Mardi, le 26 juin - ROMA - FLORENÇA
Apesar do sono curto, o despertador tocou bem cedo. Os banhos tomados na noite anterior para tirar o sal do mar ajudaram a dormir mais uns minutos mas foi ainda com bastante sono que dissémos um último adeus aos milhares de gatos que se avistavam no apartamento da frente da janela da cozinha, pegámos no carro e nos fizémos à estrada. O amanhecer foi menos quente que nos dias anteriores e o céu esbranquiçado anunciava já um dia menos solarengo. A viagem, pontuada apenas por uma paragem na bomba de gasolina e os sonos de quase todos os ocupantes no carro - Gonçalo, obrigada por nos conduzires! -, terminou numa pousada da juventude nos arredores do centro histórico de Florença - um autêntico palácio!! Após uma espera de alguns minutos para que a telefonista desligasse o telefone (e não desligou), fomos atendidos por uma outra colega que se apressou a informar-nos que o check in só se faria daí a umas horas. Deixámos, no entanto, as malas na recepção e após uma rápida mudança de roupa - o ar fresco a isso obrigava! - partimos à descoberta de Florença.
As primeiras gotas de chuva começaram a cair ainda à saída da pousada e acompanharam-nos a maior parte do dia - após os 40º graus e sol de Roma foi um choque! O ambiente estava um pouco carregado, pelo menos para mim que não conseguia deixar de pensar no acidente e em quanto me ia sair o estrago do carro! -, e foi com o passo bem lento que fomos apanhar o autocarro directo Pousada - centro. Optámos por não comprar bilhete, e tivémos mesmo que sair uma estação mais cedo para fugir aos picas que entraram de rompante no nosso bus! Desembarcámos na Piazza San Marco e por aí almoçámos, na esperança que a chuva abrandasse e onde redescobri a minha paixão por gelados - não dos clássicos italianos de bolas mas sim dos tradicionais Olá, ou Algida por aquelas bandas (a título de curiosidade, é impressionante ver como a marca muda de nome pelo mundo! http://pt.wikipedia.org/wiki/Gelados_Ol%C3%A1).
A visita à cidade fez-se de uma forma diferente de Roma - a verdade é que as igrejas têm horários muito estranhos (estão fechadas entre as 12h e as 16h) e é impressionante, mesmo num dia de semana e a chover, a quantidade de turistas!!! Além do mais, começou-se a notar um desfasamento no ritmo dos participantes - eu e a Isabel com fogo no rabo e o Gonçalo e a Catarina a aproveitarem mais a paisagem! Vimos tudo por fora, as igrejas e museus, praças e jardins. A verdade é que sou péssima com nomes, e não estando a 100% concentrada no roteiro e nem mesmo auxiliada por vários mapas consigo reconsituir todo o nosso percurso - ficam os pontos principais, não necessariamente pela ordem escolhida! Passámos pelo Convento e Museo di San Marco e por um Museu muito conhecido ali ao lado, com fila a dar a volta ao quarteirão, e onde se podem ver - como de resto na maior parte dos pontos turísticos da cidade! -, inúmeras estátuas repetindo-se, invariavelmente, a do David. Na Piazza della S. S. Annunziata vimos a fachadas da igreja com o mesmo nome, a do Museu Arqueológico e ainda a de um hotel, bem bonita se estivesse recuperada. Assistimos aos preparativos para a rodagem de um filme de época e continuámos em direcção à Piazza del Duomo, passando por outro Museu de renome onde se podem encontrar muitos dos originais de obras de Florença. Incrível o trabalho de recuperação que estão a fazer, a catedral é verdadeiramente impressionante, assim como as portas do Paraíso, apesar de serem apenas uma réplica. Aliás, pergunto-me, hoje em dia, o que vemos de realmente verdadeiro?! Entrámos na Duomo, onde me faz mais uma vez confusão (aliás, já no Vaticano se encontra esta hipocrisia!) o facto das senhoras não poderem entrar com os ombros à mostra mas os decotes e saias extremamente curtas serem permitidos. Não subimos ao topo da torre onde, segundo consta, existem maravilhosos frescos a retratar verdadeiras orgias! Algures por esta altura fomos abordados por um simpático rapaz que, apesar de tentar disfarçar com rasgados elogios às meninas, não enganou ninguém em como o seu interesse verdadeiro era dirigido ao Gonçalo - o convite era para uma discoteca, fica para uma próxima visita! Já na Praça da República lutámos pelos nossos segundos ao pé da estátuda de David e apreciámos o exterior das Gallerias Uffizio. Passámos por várias ruelas - algumas delas repetidamente! -, pela casa de Dante, por algumas igrejas e pelo Palazzo Medici-Riccardi e Vecchio. A Ponte Vecchio estava cheia de turistas e ao contrário do que muito me avisaram, não impressionou. A estrutura toda em madeira parece frágil, descuidada, e talvez à chuva o ouro não brilhe tanto. Na outra margem vimos novamente palácios e igrejas (por fora, o horário de almoço ainda se prolongava), de onde se destaca o Palazzo Pitti, construído com o intuito de superar o dos Medici mas acabando por ser vendido a estes por falência da família construtora e onde eu e a Isabel ignorámos os avisos do porteiro e entrámos sem pagar. No entanto, a chuva não inspirava a visita aos jardins e a ausência do Gonçalo e Catarina gerou suspeitas, pelo que voltámos para trás e seguimos caminho. O sol deu aqui e ali o ar da sua graça e aproveitámos para fazer mais umas sessões fotográficas.
A procura de restaurante para jantar foi uma verdadeira odisseia - optámos pelo horário inglês e às 18h e pouco já o nosso estômago reclamava. A maior parte dos sítios só servia a partir das 19h, muitos estavam fechados, outros eram demasiado caros ou a ementa não agradava. Havia zonas em que comer parecia impossível pela inexistência de restaurantes!! Após muitas voltas decidimo-nos por um onde comemos bastante bem e apanhámos depois o autocarro de volta à pousada. Dormimos os 4 no mesmo quarto, de beliches, e enquanto eu e a Isabel nos dedicámos a tarefas pessoais o casal foi conhecer os arredores da pousada. A minha noite terminou na internet, pesquisa de alojamento em Palermo e escrita em dia, e cheguei ao quarto já depois das 00h para encontrar todos a dormir profundamente e de luz acesa.
Achei, no geral, que a cidade estava um pouco deixada ao abandono - os edifícios descuidados e mais uma vez pecam pela falta de informação. Fazendo um balanço, o estado de espírito, a chuva e as expectativas demasiado altas fizeram com que a cidade ficasse um pouco aquém daquilo que esperava - fora a imagem pré-concebida de cidade de conto de fadas, arranjandinha e muito tranquila! Felizmente não sou de ficar apenas pela primeira opinião e certamente voltarei a Florença para dar uma nova oportunidade aquela que é a cidade preferida de muitos milhares de pessoas no mundo! Aliás, Itália continua a ser um mundo de portas abertas!
Ponto baixo: chuva e turistas, turistas e chuva
Ponto alto: pousada
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