitas, nem ficámos mal servidas e iniciámos o percurso turístico no Arc de Triomf. Ainda tentei fotografar uns campeonatos daquele jogo de que agora não me lembro do nome, em que se tentam acertar numas bolas com outras bolas, tinham direito a fita métrica, aquilo era coisa séria!, mas desisti, era tanta a audiência! Atravessámos a grande avenida e entrámos no Parc de la Ciutadella, ladeado por dois belíssimos edifícios, um do Museu de Zoologia que mais parecia um castelo, e o outro , julgo eu, da Assembleia. Ao fundo, o Jardim Zoológico, que não chegámos a visitar e no centro um lago que faz lembrar o do Campo Grande mas com ar apresentável e ainda com barquinhos a remos operacionais! Daqui desembocámos já na parte velha da cidade, com ruas muito estreitas, escuros e algo sujas. De notar que a panóplia de cheiros por toda a cidade é considerável, não sendo sempre a mais feliz! Depois de andarmos um pouco às voltas e de termos entrado numa loja de doçaria muito tentadora, onde nos deliciámos com o Monstro das Bolachas que queríamos levar à Susu - intenção eternamente adiada já que não o chegámos a comprar! - lá demos com o Museu Picasso. A rua era toda em pedra, edifícios incluídos, e o Museu num antigo palácio, aliás, como outros museus ali à volta também. A exposição ficou um pouco aquém das expectativas, principalmente da minha mãe, que já lá havia estado há 30 anos atrás. Dali deambulámos mais um pouco, espreitámos algumas lojas e decidimo-nos a almoçar perto da água. Calhou-me o papel de guia e lá defini a estratégia, não a contento de toda a gente mas depressa se resolveriam as pequenas divergências... continuámos a pé então até à Marina, repleta de gente, e acabámos a almoçar em Barceloneta, um misto de tapas e paella. O passo seguinte foi percorrer, de fora, o Aquàrium e o Maremàgnum, onde vi algodão doce em caixas, e atravessar a Rambla de Mar, muito bem conseguida e cheia de pessoas a apanhar banhos de sol! Pessoas era o que mais havia por todo o lado, com tendência a piorar à medida que as horas e dias passavam...paragem não muito rápida no posto de turismo do Mirador de Colom, que havia uma lista interminável de edifícios que a minha irmã queria visitar a ser assinalada no mapa, e subimos a Rambla, avenida larga e cheia de homens estátuas muito originais, animação de rua, restaurantes e bancas de comida, revistas e flores. No caminho tentámos ver um dos edifícios assinalados, sem grande sucesso, mas encontrámos em compensação, o Mercat de la Boquería e o Antic Hospital de la Santa Creu. Lá em cima, já na Plaça de la Catalunya, ficou o bichinho das compras, a ser morto uns dias mais à frente, e deixámos os gelados e crepes para outro dia, trocando-os por um café de esquina onde só nos apetecia insultar os empregados, tanta foi a espera e esquecimentos! Continuámos na zona, visitámos a Plaça Reyal, percorremos umas quantas ruelas e demos de caras com a Plaça del Rei e a Catedral e visitámos o Mercat de Santa Caterina by night. Ah, também a assinalar a loja gigante de gomas onde nos abastecemos antes do jantar. A Noia tinha desejos de italiano e lá fomos, para um 1º piso com vista para a Rambla e um atendimento muito simpático - felizmente não estava a abarrotar, ou então fomos só demasiado cedo! Em família sair à noite não se coloca como opção, e para fazer a digestão fizémos apenas uma caminhada até casa, com a Torre Agbar iluminada como pano de fundo.


Vendredi, le 2er novembre
Parabéns, Noia! O plano não era complicado. Lá pusémos despertador desta vez, e tomámos pequeno almoço ali na rua, num café pastelaria muito convidativo! Pedir já foi mais simples, uma vez compreendendo as regras básicas - há que misturar o mais possível o português e o castelhano e, em caso de dúvida, utilizar as palavras em francês - resulta sempre! Daí iríamos apanhar o metro até ao Passeig de Gràcia - para caminhadas já lhes bastava o dia anterior! - e começar pela Casa Batló, do Gaudi. De seguida apanhávamos o bus turístico, que seria o nosso meio de deslocação eleito do dia. Nada mais longe da realidade. Começámos, efectivamente, pela Casa Batló, com uma fila gigante à porta. Na impossibilidade de apanhar ali o bus turístico, pela fila que a muito custo se ia escoando nos vários autocarros que passavam - e que só levam pessoas sentadas, daí a rotação não ser assim tão rápida! - fomos a pé até à Pedrera, para darmos de caras com uma fila que quase dava a volta ao quarteirão. A coisa não estava fácil e, como mais uma vez o bus turístico não era opção, fomos de metro até à Sagrada Família, que bateu aos pontos os outros monumentos em filas. Já a desesperar, reunimos de emergência e decidimo-nos a comprar o bilhete do bus turístico no posto de turismo. Mas foi de metro que fomos até à paragem seguinte, Lesseps, onde a minha irmã pôde ver a Biblioteca Jaume Fustell. Andámos mais de um kilómetro até chegarmos ao Parc Güell e a caminho tive uma óptima surpresa - não é que ali vendem o gelado da Olá que eu tinha adorado em Itália e não tinha voltado a encontrar, o Magnum Temptation? Comi logo um, ajudou à caminhada até ao parque!...Mais uma vez tanta gente que só à saída é que conseguimos perceber onde estava o famoso lagarto. Será que todos os "símbolos" nacionais têm sempre que ser exagerados na sua dimensão? Ele é este lagarto, o Maneken Pis em Bruxelas, a sereia em Copenhaga...enfim! Corremos o Parque, visitámos a Casa Museu - só porque a fila tinha apenas 100 metros e para ouvir o empregado a falar num brasileiro perfeito, apesar de não o ser, encontrar mil portugueses, e apanhar o comentário de uma empregada que dizia que estava mais gente naquele fim de semana que em Agosto!...À saída, e aproveitando que era hora de almoço, esperámos o tempo que foi preciso para apanhar o bus turístico que nos levou até à Avinguda del Tibidabo. Em vão esperámos o eléctrico e fizémo-nos à caminhada, que ainda levou uns bons 15 minutos, sempre a subir e ladeada de casas fantásticas, maioritariamente clínicas privadas.. Lá em cima apanhámos o funicular que nos levou a um dos pontos mais altos de Barcelona e a um Parque de atracções, onde não chegámos a entrar. Visitei eu a igreja, a vista ficou apenas na memória uma vez que a neblina espessa não permitiu grandes fotos, apesar do céu continuar completamente azul, e almoçámos por ali, ficando mais uma vez o serviço muito a desejar! O dia estava a passar a correr e descemos no funicular - o algodão doce continuou a perseguir-me, travei aqui conhecimento com a versão amarela, que desconhecia! - desta vez apanhámos o bus, o normal e o turístico, e paguei novo bilhete - não sabia onde tinha o meu...à primeira oportunidade, e esquecendo o frio, subi para o andar de cima, onde fiz o resto da viagem - de forma a rentabilizar o investimento no bus turístico e as poucas horas do dia que restavam, decidimos fazer o percurso dos dois autocarros non stop. Foi assim que vimos o Convento da Reina Elisenda, o Monestir de Pedralbes, o Palau Reial e o estádio do Barça. Trocámos na Avenida Diagonal, onde está o arranha céus horizontal L'Illa Diagonal, para novo bus e passámos na Estació de Sants, Plaça d'Espanya, Caixa Forum, Poble Espagnol e edifícios das Olimpíadas, em pleno Parc Montjüic. Já perto do mar, revimos o Mirador de Colom, atrvessámos a Villa Olímpica e passámos junto do Parc de la Ciutadella, saindo depois na Plaça de Catalunya. A fome já começava a apertar, ainda tentámos a sugestão do Manolo, o Quinze Nuits com fila gigante, e ficámo-os pela não menos boa ideia do Marc, o Atic, em plena Rambla. Ambiente muito cozy mas ao mesmo tempo refinado, a noite era de festa e pedimos o que nos apeteceu, até eu comi sobremesa, coisa algo inédita! O cansaço voltou a bater à porta da mãe e Noia e seguimos directas para casa, a pé mais uma vez, ainda com um passeio breve até à Torre Agbar para tirar umas fotos by night.
Samedi, le 3 novembre
Parabéns, Sá!! Adoptei novamente a liderança e marquei hora de saída de casa para as 8h30 - não ia sair de Barcelona sem ver os principais monumentos! Sem pequeno almoço começámos então pela Casa Batló. Valeu espera, a remodelação do edifício, no início do século, levou dois anos e resultou numa coisa completamente alucinada mas original! Dali fomos directas para a Pedrera, que só eu visitei. A fila ainda era considerável e deu tempo para tomar o pequeno almoço e para a minha mãe e mana verem uma exposição de pintura e uma loja diferente. Eu fiquei-me por mais uma obra do Gaudi, um apartamento de época, um terraço onde até as chaminés do fumo era torcidas de forma a companhar o movimento do fumo, e um sótão fantástico, enorme, cheio de arcadas e uma luz algo sinistra. Feitas algumas compras na loja do Museu fomos visitar o Mercat de Santa Caterina, onde tirámos a única foto em família e comemos uma salada de fruta deliciosa e noz de macadâmia! Almoço rápido na Pans & Company, logo a seguir a visitarmos uma exposição de arquitectura com propostas para remodelação de um estádio de futebol, e corremos depois as lojas de roupa todas até ao fecho, com passagem a meio pelo MACBA, museu algo alternativo e que vimos num instante, e pelo CCCB, que vimos apenas de fora...comprei um casaco de pêlo mega quente para as noites frias por menos 15€ que em Paris, um casaco preto, um vestido lindo talvez para a passagem de ano, um top, uma T-shirt vestido, uma camisola azul, uma camisa branca, e mais umas quantas coisas! Desafio foi trazer tudo de volta, mas passei com distinção! Tinha pensado ir ao Poble Espanhol à noite e jantar, mas as compras arrasaram com o plano e jantámos uma vez mais onde?... na Rambla! À hora a que acabámos as compras foi impossível arranjar lugar em qualquer restaurante decente e ficámos mesmo numa esplanada no meio da Rambla, de um restaurante chamado Brasil e onde a comida deixou algo a desejar!...nesta noite não foram as pernas que nos guiaram a casa mas sim o metro, se bem que a distânica que percorremos na ligação das linhas quase que era a mesma!



Dimanche, le 4 novembre
Mais uma vez a estratégia de madrugar valeu-nos entrada quase directa na Sagrada Família. A obra incompleta do Gaudi é, uma vez mais, impressionante pela sua megalomania e originalidade! Quiseram as obras que não apreciássemos os vitrais em todo o seu esplendor, mas mesmo assim fica uma imagem bastante positiva. Ainda no trilho dos edifícios da Noia, fomos de seguida para o Forum, numa das pontas de Barcelona e mesmo junto ao mar. O edifício é, realmente, diferente, e ainda demos um pulo à piscina de água do mar, "encaixada" no meio das rochas, em cima da praia - apesar do fresquinho havia mesmo quem se bronzeasse! Já na Vila Olímpica vimos o Casino e almoçámos por lá, com vista para o areal e mar e sob um sol que dava gosto! Comemos camarões, pães com tomate, salada russa e outras entradinhas que deram para emganar o estômago e, como sobremesa, o gauffre com gelado e chocolate quente que nos andava a perseguir desde o primeiro dia. Para fazer a digestão caminhámos ao longo da avenida, vimos alguns edifícios interessantes, e fomos para a catedral, que só eu e a minha mãe visitámos. Subimos ao topo de elevador mas quis o destino que descessemos a pé, uma vez que o bendito aparelho se avariou! Já se fazia tarde e fomos a pé até casa por um caminho alternativo, durante o qual ainda passámos pelo imponente Palau de la Música. Deixada a minha mãe e a noia no táxi, depois de uma luta feroz com a mala que teimava em virar-se em pavimentos não lisos, segui a minha viagem sozinha. Fui directa para a Plaça d'Espanya, e subi a Avenida Reina Mª Cristina, fechada ao trânsito por estar a decorrer uma feira. No cimo, ao fundo, o imponente Museu Nacional d'Art de Catalunya, precedido pela Fonte Luminosa mas sem água a correr...visitei a Caixa Forum, cheio de exposições gratuitas, uma delas sobre Portugal, e num edifício antigo muito bem re-aproveitado. Passeei-me pelo Poble Espagnol ao som de Tango, e regressei a El Raval, onde me perdi novamente nas ruelas estreitas...a minha noite seria curta e uma vez que o Marc não estava disponível para jantar encaminhei-me calmamente para casa, onde tentei dormir um sono muito irrequieto, sempre com pesadelos e medo que o despertador não tocasse, às 3h da manhã...

Lundi, le 5 novembre
Não só acordei a horas, como recebi a caução do apartamento e o meu avião não se atrasou...Às 6h da manhã era o primeiro a partir, era bom que não houvesse atrasos!! Parece que trouxe o bom tempo de volta a Paris, que passou o fim de semana no meio do cinzento...Apesar de ter ido com as expectativas demasiado elevadas - é a cidade preferida de muitos amigos meus! - e ter havido alguns conflitos de interesses, pelo menor de início, a viagem foi memorável!

PARABÉNS!

A ti, Noia, por já seres arquitecta!!!

E a ti, André, por teres seguido os teus sonhos!

BOA SORTE!!