24/07/2007

Orleans não fica na zona 4 - essa aprendi!

Este tempo está a deixar-me louca, autêntico país tropical!!!

Lundi, le 16 juillet
Passo o dia com tonturas e vou para casa à tarde. Dediquei a noite a trabalhos manuais e à conclusão da prenda para a minha mamã. O Ricardo entretanto passou lá em casa para se despedir antes de ir quase uma semana para Portugal e tratou muito bem de mim, com ovinhos mexidos e tudo! Os meus pés continuam a queixar-se das mazelas...

Mardi, le 17 juillet
Ainda em recuperação das tonturas, trabalho a partir de casa e termino o dia com uma sessão de cinema a preços exorbitantes, quase 10€ o bilhete! A escolha recaiu no Raisons d'État, que é como quem diz, The Good Shephard, obviamente em versão original - filme muito interessante mas bastante complexo, com muitos nomes e informação nas entrelinhas!

Mercredi, le 18 juillet
Apetecia-me aproveitar o dia mas não arranjei companhia nem para o bowling, bingo ou outro programa qualquer!! Acabei por passear um pouco nesta bela cidade e imprimir a prenda da minha mãe nos Champs Elysées. O jantar esperava por mim quando cheguei a casa, beringelas recheadas, e antecedeu um "belo" filme, Just Friends, que não recomendo nem ao meu pior inimigo!

Jeudi, le 19 juillet
O tempo piorou mas não afrouxou os ânimos e foi animadamente que nos juntámos todos (eu, Gonçalo, finalmente o Tibo, a Isabel, o António, já com muitas saudades da família e ansioso por se juntar a ela em Portugal, o Zé, promotor do evento, a Maria João e o seu co-locataire, a Maria, Rita, a Julie, o João, o Diogo e a Sofia, que andam a aproveitar o facto de terem quem lhes tome conta da Teresinha!, o Ricardo e a sua visita, a Inês e mais algumas pessoas) para um belo de um picnic na ponta da Îlle de Saint Louie! O meu repasto incluiu um sushi comprado no meio de uma barafunda de carros de bombeiros e um atraso considerável por andar perdida na outra ponta da ilha! A noite foi puxada para alguns, que adormeceram agarrados à viola, e para outros, que só queriam arranjar confusão! A chuva que ameaçava o dia todo acabou depois por nos acompanhar até ao metro...

Vendredi, le 20 juillet
As hostilidades da noite iam ser abertas inicialmente num barco no Sena, na festa italiana do branco, mas actualizaram-se os planos com uma pequena cremaillère em casa do Rodrigo. Eu e o Gonçalo iniciámos as nossas chez nous, com pizza caseira e umas belas morangoskas, e juntámo-nos ao grupo depois no chateau de beaubourg - que bela casa, Rodrigo!, após termos deambulado perdidos e apanhado o Jorge em frente ao Pompidou, que veio aproveitar o bom tempo de Paris (em Londres a coisas parecia estar mais preta!). Após muitas desistências os resistentes continuaram para o Globo, das piores discotecas onde estive na vida! Sorte que negociaram as entradas das meninas, que não pagaram, mas não invalidou o facto da discoteca estar vazia e de passar uma música horrível! Valeu mesmo pelas pessoas, que fizeram daquele antro um sítio bem divertido!

Samedi, le 21 juillet
Começo o dia com uma corridinha até ao Parc Citroen em jeito de preparação para o percurso turístico do dia - eu e o Jorge começámos nos Invalides e deitámo-nos no Champs des Mars 20 minutos, o suficiente para apanhar um escaldão e ficar com a marca do top!! Seguiu-se uma subida à torre Eiffel a pé, e continuámos até ao Arco do Tiunfo, via Trocadero, e descemos os Champs Elysées e Concorde para apanhar um solinho nas Tuileries. Revelámos a criança que havia em nós na feira popular, onde andámos numa das diversões, e vimos o Louvre, a Pont des Arts e a Paris Plage ao longo do Sena - estrados de madeira ou areais improvisados, decorados com vasos de palmeiras! Encontrei o Gonçalo em casa e cozinhei um arrozinho com camarões fritos e molho de côco, acompanhados de morangoskas (obrigada, restaurante italiano, pelo gelo em duas noites consecutivas!) e seguimos para a festa em casa da Isabel em jeito de cremaillere! O grupo quase todo fez a noite na Favela, mas eu, o Gonçalo e o Jorge fomos descobrir novos poisos, começando pelo Le Cab, com nome na guest list. O sítio é engraçado e ao menos não pagámos para entrar, mas está cheio de anoréticas e gays e o tecto é tão baixo na maior parte dos sítios que até causa alguma claustrofobia! Tirando isso, a música não era nada má! Seguindo a sugestão de uma amiga do Jorge, fomos a pé até aos Champs Elysées onde começámos por tentar o Milliardaire, um clube privado onde não nos deixaram entrar...no VIP repetiu-se a cena, festa privada dizem os porteiros, e ficámos pelo caminho quando tentámos procurar o Étoile, que ninguém sabia onde ficava! Finalmente resignámo-nos ao Queen, que às 3h da manhã ainda pedem 20€ à entrada e eu e o Gonçalo regressámos a casa, deixando o Jorge entregue a si próprio - consta que a noite não lhe correu nada mal e que conseguiu entrar no Milliardaire! :D

Dimanche, le 22 juillet
Toque de alvorada cedinho, muitas desistências depois da noite violenta mas os resistentes - eu, Gonçalo, Isabel e António - fomos até Orleans visitar o Luís Barroso, que se mudou para lá durante uns meses. Não sei quem passou o tempo todo a queixar-se do frio e tal, o dia não prometia grande coisa, mas o tempo revelou-se depois uma óptima surpresa! E não, Orleans não fica na zona 4, Filipa, o teu passe não dá para lá chegar! Depois de um belo almoço fomos até ao lago para a prometida canoagem! O tempo abriu como que por milagre assim que entrámos na águas e foram horas de risada, muito esforço de braços e alguns cortes nos pés que o Loire até tem rápidos e custa a ficar parado no mesmo sítio quando as canoas viram e temos que esvaziar a água! Para terminar em grande, nada como uns banhos de sol e sesta a aproveitar a óptima temperatura - cuidado com os escaldões, António! Encher a barriga antes de voltar e receber depois o Ricardo, de volta a Paris!


NOTA: a falta de ilustração fotográfica dos posts deve-se ao facto de me terem roubado o carregador da bateria da máquina em Sicília - situação já resolvida este fim de semana!

20/07/2007

De pequenina...

...é que vêm as melhores recordações! Presta-se aqui uma pequena grande homenagem à minha infância. Sempre que por terras distantes ocorrem-me frequentemente pensamentos relacionados com os bons velhos tempos. Foram muitos. Desde os acampamentos em Porto Côvo, os meses na Praia Grande, as férias em Ponte de Lima, e passando sempre por Setembro em Cabanas.

Verão que é Verão inclui sempre Cabanas e pequenos prazeres como as bolas de berlim compradas na casa da senhora que as fabrica, de manhazinha e ainda quentinhas, o fazer das tranças - horas que a minha mana perdeu a entraçar-me o cabelo, sempre com a ajuda da Bruna ou da tia Amelinha! -, ou as cadelinhas (conquilhas), quer sejam apanhadas por nós - uma tradição que fazemos por prolongar no tempo e através de gerações, a Sofia vai estrear-se este ano! - quer seja num qualquer restaurante onde já somos tratadas como habitués. TratadAs, porque na realidade somos sempre só quase mulheres. O grupo começou por incluir família próxima, afastada e amigos de amigos e com o tempo foi tornando-se restrita, à medida que os filhos crescem as férias reduzem-se e cada um tem a sua vida. Já os colegas da minha mãe dizem que ela é uma sortuda porque as filhas continuam a querer passar férias com elas! E a verdade é que passamos o ano à espera de Cabanas - a nossa rotina dos sumos de laranja e cartas no bar, a meio da tarde, na praia, as carreirinhas, o estacionar do carro durante dias e andar sempre a pé, os matraquilhos e um jogo alternativo de snooker, vem quem acerta mais vezes com a bola branca no buraco!, por vezes a pesca ou caça ao isco, os amigos (Hugo, sem dúvida indissociável de Cabanas), o fazer as sandes, os carregar o estaminé todo para a praia, os jogos de raquetes em que nem eu nema minha irmã acertamos na bola!...houve tempos em que atravessávamos a ria a pé, hoje em dia só se passa de barco. Também a praia era diferente, os nadadores salvadores nossos amigos. A realidade evolui mas a vontade de voltar fica para sempre, e todos os amigos que por lá passaram ficaram com o gostinho para a vida!
Também a Praia Grande me traz das melhores recordações da minha vida...o cheiro dos pinheiros, o sabor dos pinhões são suficientes para me trazerem lágrimas de felicidade aos olhos!! Passei lá muitos Verões com a minha mana e os meus primos Sara e António, aprendi a andar de bicicleta e parti os dentes da frente quando travei com o travão da frente numa descida, descobri que tinha medo de alturas quando trepei a um telhado e não consegui descer, passei horas à procura de pinhas e partir pinhões e enchi a roupa de mãos de resina, fiz cabanas de madeira e de almofadas com as cortinas, moemos o juízo dos adultos a brincar ao jogo de não poder tocar com os pés no chão e andar só por cima dos sofás e móveis, brincámos às escondidas, apanhada, piscinas nos baldes, muitas caças ao tesouro, acordámos milhares de vezes o meu pai de manhã a pedir uns cêntimos (na altura chegavam!) para ir comprar flocos de neve divididos nem sempre irmamente entre todos, apanhámos piolhos - que paciência, Sara!, comemos muitas maçarocas de milho no churrasco, morri de medo a dormir num quarto com 4 pessoas, num divã, atormentada pela ideia de haver aranhas no armário onde escostava a cabeça! Passámos dias e meses naquela casa e páteos sem nunca nos fartarmos, sem precisarmos de ir à praia - onde nunca conseguia tomar banho por causa das ondas! Ainda hoje adoro lá ir e como sempre pinhões, partidos com uma pedra da calçada no muro banco do páteo mais reservado da casa.

Adoro relembrar a minha infância. Não que não seja feliz agora, mas por ser uma altura em que apenas vivia o momento, sem me preocupar com o futuro, com as pessoas de quem mais gosto - a minha família! VIVA A INFÂNCIA!

Nota: acho que nunca cresci realmente! :D

16/07/2007

Novas Mazelas

E a chuva de volta em grande, depois do magnífico dia de ontem!! O dia saudou-nos molhado,resultado da chuva noturna que se prolongou pelo dia inteiro...menos mal, ao menos assim posso voltar a usar sapatos fechados que uma das minhas novas aquisições desfez-me os pés...por 3€ não se podia esperar muita coisa! :)


AS AQUISIÇÕES



AS MAZELAS

10/07/2007

And I'm back to...Paris!

De volta a Paris, para aproveitar e conhecer o que de melhor esta cidade tem!! Mais duas semanas passada, mais de uma semana de chuva ininterrupta, associada a um frio que mais parece que estamos no Inverno - alguém me explica o tempo??? Escusado será dizer que o estado de espírito não é o melhor, este tempo deprime qualquer um...Na 6ª, de um dia para o outro, chegou o Verão em força e a temperatura aumentou uns 15 graus, sem exagero!

Ainda umas breves palavras relativas a dias antes da minha partida para Itália. Tentativa de ver concerto gratuito de Adriana Calcanhoto, com a Isabel, mas à bela maneira portuguesa a lotação da sala esgotou e ainda tentaram prolongar com cadeiras pelo corredor fora - resultado, era o mesmo que ouvir o cd, nem sequer beneficiávamos da acústica da sala, e verdade seja dita que os temas que estavam a tocar eram algo estranhos, parecia música medieval! À saída e de acordo com o país tropical em que estou a viver, caiu uma chuvada e trovoada e depois de umas breves compras nos Champs Elysée, enquanto esperava que a chuva parasse, corri para casa, onde cheguei a pingar!!

O Zé, finalmente, fez a sua cremaillere (uma das muitas mas aquela para a qual fui convidada!) e conheci a famosa casa em que é preciso baixar-se para entrar no quarto! O bairro é calmo e simpático, e a casa, apesar de pequena, é muito acolhedora e bem aproveitada. A lista de convidades era selacta ou não fosse o espaço apertado e contava com o anfitrião, moi même, o meu housemate, a Isabel, a Sofia, Diogo e Teresinha, o António, a Maria João, o Gonçalo, a Inês e ainda outros dois colegas do Zé. A ementa muito diversificada e composta de vários petiscos estava divinal e deu mesmo lugar a um certo carrossel! Nesse mesmo dia fiz o meu primeiro bolo de côco, mas ficou mesmo por casa...

Na véspera da viagem para Itália, jantar na Pizza Hut com o Gonçalo e encontro em Chatelet com um representante do Contacto de anos idos, para seguirmos para a festa da música que animou Paris um pouco por todo o lado! A noite prolongou-se ainda com a saga da preparação das malas...a semana seguinte já conhecem!

Dimanche, le 01 juillet
Já de volta a Paris, num Domingo que nem amanheceu muito mau, comecei por ir buscar o meu computador ao escritório e fazer umas compras para casa - obrigada contactos que pernoitaram na nossa casa pelo vinho e arrumação, nem parece que recebemos 3 visitas!! O Ricardo chega de Itália e encontro-me com ele para tentarmos resolver a o facto de ele não ter chave para entrar em casa, mas sem sucesso, pelo que seguimos juntos para minha casa, onde jantámos todos algo fruto da minha imaginação! A ementa era composta por uns belos peitos de frango enrolados em presunto com pimento, arroz de chouriço e espinafres com queijo, acompanhado de um belo vinho branco.

Lundi, le 02 juillet
PARABÉNS EDU!
Mardi, le 03 juillet
A chuva continua persistente, noite e dia. Experiência de beringelas recheadas para jantar muito bem sucedida!

Mercredi, le 04 juillet
Apesar da chuva decido conhecer aos poucos Paris afterwork. Começo pelo Palais Royal, que adorei, e lutando contra o frio cortante sento-me à beira da fonte a ouvir música e ler um pouco, enquanto espero pelo Ricardo que, para variar, se atrasou e ainda foi parar a um sítio que não tinha nada a ver! Passámos pela feira popular nas Tuilleries onde descubro, para minha infelicidade, que não existe algodão doce branco em França - ainda se riram na minha cara quando perguntei!! Após uma longa conversa decidimos jantar no Marais, num japonês simpático, de onde seguimos para casa.

Jeudi, le 05 juillet
Estamos em pleno Inverno. Concerto de Damien Rice mas o cansaço acumulado de Itália e as várias reuniões durante o dia inteiro deixam-me fatigada e não aproveito ao máximo - aliás, de uma forma geral estava à espera de um concerto bem mais calmo e com menos teatro, para não dizer palhaçada... Valeu pelos clássicos que adoro, The blowers daughter e Cannoball. A caminho de casa convenço ainda o Gonçalo a vir comigo ao Patanlon dar um beijinho ao Sylvain, que conseguiu uma entrevista em Barcelona - para onde a namorada o acompanha se ele conseguir o emprego!! BOA SORTE SYLVAIN!

Vendredi, le 06 juillet
PARABÉNS ZÉ!
Dia muito cansativo com reuniões umas atrás das outras, chego ao final do dia a reclamar descanso e é com pena que abdico do concerto de Gotan Project que tinha combinado com o Ricardo. Home alone, que o Gonçalo foi até Londres e um jantar tardio num dos poucos restaurantes que abertos ao pé de casa que antecede o repouso dos justos.

Samedi, le 07 juillet
PARABÉNS MARIA JOÃO!
Um pouco de sol, bom demais para acreditar! Apesar de haver churrasco na casa do delegado do ICEP, programas combinados anteriormente levam-me a não poder estar presente. Acordo tarde, o que me deixa molinha - o segredo mesmo é deitar tarde e cedo erguer, dormir o suficientemente menos possível! Parto à descoberta de Paris com o Ricardo, mas batemos com a cara na porta no cemitério de Père La Chaise. Aproveitamos para explorar aquele bairro e no meio de uma brocante, descobrimos um pequeno café onde nos instalamos a fumar um narguilé e a beber um chá de menta ao solinho! Na chinatown entramos no palácio do comércio onde excepcionalmente está aberto comércio tradicional e onde se juntam algumas pessoas que tocam e cantam! Corremos a Rue Oberkampf, com paragem a meio para um copo de vinho branco e jantar num cosy e recatado jazz restaurant. Encontramos depois a Isabel, irmãos, Ana e João no mítico Café Saint Germain, que ficou um pouco aquém das expectativas e de onde fomos "expulsos" por consumo reduzido!! O taxista que apanhámos a caminho de casa era completamente doido e cheguei a temer pela vida...Resultados divulgados da eleição das 7 maravilhas do mundo deixam muito a desejar!

Dimanche, le 08 juillet
Acordar novamente tarde que o fim de semana é de descanso e recuperar de energias!! Brunch ao pé de casa do Ricardo de uma variedade enorme e óptima qualidade! Passeio pelo Marais onde íamos sendo perseguidos pela polícia e entrada na loja do Museu Van Ghog, que já se faz tarde e é preciso arrumar a casa para a chegada do Gonçalo! Compras para o jantar após grande chuvada, petisco a 3 e Muholland drive para adormecer bem...

Lundi, le 09 juillet
PARABÉNS ISABEL!! Para ti novamente um beijinho a cores!! ;)
A noite era de comemoração e o ponto de encontro perto do Palais Royal. Petiscos e aperitivos, oferta de prenda conjunta - uma mochila para colmatar o roubo de outra! -, passagem pelo McDonalds e reunião do grupo novamente no mítico Sullivans, um pouco vazio numa segunda mas sítio ideal para fazer a festa!

Mardi, le 10 juillet
Andamos a aperfeiçoar os dotes culinários e foi a noite da quiche - jantar a três, desta feita acompanhado de um batido de laranja que o Gonçalo está constipado! :D

Mercredi, le 11 Juillet
Trabalho em casa e dou uma corrida ao final do dia, aproveitar que a chuva acalmou um pouco. Belo jantar de tagliettelle de salmão e passeio por Paris, desde a École Militaire - onde já se notam os preparativos para a comemoração do 14 de Julho - até ao Palais de Tokyo, que surpreendeu pela loja e livraria - impressionante os livros macabros que se podem escrever e que belas ideias de prendas que trouxémos (sim, apenas ideias porque os preços eram bem puxadinhos!!) -, mas ficou aquém das expectativas no que toca ao restaurante - cuja ementa era deveras tentadora mas o sítio em si muito deslavado. Eu e o Gonçalo fazemos uma pausa para um Thäi e chá antes de voltarmos a correr Paris em direcção a casa.

Jeudi, le 12 Juillet
PARABÉNS MÃE!! GOSTO MUITO DE TI E ESPERO QUE TENHAS PASSADO UM DIA FANTÁSTICO NO PARAÍSO QUE É TRÓIA!
Finalmente combinamos alguma coisa e encontro-me com o Gonçalo Eliseu à beira do Sena, para uma soirée après boulot num barco atracado em frente à Torre Eiffel. Depois de dizermos a palavra passe dirigimo-nos à zona das bebidas para aproveitar o bar aberto durante 1h30! Conheci o Rui e algumas amigas francesas, gostei muito deles, e a noite prolongou-se até tarde, no meio de muita bebida, dança descalça e conhecer pessoas novas! A meio da noite o Ricardo juntou-se a nós, no momento em que o barco soltou amarras para correr o rio até voltar ao ponto de partida! Fico novamente home alone!

Vendredi, le 13 juillet
O Verão chegou em força e estão quase 35 graus!! Almoço no topo das galerias Laffayette com o Ricardo, sítio de referência - self service, os preços são muito acessíveis e tem uma esplanada enorme e uma vista soberba sobre Paris!! Ao final do dia tento refazer os meu armário de sapatos - não tinha nem umas sandálias rasas! - e encontro-me depois com o Ricardo. Aproveitamos a noite fantástica para fazer um picnic à beira rio, com pão caseiro e cidra, e corremos depois as margens do Sena com paragens bem intressantes! Passamos o baile dos bombeiros, e desencontro-me do Leonidas, que havia chegado de Estocolmo.

Samedi, le 14 juillet
PARABÉNS, JOÃO!!
Na contínua tarefa de conhecer Paris, parto com o Ricardo à descoberta do famoso Marché des Puces onde compro mais uns sapatos e algum artesanato de Madagáscar. Para aproveitar o sol passamos rapidamente em casa para trocar de roupa e vamos para a margem do Sena fazer um pouco de praia - que bem que soube, ficou mesmo a faltar o banho para refrescar! Mesmo assim ainda molhámos os pés e serviu para o efeito - e não, não nos caiu a pele!! Jantar em casa à varanda, perdemos o fogo de artifício que esperávamos apenas às 00h e acabamos por ficar em casa, que o Marais se fazia longe...novo desencontro com o Leonidas!

Dimanche, le 15 juillet
Ida até a Montmarte encontrar-me, finalmente, com o Leonidas e aproveitar o tempo fantástico que, segundo parece, não veio para ficar!... O tempo não é muito mas ainda pomos a conversa em dia e tenho direito a um presente! Faço a minha primeira sopa e ponho a escrita em dia, enquanto trabalho na prenda para a minha mãe.
"SI VOUS AJOUTEZ 2 LETTRES À PARIS, C'EST LE PARADIS!"

Epílogo de uma Saga - La Bella Italia!!

Passada mais de uma semana, o balanço desta viagem - a mais atribulada que já fiz!!

Para os preguiçosos, a viagem resumiu-se à nossa chegada (eu, Isabel, Gonçalo e Catarina, num vôo de Lisboa) depois do previsto a Roma, com um calor abrasador. A recepção foi óptima e ficámos muito bem instalados, em Frascati. Os 2 dias seguintes foram dedicados a conhecer aquela cidade maravilhosa, Roma, que lidera agora o top das minhas cidades preferidas, junto com Budapeste e Paris. À noite vivemos a cidade com os nossos anfitriões, entre um cocktail + buffet aberto e uma frascheta, para aproveitar as noites maravilhosas. Na 2ª e vistas as últimas atracções em Roma, partíamos de carro julgávamos nós que para Siena e tivémos um acidente com uma moto - sem baixas! Decidimos ir à praia e jantar, em Ostia, e deliciámo-nos com a água quente! 3ª fomos para Florença, com chuva o dia todo - foi a cidade que me disse menos, mas ficámos muito bem instalados num palácio de pousada da juventude. No dia seguinte íamos chegando atrasados ao aeroporto, no nosso percurso via Bolonha, e aterrámos em Palermo, quase sobre o mar! Descobrimos nova pousada da juventude fantástica e jantámos no centro, antes de ir buscar o Ricardo ao aeroporto e seguirmos para um bar à beira mar muito agradável. 5ª foi dedicada a conhecer Palermo e praia em Mondello, e a visitar Taormina com caminho via Messina. Dormida em Catania, e na 6ª fomos até Siracusa (onde o carro foi assaltado), com passagem no monte e vulcão Etna e conclusão da viagem em Agrigento, San Leone, onde dormimos num bungalow óptimo, num parque de campismo e onde voltámos a reencontrar o André, Paulo e Guilherme. Piscina, jantar no camping, festa na bomba de gasolina e banho na praia by night fecharam a noite, não sem antes perder a chave do quarto. Sábado praia em Palermo e odisseia para conseguir o código de embarque, para termos o vôo inaugural Palermo-Paris daquela companhia atrasado 2h!!

Aventuras foram mais que muitas, e também as recordações. A conta bancária também ressente, mas sem dúvida por uma óptima causa - repetia a viagem sem pensar duas vezes! Mais uma vez repito-me dizendo que são, sem dúvida, as pessoas que fazem o sítio e aqui fica o meu muito obrigada por terem partilhado esta experiência fantástica comigo, amigos, anfitriões e muito mais!

09/07/2007

La Bella Italia III - SICILIA !!

Mercredi, le 27 juin - FLORENÇA - FORLI - PALERMO

Mais um acordar cedo. A manhã começou com um pequeno-almoço ração na pousada - pelo preço que pagámos era muito bom! - e com a visita à Piazza del Michelangelo. Já com o acidente mais assimilado, consegui mesmo brincar com a situação e desafiei o Gonçalo a deixar que alguém nos batesse na porta do lado direito para não termos que pagar as despesas! :D O percurso até ao aeroporto de Forli (o tal que inicialmente julgámos que era o de Florença!) aconselhado pelo Michelin passava em Bolonha, apesar de ser bastante mais comprido que o caminho directo e aceitámos a sugestão. Não dei pelo tempo passar - mais uma vez aproveitei para dormir! -, mas a verdade é que apanhámos um trânsito de horas que quase compremeteu a nossa chegada ao aeroporto e que anulou definitivamente qualquer hipótese de visitar a cidade by car, como tínhamos previsto! Atestar o carro antes de o devolver também foi complicado, a bomba estava em serviço automático, todos os nossos cartões eram rejeitados e os empregados do bar não falavam inglês...mais uma vez valeu-nos o facto de sermos todos poliglotas! A entrega do carro não levantou problemas, apesar dos danos, e o arranjo ficou na módica quantia de XXX€, segundo a tabela oficial da agência.

Felizmente um vôo partiu a horas. E chegou mesmo antes do horário previsto! O aterrar em Palermo foi um bálsamo para os olhos, mesmo à beira do mar. A temperatura estava bastante amena apesar da brisa que se fazia sentir. O meu cadastro na Hertz não impediu que me entregassem de novo um carro, e partimos novamente com a Fi ao volante - o acidente foi tão estúpido que não havia por que ganhar medo de conduzir! Falhámos a saída para o parque de campismo onde íamos tentar dormir e desembocámos em Palermo, onde rapidamente passei o volante ao Gonçalo antes de entrar numa mega rotunda! O trânsito em Roma é complicado, em Sicília é caótico. O número de faixas reais em cada estrada é o dobro das marcadas no chão, e aquela rotunda de 4 faixas caminhava bem à vontade para as 6. A maior parte dos condutores de mota, que são mais que as mães!, conduz sem capacete, mas ao menos as pessoas são mais civilizadas e por vezes até facilitam a passagem - se bem que ficou por perceber a ordem de prioridades dentro das rotundas. Decididos a voltar atrás e procurar novamente o parque de campismo, apesar do trânsito na autoestrada, metemos pela primeira ruela que encontrámos e vimo-nos e desejámo-nos para sair dali! Apesar de serem de uma faixa só, todas as ruas tinham dois sentidos e era ver quem conseguia fazer as maiores rasas! O truque era apitar e seguir sempre em frente! Estávamos todos quase à espera de quando iríamos ver um tiroteio ou ser interpelados pela Máfia, e pelo sim pelo não as portas iam bem trancadas...

No parque de campismo by the sea não nos deixaram dormir porque o bungalow apenas albergava 4 pessoas e não as 5 que seríamos naquela noite - e a dona do parque tinha medo que aparecesse uma rusga policial a fazer o controlo! Todos os nossos argumentos não nos serviram de nada e seguimos em busca de alternativas, dadas pela tal senhora. Começámos pela pousada da juventude e aí ficámos. O sítio era fantástico, mesmo sobre o mar, e entre quartos e um apartamento só para nós - apesar de quarto único! -, optámos pelo segundo. Com direito a uma varanda de madeira, não podíamos ter ficado melhor instalados.


Aliás, tenho aqui que fazer um pequeno aparte sobre as pousadas da juventude. São sem dúvida um local de dormida de referêmcia. Em todos os sítios em que pernoitámos tivémos agradáveis surpresas. Verdade que algumas não têm lençóis nem toalhas, ou o pequeno almoço não está incluído, e que invariavelmente têm um sistema de beliches e quase sempre casas de banho partilhadas, mas verdade igualmente que temos ficado em sítios fascinantes, nomeadamente na Suíça, by the lake, e agora em Itália (viríamos mais à frente a ter outra agradável surpresa!). E tudo por 19€/noite/pessoa!!


Voltámos ao centro de Palermo, para uma visita by night e jantar. Comemos num restaurante supostamente tradicional e percebemos que os 2€ por pessoa cobrados a cada refeição não diziam respeito ao pão mas sim ao serviço. O empregado, felicíssimo por falar francês, passou a noite a apaparicar-nos e chegou mesmo a oferecer o vinho! Elogios feitos, a comida estava óptima e soube-me pela vida a melancia que andava a cobiçar há vários dias! Já a sobremesa típica aconselhada ficou no prato, de tão doce e enjoativa que era...o passeio turístico ficou adiado, que se fazia tarde para ir buscar o Ricardo, que aterrou em Palermo várias horas depois de nós. Depois de o enganarmos acerca do nosso poiso para aquela noite, mostrando mesmo fotografias de alguns bungalows ao lado do nosso ainda em restauração, fomos directos para um barzinho mesmo abaixo da pousada, que descobrimos por acaso e com uma ambiência fantástica! Em jeito de brincadeira, previmos que quando o Ricardo chegasse íamos ter que o mandar calar e a verdade é que a energia dele contrastava seriamente com o nosso cansaço acumulado! Estive ainda uns tempos ao telefone com a mamã, deitada numa esteira e almofadas à beira mar, a contar as peripécias, e juntei-me novamente ao grupo e a um aperitivo. Grande sessão fotográfica ao bar antecedeu o recolher. Após algum tempo às voltas na cama, o Ricardo juntou-se a mim na parte de baixo do beliche e matámos as saudades e pusémos a conversa em dia até às 5h da manhã, alternando entre o quarto e a varanda.

Ponto baixo: o trânsito caótico

Ponto alto: chegada do Ricardo - e longa conversa! - e pousada 5*****

Jeudi, le 28 juin - PALERMO - MONDELLO - Messina passing by - TAORMINA - CATANIA


Acordei às 7h30 - para fazermos coisas de que gostamos deitar tarde e cedo erguer raramente custa! Equipada com o meu bronzeador e pareo que o Ricardo me trouxe de Portugal, fui fazer um pouco de praia. Areia nem vê-la mas estar ao solinho - o primeiro sol do ano! - soube-me lindamente. Uma hora depois regresso ao quarto para despertar os restantes ocupantes e acabamos por deixar a pousada perto das 10h. O volante agora alternava entre o Gonçalo e o Ricardo, e encaminhámo-nos em direcção ao centro. Guiar em Palermo é o caótico, arranjar estacionamento é desesperante - vimos ao menos a cidade quase de uma ponta à outra! Os parques indicados não passavam de miragens e contentámo-nos mesmo com lugar de parquímetro, horas depois, mesmo tendo as malas todas à vista! Viagem de uma semana e 5 pessoas num carro, não havia forma de esconder a bagagem! Pequeno almoço, saga à procura do Bancomat, atraso no vôo dos nossos anfitriões de Roma que se iriam juntar a nós, Itália é a confusão! Brinquei ainda com cães bebés de 3 dias na rua, autênticos ratinhos, e organizámos um percurso mais ou menos curto mas com muitas paragens e aquilo que pretendia ser uma visita rápida para seguirmos caminho para outras bandas acabou por se prolongar até meio da tarde, comprometendo mesmo o plano da tarde. Vimos o Teatro Massimo e o Politeama Garibaldi, e passámos em Quattro Canti. Na Catedral encontrámos o André, Paulo e Guilherme e almoçámos ali ao lado.



A cidade é suja. Não pelo lixo mas pelos edifícios - à excepção da catedral e de outros principais monumentos, tudo é escuro, tudo passa despercebido, tudo parece igual. Não vivia ali por nada - houve quem achasse que era uma cidade muito autêntica - única, para mim, talvez devido à sua despersonalização! Mais uma vez parece que estamos num filme mas por outras razões - as pessoas são diferentes, sente-se uma certa insegurança e tudo parece parado no tempo.

O Leonardo e a namorada, amigos da Catarina, levaram-nos a conhecer ainda outros pontos da cidade, nomeadamente a porta da cidade, o castelo e ainda uma mesquita. Por esta altura desisitimos da ida ao Etna durante a tarde e começámos a sentir algumas dificuldades em coordenar vontades e ritmos - uns queriam praia, outros passeios turísticos. O tempo era pouco para tudo o que nos tínhamos proposto fazer e imperava a necessidade de arranjar um elemento conciliador - mais uma vez o Ricardo entrou ao serviço e a melhor solução foi mesmo seguir para a praia, ali ao pé, antes de seguir viagem para o outro lado da ilha. Chegados a Mondello o choque e surpresa foram brutais! O sistema de praias em Itália - já em Ostia nos tínhamos deparado com uma realidade semelhante! - não cabe na cabeça de ninguém. A água azul e morna dá acesso a um areal dividido em parcelas mínimas, pagas, e com fileiras de casas de madeira perpendicualres ao mar e separadas por pequenas línguas de areia que não só ocupam espaço como impedem a visão de um lado para o outro. À beira mar há uns escassos centímetros de areia gratuitos e foi aí que armámos o nosso estendal. Entre banhos de mar e sol, passámos cerca de 1h antes de voltarmos ao carro e seguir em direcção a Taormina. Mais uma vez o guia Michelin levou-nos por um caminho mais longo em distânica - mas não em tempo, aparentemente, e passámos em Messina a caminho do nosso destino. O percurso que tínhamos previsto de 2h demorou bem mais que isso e chegámos estafados ao topo de Taormina, uma cidade pequena mas com muito encanto, no alto de uma colina. O escuro da noite não nos permitiu ver os areais (ou rochas) de toda a costa, mas ficámos todos bem impressionados por aquela cidade que faz lembrar Óbidos - meio medieval, muito pedonal, muitos restaurantes em escadarias, pequenos e acolhedores, uma grande praça com vista sobre o mar. Depois de um passeio de uma ponta à outra do centro histórico e de um desencontro com os ocupantes da 2ª viatura, prosseguimos para Catania, onde tínhamos hotel marcado, novamente pousada da juventude. Chegámos tarde e a más horas, mas mesmo assim eu e o Ricardo não resisitimos a uma kaipirinha e kaipirosca no bar em baixo da nossa janela, bebidas muito refrescantes para cortar - ou aumentar? - a temperatura da noite! O calor no hotel era insuportável e o barulho do combóio ensurdecedor, e eram já 4h quando voltámos ao quarto, após reconhecimento da pousada.

Ponto baixo: tempo perdido entre viagens e dificuldade em conjugar os planos
Ponto alto: kaipirinha/osca


Vendredi, le 29 juin - CATANIA - ETNA - SIRACUSA - AGRIGENTO / SAN LEONE

O despertador tocou perto das 7h. Era imperativo que nos levantássemos cedo - já tínhamos percebido que tudo naquela terra demorava mais tempo do que o suposto e se queríamos aproveitar o dia era preciso fazer alguns "sacrifícios".

Partimos para o Monte Etna - ver a Catania ficou para outras núpcias! O André, Paulo e Guilherme acabaram por dormir num B&B em Taormina e dizem que acordaram da melhor forma possível - com uma vista deslumbrante! A caminho do Etna passámos por uma casa soterrada em lava petrificada e chegámos ao topo com uma brisa fresca que alternava com vagas de ar quente e uma ininterrupta chuva de joaninhas!! Não paravam de poisar em nós, na roupa, no chão. A paisagem é bastante árida e é chocante ver as fotografias das constantes erupções do vulcão, e alguns dos estragos causados. Optámos por não subir ao topo pois a excursão era muito cara e julgámos que íamos ver mais do mesmo e fizémos uma prova de doçaria da região e trouxémos algumas compotas. Perto da hora de almoço retomámos viagem com destino a Siracusa - o caminho foi interminável, por estradas secundárias e por vezes em obras, onde a linha contínua a separar as duas únicas faixas oficiais da estrada davam lugar a uma faixa de ultrapassagem, comumente aceite por todos - também a berma por vezes era utilizada com este efeito. Depois de conduzir em Itália acho que se conduz no resto do mundo de olhos fechados! Em Siracusa, e para agradar a gregos e troianos, o grupo separou-se. O Gonçalo e Catarina foram visitar a cidade e eu, o Ricardo e a Isabel tentámos a praia. Seguindo as placas e indicações de uma velhota, chegámos a uma praia de pedras - guiados depois por dois simpáticos senhores num slk descapotável, fomos dar a uma praia fantástica! Pequena, pouca areia e alguma gente a mais, a praia não podia, no entanto, ser melhor. O calor era abrasador, a água muito convidativa, de um azul transparente lindíssimo e ainda conseguimos descansar os olhos. Ah, de notar que os escaldões à camionista abundaram para a Isabel e Ricardo!! Não houve sol na praia que lhes valesse! :D Para acabar em grande o dia nada como chegar à nossa viatura e perceber que tinha sido...ASSALTADA!!! No meio do azar tivémos sorte e MAFIA "só" nos levou as mochilas todas! Partiram o vidro pequeno (e algo inútil, diga-se!) ao lado do volante e arrombaram a fechadura, levando apenas as coisas mais à mão e deixando todas as malas grandes e pequenas coisas que andavam espalhadas no carro. As minhas baixas reduziram-se, como à maior parte das pessoas, a pequenas coisas: todos os meus sapatos de Verão rasos (meus ricos chinelos da Massimo Dutti!), depiladora, carregador de máquina fotográfica e telemóvel e saco-cama. A perda mais significativa foi a do Ricardo, que ficou sem o telemóvel português com todos os contactos, e ainda a chave da casa nova. Decidimos não reportar à polícia - achámos que seria tão ineficiente que seria igual apresentar queixa ou não! -, e depois de procurarmos as nossas coisas sem sucesso nos lixos mais próximos fomos buscar a Catarina e Gonçalo ao centro. Excepção feita ao Ricardo, já nos conseguíamos rir do sucedido e de toda a viagem, e encaminhámo-nos para Agrigento, onde iríamos passar a última noite. A viagem obrigou-nos a voltar a Catania - será que não podem fazer mais umas estradas em Sicília?? -, e chegámos já à hora do jantar ao parque de campismo em San Leone, ao lado de Agrigento. Passámos ainda pelo Valle del Templi, com uns templos antigos bem bonitos e majestosos. Nova surpresa, o parque estava marcado apenas para Julho!! Valha-nos não sei bem o quê mas lá havia um bungalow de 5 pessoas livre, que aceitámos sem pensar. O Ricardo não se conseguia abstrair da perda e o ambiente entre nós ficou um pouco estranho. Os nossos anfitriões de Roma já estavam no parque e juntámo-nos todos para um banho by night na piscina - que eu não tomei por já ter tomado banho de água doce. Reunimo-nos depois para um belo belo repasto no restaurante do camping, com direito a entradas típicas e umas belas pastas - menos para o André, que decidiu abdicar desse belo prazer durante uns tempos! Levantar dinheiro foi tarefa árdua, ninguém sabe dar indicações e todas as distânicas são relativas...


Depois da ceia tentámos a noite animada de San Leone e ficámo-nos pelo primeiro bar que encontrámos - na bomba de gasolina!! As meninas estavam imparáveis e conseguimos mesmo negociar a oferta de duas bebidas. Entre pedido de múscia, sessão fotográfica e combóio entre as bombas de abastecimento, passámos lá uns tempos até o Ricardo nos chamar para uma festa num bar na praia. Provocação puxa provocação, e acabámos todos de roupa interior a tomar banho no mar - excepto o Ricardo, cujo paradeiro naquela altura é ainda hoje incerto! Escusado será dizer que fizémos sucesso e houve mesmo quem pedisse para tirar fotografias com aquele grupo tão divertido! Já na pista dançámos e encantámos, mas voltámos ainda à praia para procurar os brincos e relógio da Isabel - às vezes fico espantada com os meus olhos, encontrei tudo em menos de tempo nenhum! Como não há dois azares sem 3 (depois dos dois carros), para encontrar umas coisas perdi outra e rapidamente dei pela falta da única chave do quarto que tínhamos! Em pânico voltei à praia mas sem paciência desisti e encaminhei-me sem pensar duas vezes, depois de avisar a Isabel, para o camping. Explicar ao guarda o que se tinha passado sem uma única palavra em inglês não foi tarefa fácil mas foi superada!! Aproveitei para tomar um banho quentinho e enfiar-me na cama perto das 3h30, mas rapidamente fui acordada pelos outros a chegarem, ainda com um desafio de banho na piscina. Piscina não houve, mas as camas tornaram-se autênticas piscinas após brincadeiras com garrafas de água. A Isabel juntou-se ao outro bungalow mas dormiu tudo na sua cama, era tal o cansaço e ainda a ambiência estranha originada pelo roubo...


Ponto baixo: o assalto, roubo das mochilas e consequente má disposição do Ricardo
Ponto alto: a praia fantástica e as joaninhas



Samedi, le 30 juin - SAN LEONE - PALERMO - PARIS
Acordar e despachar. Corleone de passagem foi eliminado do programa, não nos podíamos dar ao luxo de ter mais imprevistos! Chegámos cedo ao aeroporto, o vôo da Catarina era 2h antes do nosso, e ela e o Gonçalo lá ficaram enquanto eu, o Ricardo e a Isabel fomos trocar o carro - que andava sem fechadura e não trancava. A espera na Hertz permitiu que eu e o Ricardo falássemos e aproveitámos as horas que ainda tínhamos livres para irmos à praia ao pé do aeroporto e parámos numa com direito a banda sonora aos altos berros "Vamos à la Playa, oh, oh, oh, oh, oh...". Conseguimos distanciar-nos um pouco para outra praia apinhada de famílias, mas queríamos apenas um espacinho na areia e uns banhos refrescantes que o calor estava insuportável e conseguimos! Juntámo-nos ao Gonçalo no aeroporto para tentarmos fazer o check in - tentar apenas porque nao tinham a lista de passageiros e não tínhamos os códigos connosco - tinham ficado nas mochilas roubadas! Surreal, o aeroporto não ter acesso público à internet e ninguém falar inglês! O vôo da nossa companhia era inaugural e não tinham sequer balcão. Tivémos mesmo que recorrer a ajuda externa - OBRIGADA, ZÉ, foste a nossa salvação, e OBRIGADA ANTÓNIO, por teres disponibilizado a tua internet! e finalmente fizémos o check in, julgando nós estar atrasadas! Mas claro que não podia acabar por aqui a emoção, o vôo atrasou duas horas e ainda estivémos com os romanos mais uns tempos à conversa, apesar do vôo deles ser quase 2h depois do nosso! Tivémos grandes odisseias com as casas de banho, muitas aventuras naquele aeroporto! Ainda chamaram o nosso nome no altifalante e recebemos raspanete em português da responsável do vôo, que alegremente comunicou que bebidas e comida seriam oferta da companhia para compensar o atraso! Ainda não tínhamos deixado o chão e já eu estava a marcar golos de cabeça, e assim que pude aninhei-me nos 3 bancos que tinha só para mim. O Ricardo ficou a aproveitar o resto do dia e noite em Palermo, e consta que descobriu verdadeiros paraísos e que aproveitou ao sabor da vontade do momento...

O esquema inicial para Sicília tinha sido pensado com praia de manhã e visitas turísticas à tarde. O facto de não termos olhado bem para os mapas e horas de deslocação fez-nos, constantemente, alterar os planos. Os períodos de praia nunca ultrapassaram a 1h30 cada, e mesmo a visita às cidades foi muito superficial - mas verdade seja dita, tirando alguns monumentos específicos, as cidades acabam por se assemelhar muito entre elas ao fim de algum tempo... Acho que, no geral, faltou um pouco de relax e aproveitar de momentos, principalmente nesta última fase da viagem, mas o balanço é, sem dúvida alguma, muito, muito positivo!

Paris recebeu-nos como deixou - com temperatura bem mais fresca e um céu cinzento. O atraso do vôo cancelou a nossa ida a casa do António para estrear o pano verde, e depois de deixar a mala em casa - agora só uma! -, fui em missão ao prédio do Ricardo tentar conseguir o número da senhoria ou antigo ocupante. Os vizinhos estavam para fora e deixei recados espalhados por todo o lado para me contactarem assim que pudessem. A caminho de casa e exausta ainda me senti tentada a aceitar um convite do Sylvain para uma festa no Parc Citroen, mas uma mudança de planos dele e o meu cansaço levaram a melhor e às 00h estava na caminha, para dormir o sono dos justos com um sorriso na cara depois de uma viagem fantástica!...
Ponto baixo: atraso do vôo, ninguém falar inglês no aeroporto e tempo em Paris
Ponto alto: último banho de mar

08/07/2007

La Bella Italia II - FIRENZE!!

Mardi, le 26 juin - ROMA - FLORENÇA

Apesar do sono curto, o despertador tocou bem cedo. Os banhos tomados na noite anterior para tirar o sal do mar ajudaram a dormir mais uns minutos mas foi ainda com bastante sono que dissémos um último adeus aos milhares de gatos que se avistavam no apartamento da frente da janela da cozinha, pegámos no carro e nos fizémos à estrada. O amanhecer foi menos quente que nos dias anteriores e o céu esbranquiçado anunciava já um dia menos solarengo. A viagem, pontuada apenas por uma paragem na bomba de gasolina e os sonos de quase todos os ocupantes no carro - Gonçalo, obrigada por nos conduzires! -, terminou numa pousada da juventude nos arredores do centro histórico de Florença - um autêntico palácio!! Após uma espera de alguns minutos para que a telefonista desligasse o telefone (e não desligou), fomos atendidos por uma outra colega que se apressou a informar-nos que o check in só se faria daí a umas horas. Deixámos, no entanto, as malas na recepção e após uma rápida mudança de roupa - o ar fresco a isso obrigava! - partimos à descoberta de Florença.


As primeiras gotas de chuva começaram a cair ainda à saída da pousada e acompanharam-nos a maior parte do dia - após os 40º graus e sol de Roma foi um choque! O ambiente estava um pouco carregado, pelo menos para mim que não conseguia deixar de pensar no acidente e em quanto me ia sair o estrago do carro! -, e foi com o passo bem lento que fomos apanhar o autocarro directo Pousada - centro. Optámos por não comprar bilhete, e tivémos mesmo que sair uma estação mais cedo para fugir aos picas que entraram de rompante no nosso bus! Desembarcámos na Piazza San Marco e por aí almoçámos, na esperança que a chuva abrandasse e onde redescobri a minha paixão por gelados - não dos clássicos italianos de bolas mas sim dos tradicionais Olá, ou Algida por aquelas bandas (a título de curiosidade, é impressionante ver como a marca muda de nome pelo mundo! http://pt.wikipedia.org/wiki/Gelados_Ol%C3%A1).

A visita à cidade fez-se de uma forma diferente de Roma - a verdade é que as igrejas têm horários muito estranhos (estão fechadas entre as 12h e as 16h) e é impressionante, mesmo num dia de semana e a chover, a quantidade de turistas!!! Além do mais, começou-se a notar um desfasamento no ritmo dos participantes - eu e a Isabel com fogo no rabo e o Gonçalo e a Catarina a aproveitarem mais a paisagem! Vimos tudo por fora, as igrejas e museus, praças e jardins. A verdade é que sou péssima com nomes, e não estando a 100% concentrada no roteiro e nem mesmo auxiliada por vários mapas consigo reconsituir todo o nosso percurso - ficam os pontos principais, não necessariamente pela ordem escolhida! Passámos pelo Convento e Museo di San Marco e por um Museu muito conhecido ali ao lado, com fila a dar a volta ao quarteirão, e onde se podem ver - como de resto na maior parte dos pontos turísticos da cidade! -, inúmeras estátuas repetindo-se, invariavelmente, a do David. Na Piazza della S. S. Annunziata vimos a fachadas da igreja com o mesmo nome, a do Museu Arqueológico e ainda a de um hotel, bem bonita se estivesse recuperada. Assistimos aos preparativos para a rodagem de um filme de época e continuámos em direcção à Piazza del Duomo, passando por outro Museu de renome onde se podem encontrar muitos dos originais de obras de Florença. Incrível o trabalho de recuperação que estão a fazer, a catedral é verdadeiramente impressionante, assim como as portas do Paraíso, apesar de serem apenas uma réplica. Aliás, pergunto-me, hoje em dia, o que vemos de realmente verdadeiro?! Entrámos na Duomo, onde me faz mais uma vez confusão (aliás, já no Vaticano se encontra esta hipocrisia!) o facto das senhoras não poderem entrar com os ombros à mostra mas os decotes e saias extremamente curtas serem permitidos. Não subimos ao topo da torre onde, segundo consta, existem maravilhosos frescos a retratar verdadeiras orgias! Algures por esta altura fomos abordados por um simpático rapaz que, apesar de tentar disfarçar com rasgados elogios às meninas, não enganou ninguém em como o seu interesse verdadeiro era dirigido ao Gonçalo - o convite era para uma discoteca, fica para uma próxima visita! Já na Praça da República lutámos pelos nossos segundos ao pé da estátuda de David e apreciámos o exterior das Gallerias Uffizio. Passámos por várias ruelas - algumas delas repetidamente! -, pela casa de Dante, por algumas igrejas e pelo Palazzo Medici-Riccardi e Vecchio. A Ponte Vecchio estava cheia de turistas e ao contrário do que muito me avisaram, não impressionou. A estrutura toda em madeira parece frágil, descuidada, e talvez à chuva o ouro não brilhe tanto. Na outra margem vimos novamente palácios e igrejas (por fora, o horário de almoço ainda se prolongava), de onde se destaca o Palazzo Pitti, construído com o intuito de superar o dos Medici mas acabando por ser vendido a estes por falência da família construtora e onde eu e a Isabel ignorámos os avisos do porteiro e entrámos sem pagar. No entanto, a chuva não inspirava a visita aos jardins e a ausência do Gonçalo e Catarina gerou suspeitas, pelo que voltámos para trás e seguimos caminho. O sol deu aqui e ali o ar da sua graça e aproveitámos para fazer mais umas sessões fotográficas.


A procura de restaurante para jantar foi uma verdadeira odisseia - optámos pelo horário inglês e às 18h e pouco já o nosso estômago reclamava. A maior parte dos sítios só servia a partir das 19h, muitos estavam fechados, outros eram demasiado caros ou a ementa não agradava. Havia zonas em que comer parecia impossível pela inexistência de restaurantes!! Após muitas voltas decidimo-nos por um onde comemos bastante bem e apanhámos depois o autocarro de volta à pousada. Dormimos os 4 no mesmo quarto, de beliches, e enquanto eu e a Isabel nos dedicámos a tarefas pessoais o casal foi conhecer os arredores da pousada. A minha noite terminou na internet, pesquisa de alojamento em Palermo e escrita em dia, e cheguei ao quarto já depois das 00h para encontrar todos a dormir profundamente e de luz acesa.


Achei, no geral, que a cidade estava um pouco deixada ao abandono - os edifícios descuidados e mais uma vez pecam pela falta de informação. Fazendo um balanço, o estado de espírito, a chuva e as expectativas demasiado altas fizeram com que a cidade ficasse um pouco aquém daquilo que esperava - fora a imagem pré-concebida de cidade de conto de fadas, arranjandinha e muito tranquila! Felizmente não sou de ficar apenas pela primeira opinião e certamente voltarei a Florença para dar uma nova oportunidade aquela que é a cidade preferida de muitos milhares de pessoas no mundo! Aliás, Itália continua a ser um mundo de portas abertas!

Ponto baixo: chuva e turistas, turistas e chuva
Ponto alto: pousada

03/07/2007

La Bella Italia I - ROMA!!

Vendredi, le 22 juin, PARIS - ROMA - FRASCATI

Citando o André , "ROMA também gostou muito de vos ter por cá". Sei também de fonte segura que o Paulo é da mesma opinião. Também nós adorámos Roma e a vossa companhia! Mas tudo a seu tempo!

Deixámos a chuva de Paris muito depois da hora prevista - eu, o Gonçalo e a Isabel. Após a atribulada viagem de autocarro Paris - Beauvais, onde quase íamos tendo um acidente, chegámos ao aeroporto à hora marcada para descobrirmos que o vôo estava atrasado uma hora. Do mal o menos, sempre tínhamos tempo para jantar e partimos em busca do McDonalds que ficava ainda bem longe do aeroporto, por caminhos nada pedonais. O preço dos menus estava completamente inflacionado, a Isabel, ao que consta, ainda "agrediu" uma criancinha e já com os minutos contados iniciámos o caminho de volta. Qual não é o nosso espanto quando, ainda a meio do caminho e sem aviso prévio nenhum, um autocarro encosta, faz marcha atrás e dá-nos boleia porque o condutor nos tinha visto a sair do aeroporto quase 1h antes!! Novo atraso do avião, tentativa de dormir nos bancos do aeroporto

e finalmente embarcámos, 2h depois do previsto - o Jogo de Gestão Global é que sofre. Ao menos o voo foi calmo e fomos recebidos por uma onda de calor - que saudades! - e pela Catarina, que já tinha chegado umas horas antes. Há apenas um táxi no aeroporto e tentamos negociar o preço, num mix de francês, espanhol e portugês, que niguém, mas ninguém fala inglês. O taxista troca logo o número de telefone comigo e um par de beijinhos - tipos abusados! -, e promete um passeio pela cidade para o dia seguinte mas decidimos mesmo chamar um táxi recomendado pelo nosso American Express e sempre pagámos menos 10€ do que o preço que nos tinham proposto inicialmente. Chegámos a Frascati, a Sintra italiana, e instalámo-nos no palácio do Paulo e do André, os nossos belíssimos anfitriões - OBRIGADA!! Entre sala e quarto do André, lá nos ajeitámos e dormimos de janelas abertas, era tanto o calor que se fazia sentir!

Ponto baixo: atraso de 2 horas do vôo
Ponto alto: a boa recepção dos anfitriões e a óptima temperatura ambiente


Samedi, le 23 juin - FRASCATI - ROMA - FRASCATI

4 horas de sono chegam. Tiveram que chegar. 4 longos banhos fizeram-nos perder o comboio e ganhámos assim tempo para tomar o pequeno almoço - afinal tínhamos quase 1h para preencher! Pedir em Itália é um filme. Quem julgar que os empregados em França são arrogantes desengane-se, em Itália é que parece que nos estão mesmo a fazer um favor e nem se esforçam para compreenderem o que lhes estamos a pedir. Sim, continuam todos sem falar inglês. Estranhamente, segundo os anfitriões, tivémos que mudar de comboio a meio do percurso, e aterrámos em Roma Termini, ponto de partida para a nossa visita turística. Depois de recolhidos os mapas, começámos por visitar uma igreja de tijolos que acumulava funções de terma e centro arqueológico, segundo o mapa, vimos a Praça da República - nunca vi fontes assim, com o fundo tão limpo, apetece mesmo tomar banho!! -, descemos a Via Nazionale - onde tive o meu primeiro encontro imediato com a condução italiana, quando o condutor não parou na passadeira e quase que fui atropelada -, que desemboca na Piazza Venezia, com o "bolo de noiva" ao centro - como sabemos nós isto? Não graças a placards informativos junto dos monumentos, algo desconhecido em Itália. A informação disponível é demasiado reduzida e mais uma vez recorremos constantemente ao nosso guia inseparável. Obrigada também, Fred, pelo maravilhoso roteiro que nos preparaste e que tão útil nos foi!

As primeiras impressões são óptimas. A cidade é cheia de cor, os tons pastel, quentes dos edifícios - vividos, não degradados - lembram cenários de filmes de outros tempos e sinto-me em casa. Parece uma cidade da América do Sul, o clima sem dúvida a ajudar muito, a descontracção das pessoas, o trânsito caótico e completamente desorganizado...tudo parece familiar, tudo transmite uma sensação de segurança e bem estar. Aqui e ali uma fonte que dá imensa vida e de onde se pode sempre beber água - muitas garrafas enchemos nós!-, as cúpulas que se avistam de todos os pontos altos da cidade, os monumentos, imponentes, que remetem para outras épocas. Roma é fantástica.

Visita rápida pelo Forum Romano, Trajano e Campidoglio - onde a Isabel e o Gonçalo negociaram os chapéus que claramente se tornaram símbolo da viagem! -, e após alguns longos minutos na fila, visitámos o Coliseu. Não tinha grandes expectativas por isso até fiquei agradavelmente "surpreendida" apesar de ter que confessar que preferi o Coliseu da Tunísia. O almoço foi em jeito de picnic, com a merenda comprada no supermercado mais próximo, e continuámos para o Palatino, numa busca incessante de locais não indicados e que acabámos mesmo por não encontrar. Enquanto esperávamos pelo André e Paulo - que sem querer, mandei para o Capitólio, desculpem! - fui largamente presenteada por um passáro de espécie desconhecida. Sorte que a casa de banho estava ali mesmo ao lado, e que o calor convidava ao uso de indumentária reduzida pelo que apenas tinha pele para limpar e um pouco de cabelo - não me fiz de rogada e praticamente ocupei todo o espaço masculino, onde quase tomei banho! Prosseguimos para o Circo Massimo, um descampado, onde novamente nos desencontrámos dos nossos anfitriões. Chegados ao rio decidimos voltar para trás para os ir buscar, sob pena de continuarmos ad eternum naquele caça gato rato. Reunido o grupo dos 6, visitámos o Panteão - onde assistimos a um concerto do coro -, passando pelo pelo bairro judeu e várias praças. Um geladinho veio mesmo a calhar, e experimentámos entre todos praticamente todos os sabores existentes! Na Fontana di Trevi deitámos a moedinha da praxe, no meio das centenas de turistas que esperavam a sua vez para se sentarem na borda da fonte, na Piazza Navona ficámos fascinados com as fontes, comércio de rua, homens estátua - há-os por todo o lado! -, artistas de origami e novamente os edifícios, especialmente as varandas de último andar. Já a caminho do jantar, atravessámos uma outra praça com um aquário gigante associado a uma acção de libertação e cheio de chaves. Não percebemos muito bem o funcionamente da coisa, mas pelo sim pelo não levámos cada um uma chave de recordação! :D


Passámos pela primeira vez o rio, numa ponte que faz lembrar um misto de Praga e Paris, e depois de bater algumas chapas (muito boa, esta expressão!) entrámos num bar muito, muito simpático, com um conceito muito interessante: paga-se a bebida e tem-se direito a buffet ilimitado. Bem abastecidos, comemos e bebemos na rua, no chão, numa roda que não parou de crescer. Juntaram-se portugueses e espanhóis, amigos do Paulo e André, e fizémos uma sessão fotográfica bastante animada e digna de calendário, versão masculina e feminina, com e sem chapéus! Atrasos no bar ainda valeram uns cocktails de graça - ok, não era suposto mas o bar nem se apercebeu e ficámos todos contentes! O jantar soube a pouco e foi colmatado com pizza ao talho, como não podia deixar de ser, e para sobremesa alguns bares no centro, onde aproveitámos a happy hour half the price. Separámos-nos depois dos nossos anfitriões (que, ao que consta, tiveram ainda uma noite bem longa e surpreendente - http://infrascati.blogs.sapo.pt/), em busca de um táxi, que mais uma vez nos queria enganar e cobrar o regresso.






Ponto baixo: o não conseguir ficar até mais tarde para acompanhar a noite mítica que se seguiu
Ponto alto: Roma, fantástica surpresa em todos os aspectos!


Dimanche, le 24 juin - FRASCATI - VATICANO - FRASCATI

Como país latino que é, devíamos ter suspeitado que os horários dos comboios seriam diferentes ao Domingo. "Perdemos" o comboio das 9h, que não existia, e fomos tomar o pequeno almoço ao sítio do costume. Que, apesar de ser o mesmo café, não tinha nada a ver com o dia anterior - a ementa era completamente diferente! Percebemos finalmente que comer na esplanada, apesar de sermos nós a levar os pratos, equivalia a duplicar os preços, e que os italianos têm a mania de simplificar as contas cobrando o primeiro valor que lhes vem à cabeça a todos os presentes, por igual, independemente do que tenham pedido! Nova troca de comboio a meio do percurso, e fomos directamente de metro para o Vaticano, onde chegámos mesmo a tempo de nos juntar à colossal multidão, na majestosa Praça de São Pedro, a ver o Papa discursar! O calor apertava à séria, mas decididos encaminhámo-nos para o Museu do Vaticano, que naquele dia, dia de São Pedro (será?) encerrava especialmente cedo. Por ser o último Domingo do mês a entrada era gratuita e por isso mesmo estranhei não haver fila. Chegámos cerca de dois minutos antes do fecho e corremos o museu de uma ponta à outra, em passo rápido, ficando cada vez mais espantados com a opulência e ostentação de salas e tesouros - na capela Sistina o Gonçalo e a Catarina ainda tiveram a honra de ficar sozinhos na sala para um última fotografia. Arranjar almoço foi tarefa bastante difícil e optámos mesmo por um dos menus que anunciavam na rua e experimentámos a nossa primeira pizza em Itália. De tarde visitámos a Basílica de São Pedro e a Pietá, subimos ao topo da cúpula após cerca de 300 degraus em espiral e apreciámos as vistas. O calor convidava ao gelado e aceitámos o desafio do Fred para experimentar o melhor gelado do mundo na Old Bridge, junto às muralhas do Vaticano. Fresa, Flor di latte e outro sabor que não me lembro foram a minha escolha - confirma-se, são realmente bons, mas agora deixo eu aqui o desafio a quem o quiser aceitar: gelado de nata na Concianata, Avenida de Igreja em Lisboa, é que é o melhor gelado do mundo! O dia já ia longo e ainda tentámos visitar o Castelo ... mas já tinha fechado. Indecisos entre apanhar o autocarro ou ir a pé até à estação dos comboios, optámos pela marcha - "ah, é só um palmo no mapa!" -, e ao fim de uma hora a passo rápido chegámos ao destino, para apanhar o último transporte daquele dia para Frascati - valha-nos o São Pedro que alterou os horários todos! Esperava-nos uma surpresa - boa! Os nossos anfitriões cozinharam e convidaram-nos para uma frascheta, tradição que deu origem ao nome da cidade. Ao que consta, marinheiros e outros comerciantes e viajantes de passagens por aquelas bandas noutros tempos costumavam levar a sua caça/pesca para as tabernas e aí pediam apenas as bebidas. Num grupo bastante internacional, de portugueses, espanhóis e franceses, jantámos muitas iguarias caseiras e pagámos apenas o vinho - que até se bebia bem -, e acabámos a noite quente a experimentar granizado na praça central em amena cavaqueira! Faz lembrar os picnics da Pont des Arts, versão mais civilizada! Viva a Frascheta!!


Ponto baixo: a desorganização dos transportes e o ninguém falar inglês
Ponto alto: a Frascheta e não termos apanhado filas no Vaticano


Lundi, le 25 juin - FRASCATI - ROMA - Precalço, alteração de planos - OSTIA - FRASCATI

Desta vez tentámos mesmo apanhar o comboio das 9h30 - adivinhem, não apareceu! Atrasadíssimo e sem explicação, ainda tivémos novamente que trocar e ficar mais de 30 minutos parados, na estação. Após várias deliberações sobre ordem de acontecimentos para aquele dia - tínhamos que ir buscar o carro às 13h e o atraso nos comboios obrigou-nos a rever a estratégia -, optámos por ver o que ainda nos faltava, abdicando da residência dos Medici e outras atracções - já dizia alguém que devemos deixar sempre alguma coisa para ver numa próxima visita! Começámos pela Piazza del Popollo, onde quase tomei banho na fonte, e passámos na Piazza di Spagna, onde obviamente subimos os degraus - ok, não todos, mas pelo menos ficou o registo fotográfico! De metro fomos então à Hertz, onde esperámos bastante por não percebermos que podíamos ir até à garagem, e após termos o nosso fantástico Panda fizémo-nos à estrada com a Fi ao volante. A excitação era mais que muita, conduzir em Itália é um desafio, e tínhamos decidido - vista Roma -, que poderíamos aproveitar a tarde para ir até Siena. Nada mais longe de acontecer quando nos enganámos no caminho (aliás, não sabíamos muito bem o caminho!) e ao tentar fazer inversão num sítio onde não se podia e no meio de muitos comentários, Vira!, Vira!, virei mesmo e bati na mota que me ultrapassava pela esquerda numa estrada de fila única. Pânico e muitas asneiras, certificámo-nos que o condutor estava bem - apenas uns arranhões no ombro - e passámos às formalidades. Mais de uma hora à espera da polícia ou equivalente, preenchemos as declaração amigável e fomos cada um à sua vida. Abortámos o plano de Siena, que já se fazia tarde, e julgámos bem ir até à praia, merecíamos!! Após algumas indicações - de boa vontade, não dúvido! - erróneas do nosso anfitrião André, e equipados de bikinis e fatos de banho, chegámos a Ostia perto das 19h para um banho de água quente que nos soube pela vida! Apanhámos ainda um solinho bom, no meio daquela areia escura, mas o pôr do sol não tardou e recolhemos ao conforto do carro, não sem antes passar pelos labirintos de partilha de areal em blocos e desesperar por encontrar a saída da praia, apenas possível com uma chave - surreal!!! Visitámos então Ostia Antica, dentro das muralhas, localidade pequena mas muito simpática e onde jantámos uma pasta divinal - servidos por um empregado que, espantem-se, falava inglês!! Para uma boa digestão nada como umas fotos ao luar e aos milhares de gatos que para ali andavam - Willie, continuo a preferir-te a ti! A chegada a casa fez-se perto das 23h, e deu direito a conversa e alguma gozação com a antecipação do pagamento dos estragos do carro. Para terminar bem a noite, e no aconchego da cama e do calor da noite, nada como adormecer ao som de Ally McBeal.

Ponto baixo: o acidente de carro
Ponto alto: a praia e banho de mar