03/07/2007

La Bella Italia I - ROMA!!

Vendredi, le 22 juin, PARIS - ROMA - FRASCATI

Citando o André , "ROMA também gostou muito de vos ter por cá". Sei também de fonte segura que o Paulo é da mesma opinião. Também nós adorámos Roma e a vossa companhia! Mas tudo a seu tempo!

Deixámos a chuva de Paris muito depois da hora prevista - eu, o Gonçalo e a Isabel. Após a atribulada viagem de autocarro Paris - Beauvais, onde quase íamos tendo um acidente, chegámos ao aeroporto à hora marcada para descobrirmos que o vôo estava atrasado uma hora. Do mal o menos, sempre tínhamos tempo para jantar e partimos em busca do McDonalds que ficava ainda bem longe do aeroporto, por caminhos nada pedonais. O preço dos menus estava completamente inflacionado, a Isabel, ao que consta, ainda "agrediu" uma criancinha e já com os minutos contados iniciámos o caminho de volta. Qual não é o nosso espanto quando, ainda a meio do caminho e sem aviso prévio nenhum, um autocarro encosta, faz marcha atrás e dá-nos boleia porque o condutor nos tinha visto a sair do aeroporto quase 1h antes!! Novo atraso do avião, tentativa de dormir nos bancos do aeroporto

e finalmente embarcámos, 2h depois do previsto - o Jogo de Gestão Global é que sofre. Ao menos o voo foi calmo e fomos recebidos por uma onda de calor - que saudades! - e pela Catarina, que já tinha chegado umas horas antes. Há apenas um táxi no aeroporto e tentamos negociar o preço, num mix de francês, espanhol e portugês, que niguém, mas ninguém fala inglês. O taxista troca logo o número de telefone comigo e um par de beijinhos - tipos abusados! -, e promete um passeio pela cidade para o dia seguinte mas decidimos mesmo chamar um táxi recomendado pelo nosso American Express e sempre pagámos menos 10€ do que o preço que nos tinham proposto inicialmente. Chegámos a Frascati, a Sintra italiana, e instalámo-nos no palácio do Paulo e do André, os nossos belíssimos anfitriões - OBRIGADA!! Entre sala e quarto do André, lá nos ajeitámos e dormimos de janelas abertas, era tanto o calor que se fazia sentir!

Ponto baixo: atraso de 2 horas do vôo
Ponto alto: a boa recepção dos anfitriões e a óptima temperatura ambiente


Samedi, le 23 juin - FRASCATI - ROMA - FRASCATI

4 horas de sono chegam. Tiveram que chegar. 4 longos banhos fizeram-nos perder o comboio e ganhámos assim tempo para tomar o pequeno almoço - afinal tínhamos quase 1h para preencher! Pedir em Itália é um filme. Quem julgar que os empregados em França são arrogantes desengane-se, em Itália é que parece que nos estão mesmo a fazer um favor e nem se esforçam para compreenderem o que lhes estamos a pedir. Sim, continuam todos sem falar inglês. Estranhamente, segundo os anfitriões, tivémos que mudar de comboio a meio do percurso, e aterrámos em Roma Termini, ponto de partida para a nossa visita turística. Depois de recolhidos os mapas, começámos por visitar uma igreja de tijolos que acumulava funções de terma e centro arqueológico, segundo o mapa, vimos a Praça da República - nunca vi fontes assim, com o fundo tão limpo, apetece mesmo tomar banho!! -, descemos a Via Nazionale - onde tive o meu primeiro encontro imediato com a condução italiana, quando o condutor não parou na passadeira e quase que fui atropelada -, que desemboca na Piazza Venezia, com o "bolo de noiva" ao centro - como sabemos nós isto? Não graças a placards informativos junto dos monumentos, algo desconhecido em Itália. A informação disponível é demasiado reduzida e mais uma vez recorremos constantemente ao nosso guia inseparável. Obrigada também, Fred, pelo maravilhoso roteiro que nos preparaste e que tão útil nos foi!

As primeiras impressões são óptimas. A cidade é cheia de cor, os tons pastel, quentes dos edifícios - vividos, não degradados - lembram cenários de filmes de outros tempos e sinto-me em casa. Parece uma cidade da América do Sul, o clima sem dúvida a ajudar muito, a descontracção das pessoas, o trânsito caótico e completamente desorganizado...tudo parece familiar, tudo transmite uma sensação de segurança e bem estar. Aqui e ali uma fonte que dá imensa vida e de onde se pode sempre beber água - muitas garrafas enchemos nós!-, as cúpulas que se avistam de todos os pontos altos da cidade, os monumentos, imponentes, que remetem para outras épocas. Roma é fantástica.

Visita rápida pelo Forum Romano, Trajano e Campidoglio - onde a Isabel e o Gonçalo negociaram os chapéus que claramente se tornaram símbolo da viagem! -, e após alguns longos minutos na fila, visitámos o Coliseu. Não tinha grandes expectativas por isso até fiquei agradavelmente "surpreendida" apesar de ter que confessar que preferi o Coliseu da Tunísia. O almoço foi em jeito de picnic, com a merenda comprada no supermercado mais próximo, e continuámos para o Palatino, numa busca incessante de locais não indicados e que acabámos mesmo por não encontrar. Enquanto esperávamos pelo André e Paulo - que sem querer, mandei para o Capitólio, desculpem! - fui largamente presenteada por um passáro de espécie desconhecida. Sorte que a casa de banho estava ali mesmo ao lado, e que o calor convidava ao uso de indumentária reduzida pelo que apenas tinha pele para limpar e um pouco de cabelo - não me fiz de rogada e praticamente ocupei todo o espaço masculino, onde quase tomei banho! Prosseguimos para o Circo Massimo, um descampado, onde novamente nos desencontrámos dos nossos anfitriões. Chegados ao rio decidimos voltar para trás para os ir buscar, sob pena de continuarmos ad eternum naquele caça gato rato. Reunido o grupo dos 6, visitámos o Panteão - onde assistimos a um concerto do coro -, passando pelo pelo bairro judeu e várias praças. Um geladinho veio mesmo a calhar, e experimentámos entre todos praticamente todos os sabores existentes! Na Fontana di Trevi deitámos a moedinha da praxe, no meio das centenas de turistas que esperavam a sua vez para se sentarem na borda da fonte, na Piazza Navona ficámos fascinados com as fontes, comércio de rua, homens estátua - há-os por todo o lado! -, artistas de origami e novamente os edifícios, especialmente as varandas de último andar. Já a caminho do jantar, atravessámos uma outra praça com um aquário gigante associado a uma acção de libertação e cheio de chaves. Não percebemos muito bem o funcionamente da coisa, mas pelo sim pelo não levámos cada um uma chave de recordação! :D


Passámos pela primeira vez o rio, numa ponte que faz lembrar um misto de Praga e Paris, e depois de bater algumas chapas (muito boa, esta expressão!) entrámos num bar muito, muito simpático, com um conceito muito interessante: paga-se a bebida e tem-se direito a buffet ilimitado. Bem abastecidos, comemos e bebemos na rua, no chão, numa roda que não parou de crescer. Juntaram-se portugueses e espanhóis, amigos do Paulo e André, e fizémos uma sessão fotográfica bastante animada e digna de calendário, versão masculina e feminina, com e sem chapéus! Atrasos no bar ainda valeram uns cocktails de graça - ok, não era suposto mas o bar nem se apercebeu e ficámos todos contentes! O jantar soube a pouco e foi colmatado com pizza ao talho, como não podia deixar de ser, e para sobremesa alguns bares no centro, onde aproveitámos a happy hour half the price. Separámos-nos depois dos nossos anfitriões (que, ao que consta, tiveram ainda uma noite bem longa e surpreendente - http://infrascati.blogs.sapo.pt/), em busca de um táxi, que mais uma vez nos queria enganar e cobrar o regresso.






Ponto baixo: o não conseguir ficar até mais tarde para acompanhar a noite mítica que se seguiu
Ponto alto: Roma, fantástica surpresa em todos os aspectos!


Dimanche, le 24 juin - FRASCATI - VATICANO - FRASCATI

Como país latino que é, devíamos ter suspeitado que os horários dos comboios seriam diferentes ao Domingo. "Perdemos" o comboio das 9h, que não existia, e fomos tomar o pequeno almoço ao sítio do costume. Que, apesar de ser o mesmo café, não tinha nada a ver com o dia anterior - a ementa era completamente diferente! Percebemos finalmente que comer na esplanada, apesar de sermos nós a levar os pratos, equivalia a duplicar os preços, e que os italianos têm a mania de simplificar as contas cobrando o primeiro valor que lhes vem à cabeça a todos os presentes, por igual, independemente do que tenham pedido! Nova troca de comboio a meio do percurso, e fomos directamente de metro para o Vaticano, onde chegámos mesmo a tempo de nos juntar à colossal multidão, na majestosa Praça de São Pedro, a ver o Papa discursar! O calor apertava à séria, mas decididos encaminhámo-nos para o Museu do Vaticano, que naquele dia, dia de São Pedro (será?) encerrava especialmente cedo. Por ser o último Domingo do mês a entrada era gratuita e por isso mesmo estranhei não haver fila. Chegámos cerca de dois minutos antes do fecho e corremos o museu de uma ponta à outra, em passo rápido, ficando cada vez mais espantados com a opulência e ostentação de salas e tesouros - na capela Sistina o Gonçalo e a Catarina ainda tiveram a honra de ficar sozinhos na sala para um última fotografia. Arranjar almoço foi tarefa bastante difícil e optámos mesmo por um dos menus que anunciavam na rua e experimentámos a nossa primeira pizza em Itália. De tarde visitámos a Basílica de São Pedro e a Pietá, subimos ao topo da cúpula após cerca de 300 degraus em espiral e apreciámos as vistas. O calor convidava ao gelado e aceitámos o desafio do Fred para experimentar o melhor gelado do mundo na Old Bridge, junto às muralhas do Vaticano. Fresa, Flor di latte e outro sabor que não me lembro foram a minha escolha - confirma-se, são realmente bons, mas agora deixo eu aqui o desafio a quem o quiser aceitar: gelado de nata na Concianata, Avenida de Igreja em Lisboa, é que é o melhor gelado do mundo! O dia já ia longo e ainda tentámos visitar o Castelo ... mas já tinha fechado. Indecisos entre apanhar o autocarro ou ir a pé até à estação dos comboios, optámos pela marcha - "ah, é só um palmo no mapa!" -, e ao fim de uma hora a passo rápido chegámos ao destino, para apanhar o último transporte daquele dia para Frascati - valha-nos o São Pedro que alterou os horários todos! Esperava-nos uma surpresa - boa! Os nossos anfitriões cozinharam e convidaram-nos para uma frascheta, tradição que deu origem ao nome da cidade. Ao que consta, marinheiros e outros comerciantes e viajantes de passagens por aquelas bandas noutros tempos costumavam levar a sua caça/pesca para as tabernas e aí pediam apenas as bebidas. Num grupo bastante internacional, de portugueses, espanhóis e franceses, jantámos muitas iguarias caseiras e pagámos apenas o vinho - que até se bebia bem -, e acabámos a noite quente a experimentar granizado na praça central em amena cavaqueira! Faz lembrar os picnics da Pont des Arts, versão mais civilizada! Viva a Frascheta!!


Ponto baixo: a desorganização dos transportes e o ninguém falar inglês
Ponto alto: a Frascheta e não termos apanhado filas no Vaticano


Lundi, le 25 juin - FRASCATI - ROMA - Precalço, alteração de planos - OSTIA - FRASCATI

Desta vez tentámos mesmo apanhar o comboio das 9h30 - adivinhem, não apareceu! Atrasadíssimo e sem explicação, ainda tivémos novamente que trocar e ficar mais de 30 minutos parados, na estação. Após várias deliberações sobre ordem de acontecimentos para aquele dia - tínhamos que ir buscar o carro às 13h e o atraso nos comboios obrigou-nos a rever a estratégia -, optámos por ver o que ainda nos faltava, abdicando da residência dos Medici e outras atracções - já dizia alguém que devemos deixar sempre alguma coisa para ver numa próxima visita! Começámos pela Piazza del Popollo, onde quase tomei banho na fonte, e passámos na Piazza di Spagna, onde obviamente subimos os degraus - ok, não todos, mas pelo menos ficou o registo fotográfico! De metro fomos então à Hertz, onde esperámos bastante por não percebermos que podíamos ir até à garagem, e após termos o nosso fantástico Panda fizémo-nos à estrada com a Fi ao volante. A excitação era mais que muita, conduzir em Itália é um desafio, e tínhamos decidido - vista Roma -, que poderíamos aproveitar a tarde para ir até Siena. Nada mais longe de acontecer quando nos enganámos no caminho (aliás, não sabíamos muito bem o caminho!) e ao tentar fazer inversão num sítio onde não se podia e no meio de muitos comentários, Vira!, Vira!, virei mesmo e bati na mota que me ultrapassava pela esquerda numa estrada de fila única. Pânico e muitas asneiras, certificámo-nos que o condutor estava bem - apenas uns arranhões no ombro - e passámos às formalidades. Mais de uma hora à espera da polícia ou equivalente, preenchemos as declaração amigável e fomos cada um à sua vida. Abortámos o plano de Siena, que já se fazia tarde, e julgámos bem ir até à praia, merecíamos!! Após algumas indicações - de boa vontade, não dúvido! - erróneas do nosso anfitrião André, e equipados de bikinis e fatos de banho, chegámos a Ostia perto das 19h para um banho de água quente que nos soube pela vida! Apanhámos ainda um solinho bom, no meio daquela areia escura, mas o pôr do sol não tardou e recolhemos ao conforto do carro, não sem antes passar pelos labirintos de partilha de areal em blocos e desesperar por encontrar a saída da praia, apenas possível com uma chave - surreal!!! Visitámos então Ostia Antica, dentro das muralhas, localidade pequena mas muito simpática e onde jantámos uma pasta divinal - servidos por um empregado que, espantem-se, falava inglês!! Para uma boa digestão nada como umas fotos ao luar e aos milhares de gatos que para ali andavam - Willie, continuo a preferir-te a ti! A chegada a casa fez-se perto das 23h, e deu direito a conversa e alguma gozação com a antecipação do pagamento dos estragos do carro. Para terminar bem a noite, e no aconchego da cama e do calor da noite, nada como adormecer ao som de Ally McBeal.

Ponto baixo: o acidente de carro
Ponto alto: a praia e banho de mar

2 comentários:

Anónimo disse...

Queria ter tempo e paciencia para postar textos deste tamanho. Viva o ICEP!!! ;-)

Ahhh, jogar aos carrinhos de choque, convem ser com carrinhos, pois as motinhas doi mais...

Hyaat disse...

Espectacular! Também quero! Estou nas minhas 2 últimas semanas de Deloitte e o tempo demora muito a passar. Estou farto de esperar pelo início de 3 semanas e meia de férias... Enquanto isso não acontece, vou viajando um pouco com os teus posts!
Muito bom! Thanks!