Samedi, le 06 octobre
Após os 4 banhos madrugadores, optei por esperar que a água quente voltasse e acabei de ver o filme da noite anterior. Um pouco violento, não tão explícito quanto poderia ser, tinha mais expectativas mas no geral gostei bastante. Levantei-me cheia de energia e decidi-me a descobrir algumas coisas em Paris há muito adiadas. Comecei então pelas catacumbas, onde o maior desafio foi claramente encontrar a entrada! A descida é longa e os túneis têm mais de 300kms, se bem que apenas percorremos uma ínfima parte, rodeados dos esqueletos e ossos de mais de 6 milhões de corpos, mais de metade da população de Paris. De volta à luz do dia, já na companhia de um americano e de um italiano que conheci lá em baixo, decidi o trajecto do resto dia. O Eliseu, ou melhor, seguindo a sua sugestão, o Gonçalo E., juntou-se a mim, com o primo Miguel, no cemitério Père Lachaise. O americano entretanto já tinha ido dar uma volta, estranho, o rapaz!, e fizémo-nos à aventura...não fazia ideia da quantidade de campas de famosos por aquelas bandas, e tivémos mesmo que nos socorrer do mapa de uma espanhola tatuada e gótica e de um israelita muito simpático, ambos em Paris para estudarem francês, para encontrarmos o nosso caminho até às campas mais conhecidas. Começámos então pela do Oscar Wild, sem dúvida a mais interessante e original, coberta de lábios, continuámos até à Edith Piaff, e desencontrámos algumas outras até chegarmos à do Jim Morrison, ficando algo desiludidos. Não havia gente a fumar ou a dançar ou a tocar, apenas uma multidão enorme à volta de um túmulo que mal se distinguia de tantos outros!
Os estrangeiros deixaram-nos no restaurante da esquina, o Coin de L'amour (a confirmar o nome!), com uma prenda de despedida do israelita - folhas de sabão, directamente da Índia. O almoço foi maravilhoso, o sol estava fantástico e deu mesmo para bronzear, enquanto saboreávamos pato e entrecôte acompanhados de vinho da casa. Continuámos depois até à Île de Saint Louie, onde de sobremesa provámos os gelados Amorini, sem dúvida muito melhores dos que já havia provado, a manga sabia mesmo a manga e desfazia-se na boca! Aproveitámos o pôr do sol à beira rio, onde o Gonçalo E. ainda passou pelas brasas e eu e o Miguel conhecemo-nos um pouco melhor. A paragem seguinte, com passagem rápida à entrada do Instituto do Mundo Árabe, foi a Mesquita, para um saboroso e quente chá de menta e um narguilé, debaixo de um céu limpo e já escuro. O grande jogo Nova Zelândia - França aproximava-se e tivémos apenas tempo de passar em casa do Gonçalo E. para ir buscar roupa para a ameaçadora noite fria e encontrarmo-nos com o Luís junto do Hotel de Ville, aquela hora a rebentar pelas costuras de tanta gente! Dada a impossibilidade de ver o jogo dali, seguimos a pé até Ódeon, de bar em bar, até que os meninos optaram por um e eu segui viagem sozinha, pelas ruas de Paris a descobrir a Nuit Blanche. O conceito é simples, uma noite em que está tudo aberto, transportes, museus, e muita animação de rua. Comecei pela Pont des Arts, coberta de cobertores e almofadas insufláveis do patrocinador daquela instalação, e pequenas televisões que transmitiam o que se passava num grande écran mesmo no meio da ponte. O Louvre estava sem grande animação, mas as Tuileries surpreenderam - que espectáculo de fogo, velas ao longo de todo o caminho e nos lagos, esferas de candelabros gigantes, bolas de fogo pelo ar, braseiras a cada passo, velas suspensas! Decidi-me então a percorrer a linha 14 do metro, enquanto o Gonçalo E. se certificava que estava tudo bem comigo, começando pelas Olympiades. Aí conheci um francês muito simpático, mas aquela hora e depois de ter passado um tempo interminável a falar com o americano em francês, pedi-lhe encarecidamente que continuássemos em inglês, desejo ao qual ele acedeu prontamente. Tinha 30 anos, a fazer um mestrado em direito e com um espíritio muito jovem e aventureiro. Vimos então a projecção de gigantes, as instalações dentro de automóveis espalhados pelas ruas, e dirigimo-nos para Bercy, onde estive pela primeira vez. Aqui o ambiente era bem mais convidativo, à entrada do parque e ao som de música africana, várias espreguiçadeiras viradas para alguns écrans com diversas imagens. Mais à frente, e na escadaria do estádio, um écran gigante, e já perto da biblioteca - como gostei daquela zona, cheia de árvores, espaço aberto, uma ponte de madeira gigante e moderna, sobre o rio e vários barcos bares atracados, muito animados! - encontrámos várias, como dizer, atracções! Desde pintores em sistemas inovadores, a representações de teatro algo estranhas, havia de tudo um pouco! A hora ia avançada para o rapaz (é verdade, não me lembro do nome dele, foram nomes demais para um dia!) que ainda tinha que apanhar o combóio, e deixei-o na Gare de Lyon e continuei para Saint Lazzare, na esperança de encontrar uma instalação com simulação de neve. Não encontrei essa mas outra bastante engraçada, com cubos e balões gigantes, a serem pintados em directo! Ainda considerei a hipótese de tentar visitar o Museu Rodin, mas aquela hora arriscava-me a ficar sem metro e a probabilidade do Museu estar aberto era deveras reduzida...segui então para casa e ainda falei com o Tiago - era uma data com significado!
Dimanche, le 7 octobre
Acordei com calma e decidi deixar o Gonçalo E. descansar. Afinal, tinha recebido a última mensagem dele às 7h e pouco e pareceu-me bem deixá-lo dormir mais um pouco. O meu destino era Versailles, há muito adiado, e o dia prometia! O fim de semana, aliás, foi de sonho, o sol não parou de brilhar e o bronze já se nota! À chegada recebi o telefonema do Gonçalo E. que afinal se ia juntar, e esperei por ele na esplanada, enquanto tomava o pequeno almoço e consegui ler toda uma Cosmopolitan em francês! Ok, não tem assim tanto para ler e passei rapidamente ao meu Nicolas, que a Cristina tão simpaticamente me ofereceu na festa Internacional do Chili! Visitámos então o castelo, que é colossal, magnífico, ainda em recuperação mas não perdendo uma ponta da sua majestosidade, ao som do nosso audioguide, e apressámo-nos para o jardim para aproveitar ainda o sol fantástico à beira do lago! Eu continuei no Nicolas, em voz alta para treinar a dicção, e o Gonçalo dormiu que até ressonou - esta parte não era para dizer! Infelizmente não pude tirar fotos por falta de bateria na máquina e infelizmente falhei o almoço do Carlos, que ao que consta foi muito divertido, mas estava numa de introspecção, outras oportunidades virão! Já ao anoitecer decidimos não ficar para o espectáculo de fim de semana de Versailles, e após um jantar rápido no MacDonalds voltámos a Paris, onde passei rapidamente em casa e segui para casa do Ricardo, para pormos alguma conversa em dia.
2 comentários:
cof cof, desculpa, ei!
qd foste jantar à cité, por muito evidente que fosse a minha ausência momentânea por motivos profissionais, a comida que degustaste foi por mim elaborada. o paulo nem a garrafa de vinho abriu!
pronto. está reposta a verdade. podes prosseguir. :p
N ERA FESTA INTERNACIONAL DO CHILI!
é FESTIVAL INTERNACIONAL DO CHILLI DE PORT ROYAL SFF!
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