Citando o André , "ROMA também gostou muito de vos ter por cá". Sei também de fonte segura que o Paulo é da mesma opinião. Também nós adorámos Roma e a vossa companhia! Mas tudo a seu tempo!
Deixámos a chuva de Paris muito depois da hora prevista - eu, o Gonçalo e a Isabel. Após a atribulada viagem de autocarro Paris - Beauvais, onde quase íamos tendo um acidente, chegámos ao aeroporto à hora marcada para descobrirmos que o vôo estava atrasado uma hora. Do mal o menos, sempre tínhamos tempo para jantar e partimos em busca do McDonalds que ficava ainda bem longe do aeroporto, por caminhos nada pedonais. O preço dos menus estava completamente inflacionado, a Isabel, ao que consta, ainda "agrediu" uma criancinha e já com os minutos contados iniciámos o caminho de volta. Qual não é o nosso espanto quando, ainda a meio do caminho e sem aviso prévio nenhum, um autocarro encosta, faz marcha atrás e dá-nos boleia porque o condutor nos tinha visto a sair do aeroporto quase 1h antes!! Novo atraso do avião, tentativa de dormir nos bancos do aeroporto
e finalmente embarcámos, 2h depois do previsto - o Jogo de Gestão Global é que sofre. Ao menos o voo foi calmo e fomos recebidos por uma onda de calor - que saudades! - e pela Catarina, que já tinha chegado umas horas antes. Há apenas um táxi no aeroporto e tentamos negociar o preço, num mix de francês, espanhol e portugês, que niguém, mas ninguém fala inglês. O taxista troca logo o número de telefone comigo e um par de beijinhos - tipos abusados! -, e promete um passeio pela cidade para o dia seguinte mas decidimos mesmo chamar um táxi recomendado pelo nosso American Express e sempre pagámos menos 10€ do que o preço que nos tinham proposto inicialmente. Chegámos a Frascati, a Sintra italiana, e instalámo-nos no palácio do Paulo e do André, os nossos belíssimos anfitriões - OBRIGADA!! Entre sala e quarto do André, lá nos ajeitámos e dormimos de janelas abertas, era tanto o calor que se fazia sentir!
Ponto baixo: atraso de 2 horas do vôo
Ponto alto: a boa recepção dos anfitriões e a óptima temperatura ambiente
Samedi, le 23 juin - FRASCATI - ROMA - FRASCATI
4 horas de sono chegam. Tiveram que chegar. 4 longos banhos fizeram-nos perder o comboio e ganhámos assim tempo para tomar o pequeno almoço - afinal tínhamos quase 1h para preencher! Pedir em Itália é um filme. Quem julgar que os empregados em França são arrogantes desengane-se, em Itália é que parece que nos estão mesmo a fazer um favor e nem se esforçam para compreenderem o que lhes estamos a pedir. Sim, continuam todos sem falar inglês. Estranhamente, segundo os anfitriões, tivémos que mudar de comboio a meio do percurso, e aterrámos em Roma Termini, ponto de partida para a nossa visita turística. Depois de recolhidos os mapas, começámos por visitar uma igreja de tijolos que acumulava funções de terma e centro arqueológico, segundo o mapa, vimos a Praça da República - nunca vi fontes assim, com o fundo tão limpo, apetece mesmo tomar banho!! -, descemos a Via Nazionale - onde tive o meu primeiro encontro imediato com a condução italiana, quando o condutor não parou na passadeira e quase que fui atropelada -, que desemboca na Piazza Venezia, com o "bolo de noiva" ao centro - como sabemos nós isto? Não graças a placards informativos junto dos monumentos, algo desconhecido em Itália. A informação disponível é demasiado reduzida e mais uma vez recorremos constantemente ao nosso guia inseparável. Obrigada também, Fred, pelo maravilhoso roteiro que nos preparaste e que tão útil nos foi!
As primeiras impressões são óptimas. A cidade é cheia de cor, os tons pastel, quentes dos edifícios - vividos, não degradados - lembram cenários de filmes de outros tempos e sinto-me em casa. Parece uma cidade da América do Sul, o clima sem dúvida a ajudar muito, a descontracção das pessoas, o trânsito caótico e completamente desorganizado...tudo parece familiar, tudo transmite uma sensação de segurança e bem estar. Aqui e ali uma fonte que dá imensa vida e de onde se pode sempre beber água - muitas garrafas enchemos nós!-, as cúpulas que se avistam de todos os pontos altos da cidade, os monumentos, imponentes, que remetem para outras épocas. Roma é fantástica.
Visita rápida pelo Forum Romano, Trajano e Campidoglio - onde a Isabel e o Gonçalo negociaram os chapéus que claramente se tornaram símbolo da viagem! -, e após alguns longos minutos na fila, visitámos o Coliseu. Não tinha grandes expectativas por isso até fiquei agradavelmente "surpreendida" apesar de ter que confessar que preferi o Coliseu da Tunísia. O almoço foi em jeito de picnic, com a merenda comprada no supermercado mais próximo, e continuámos para o Palatino, numa busca incessante de locais não indicados e que acabámos mesmo por não encontrar. Enquanto esperávamos pelo André e Paulo - que sem querer, mandei para o Capitólio, desculpem! - fui largamente presenteada por um passáro de espécie desconhecida. Sorte que a casa de banho estava ali mesmo ao lado, e que o calor convidava ao uso de indumentária reduzida pelo que apenas tinha pele para limpar e um pouco de cabelo - não me fiz de rogada e praticamente ocupei todo o espaço masculino, onde quase tomei banho! Prosseguimos para o Circo Massimo, um descampado, onde novamente nos desencontrámos dos nossos anfitriões. Chegados ao rio decidimos voltar para trás para os ir buscar, sob pena de continuarmos ad eternum naquele caça gato rato. Reunido o grupo dos 6, visitámos o Panteão - onde assistimos a um concerto do coro -, passando pelo pelo bairro judeu e várias praças. Um geladinho veio mesmo a calhar, e experimentámos entre todos praticamente todos os sabores existentes! Na Fontana di Trevi deitámos a moedinha da praxe, no meio das centenas de turistas que esperavam a sua vez para se sentarem na borda da fonte, na Piazza Navona ficámos fascinados com as fontes, comércio de rua, homens estátua - há-os por todo o lado! -, artistas de origami e novamente os edifícios, especialmente as varandas de último andar. Já a caminho do jantar, atravessámos uma outra praça com um aquário gigante associado a uma acção de libertação e cheio de chaves. Não percebemos muito bem o funcionamente da coisa, mas pelo sim pelo não levámos cada um uma chave de recordação! :D
Como país latino que é, devíamos ter suspeitado que os horários dos comboios seriam diferentes ao Domingo. "Perdemos" o comboio das 9h, que não existia, e fomos tomar o pequeno almoço ao sítio do costume. Que, apesar de ser o mesmo café, não tinha nada a ver com o dia anterior - a ementa era completamente diferente! Percebemos finalmente que comer na esplanada, apesar de sermos nós a levar os pratos, equivalia a duplicar os preços, e que os italianos têm a mania de simplificar as contas cobrando o primeiro valor que lhes vem à cabeça a todos os presentes, por igual, independemente do que tenham pedido! Nova troca de comboio a meio do percurso, e fomos directamente de metro para o Vaticano, onde chegámos mesmo a tempo de nos juntar à colossal multidão, na majestosa Praça de São Pedro, a ver o Papa discursar! O calor apertava à séria, mas decididos encaminhámo-nos para o Museu do Vaticano, que naquele dia, dia de São Pedro (será?) encerrava especialmente cedo. Por ser o último Domingo do mês a entrada era gratuita e por isso mesmo estranhei não haver fila. Chegámos cerca de dois minutos antes do fecho e corremos o museu de uma ponta à outra, em passo rápido, ficando cada vez mais espantados com a opulência e ostentação de salas e tesouros - na capela Sistina o Gonçalo e a Catarina ainda tiveram a honra de ficar sozinhos na sala para um última fotografia. Arranjar almoço foi tarefa bastante difícil e optámos mesmo por um dos menus que anunciavam na rua e experimentámos a nossa primeira pizza em Itália. De tarde visitámos a Basílica de São Pedro e a Pietá, subimos ao topo da cúpula após cerca de 300 degraus em espiral e apreciámos as vistas. O calor convidava ao gelado e aceitámos o desafio do Fred para experimentar o melhor gelado do mundo na Old Bridge, junto às muralhas do Vaticano. Fresa, Flor di latte e outro sabor que não me lembro foram a minha escolha - confirma-se, são realmente bons, mas agora deixo eu aqui o desafio a quem o quiser aceitar: gelado de nata na Concianata, Avenida de Igreja em Lisboa, é que é o melhor gelado do mundo! O dia já ia longo e ainda tentámos visitar o Castelo ... mas já tinha fechado. Indecisos entre apanhar o autocarro ou ir a pé até à estação dos comboios, optámos pela marcha - "ah, é só um palmo no mapa!" -, e ao fim de uma hora a passo rápido chegámos ao destino, para apanhar o último transporte daquele dia para Frascati - valha-nos o São Pedro que alterou os horários todos! Esperava-nos uma surpresa - boa! Os nossos anfitriões cozinharam e convidaram-nos para uma frascheta, tradição que deu origem ao nome da cidade. Ao que consta, marinheiros e outros comerciantes e viajantes de passagens por aquelas bandas noutros tempos costumavam levar a sua caça/pesca para as tabernas e aí pediam apenas as bebidas. Num grupo bastante internacional, de portugueses, espanhóis e franceses, jantámos muitas iguarias caseiras e pagámos apenas o vinho - que até se bebia bem -, e acabámos a noite quente a experimentar granizado na praça central em amena cavaqueira! Faz lembrar os picnics da Pont des Arts, versão mais civilizada! Viva a Frascheta!!
2 comentários:
Queria ter tempo e paciencia para postar textos deste tamanho. Viva o ICEP!!! ;-)
Ahhh, jogar aos carrinhos de choque, convem ser com carrinhos, pois as motinhas doi mais...
Espectacular! Também quero! Estou nas minhas 2 últimas semanas de Deloitte e o tempo demora muito a passar. Estou farto de esperar pelo início de 3 semanas e meia de férias... Enquanto isso não acontece, vou viajando um pouco com os teus posts!
Muito bom! Thanks!
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