23/05/2007

VIP BUS - Viena Interesting Place e Budapest Unforgettable Séjour

As pessoas fazem os sítios. Aconteceu-me já várias vezes. Recorro novamente ao meu Erasmus, caso mais ilustrativo desta afirmação. Relembro também muitas das viagens que já fiz, como a inesquecível ao Brasil, por altura do fim de curso, e onde aprofundei a amizade que agora tenho como inabalável com a Fa, a minha melhor amiga e a quem fui fazer uma visita nesta última aventura que é, sem dúvida, a constatação disso mesmo - os sítios são feitos pelas pessoas. E estes não podiam ser, portanto, sítios melhores. Principalmente quando cumplicidade e convergência são as duas palavras de ordem. Dias e noites tão intensos que requeriram mesmo algum tempo para assentar ideias até vir a inspiração para este post. Julgo que está no ponto.


Le 16 mai 2007
Próxima paragem, Viena. Por pouco perdemos o avião - culpa do Ricardo -, e tiveram mesmo que abrir de novo o check in para podermos embarcar. Tanta corrida deu direito a tosse até ao fim da viagem! Fomos recebidos que nem reis, faltou a plaquinha com o nome, mas lá tínhamos táxi e o João Pedro à nossa espera. Era tarde e a fome apertava, deixámos as malas em casa e seguimos para o centro, para a tour Viena by night e o tão desejado jantar/ceia. Explorámos o Quarteirão dos museus, que viria a ser um dos meus sítios preferidos de Viena, e conhecemos os museus de história da arte e história natural, a famosa casa da sisi, as ruínas romanas (que quase é uma ofensa serem chamadas assim!), vimos o prédio mais estreito da cidade, descobrimos a Albertina, com vista para a Ópera, e seguimos para casa. Houve tempo ainda para um primeiro contacto com a rede a estrear da varanda do João Pedro, onde quase que adormecia.



Le 17 mai 2007
Quinta foi um dia difícil. Dífícil porque há mesmo pormenores que se me apagaram da memória. Difícil porque custou acordar cedo. Mas um dia fantástico! Acordou-nos um pequeno-almoço real e tirou-se a barriga de misérias de...torradas! Visitámos o palácio e jardim de férias da Sisi (vivia-se mal) e onde brinquei com um esquilo (gosto muito de esquilos!), revimos a Ópera, passeámos na zona pedonal do centro até à famosa catedral do telhado com telhas de cor. Almoçámos num sítio típico, rodeados de animação de rua, alguma dela bem original, e continuámos para ver a Rathaus, passando por umas galerias com direito a sessões fotográficas (foram várias, aliás). Chegado o ponto alto do dia, sentámo-nos ao solinho de pouca dura no Quarteirão dos Museus, onde escrevi um bonito postal à minha mãe linda, e onde degustámos um bom vinho da região (não era assim tão bom mas soube bem!) até sermos interrompidos pelos chuviscos. O Ricardo descobriu um novo interesse, o backFoot (???), e verdade seja dita, a evolução foi estrondosamente rápida, o rapaz dominou a bolinha altamente maleável de de dimensões tão minúsculas que facilmente se perde de vista! Seguimos para o Prater, "feira popular" onde andámos na roda gigante, à chuva, e fiz festinhas ao pónei com ar triste, e quase que comi algodão doce branco (obrigada Ricardo, por teres ido a correr procurá-lo!). Jantámos no Schweizerhaus, o prato típico da região, joelho de porco, acompanhado de um "óptimo" vinho da casa e de muitos brindes à "Princesa" (agradeço-te, João, por teres feito questão de o tornar público perante todo o restaurante e por várias vezes depois!) e alguns shots de oferta da mesa ao lado! É aqui que começo a ter algumas brancas. Sei que jogámos na casa das máquinas, que me lesionaram o pulso com um golpe severo, e que andei a dar toques na tal bolinha que acabaram por oferecer ao Ricardo. Sei também que andámos os 3 num camelo, aqui as fotos ajudaram bastante. Também me lembro que apareceu um senhor com a carteira do Ricardo, e que o João Pedro correu muito para ir buscar a bolinha que ficou na casa das máquinas. Aqui sei o que me disseram. Apanhámos o metro e andámos perdidos à procura de um bar ou discoteca, com recurso à nossa amiga Tatiana (nada de confusões, era o GPS). Entretanto apanhámos um táxi para o Passage, onde o João Pedro pergunta por alguém que não existe! Continuámos para o Leopold, bar disco no quarteirão dos museus. Aqui a memória dá o ar da sua graça novamente. Dancei até não poder mais durante quase 3h, a maior parte do tempo sozinha, muitas vezes bem acompanhada, e ainda me propus a jogar sozinha, novamente com a bola, no páteo, a saltar de banco em banco. Para terminar a noite em beleza, nada como apanhar um táxi que passa filmes porno.



Le 18 mai 2007

No dia seguinte ainda tivémos tempo de ver mais algumas coisas de Viena. De uma forma geral, a cidade é muito bonita e tem muitas coisas para ver. É muito limpa, demasiado asséptica, mas falta-lhe a componente social, a componente da desorganização que tanto combina com os países latinos. Apanhámos um eléctrico para ir até à casa do Hundertwasser, local que dá bastante cor à cidade, corremos ainda o centro a pé e revimos a casa da Sisi by day. Voltámos também a algumas lojas à procura de souvenirs, e lutando um pouco contra o relógio, seguimos de táxi até à estação de combóios, de onde seguiríamos para Budapeste.
A Fa foi receber-nos à estação, com a housemate, e o primeiro passo foi fazer compras para o jantar. Refeição caseira fantástica, onde o Florent se juntou a nós, mais uma vez fui tratada que nem realeza e nem a loiça me deixaram lavar! Saímos depois para o centro, onde nos encontrámos com vários amigos da Fa, alguns dos quais já conhecia da viagem a Paris. O bar parecia uma garagem mas o ambiente era muito simpático. Após duas vitórias nos matraquilhos, encontrei o Tiago R. por acaso (não totalmente, sabia que ele estava em Budapeste mas não combinámos nada!) e foi altura de pôr alguma conversa em dia. Fomos depois ao BudaBeach, espaço muito interessante, à beira rio e ar livre, com bungalows espalhados na margem e duas pistas de música. A primeira não me interessava e arrastei a Fa comigo para a outra, e a caminho fizémos uma sessão de fotos a duas, à qual rapidamente se juntaram dois italianos muito simpáticos. Conversa puxa conversa e já se falavam de visitas turísticas para o dia seguinte e viagens a Itália. Tivémos ainda direito a vários momentos de confraternização, em volta de duas rodadas de shots, e muita, muita dança pela noite dentro. O fim da noite foi ainda bastante atribulado, quando perdemos o Ricardo e o encontrámos a tentar entrar num táxi. Fica a pergunta no ar, será que ele conseguiria ir ter a casa sem a morada?...Isto para não mencionar os convites estranhos que lhe haviam sido dirigidos momentos antes na casa de banho dos homens...podemos dizer que o Ricardo quis ter contacto com todas as experiências não recomendadas no nosso guia!!



Le 19 mai 2007
Toque de alvorada antecipado graças ao calor que se fazia sentir numa cama de três pessoas... devido ao sol, obviamente! Fica assim ultrapassado o mito do Ricardo na cama com duas mulheres. O Florent acompanhou-nos na nossa jornada daquele dia. Depois de horas a tentar perceber qual o nosso autocarro, começámos pelo monte que se avista da casa da Fa, um dos pontos mais altos da cidade e que nos exigiu um grande esforço físico, óptimo para iniciar o dia!! A vista compensou, era soberba! Almoço num McDonalds muito à frente, e continuámos para outra colina, com a cidadela. Visitámos também a igreja dentro do monte, descemos a encosta e atravessámos a ponte que passava junto a um mercado que já estava fechado, em direcção ao centro onde fizémos algumas compras. Contornámos uma das laterais do majestoso parlamento, inspirado num inglês, e sentámos-nos à beira rio logo a seguir a uma escultura diferente de tributo aos judeus da II Guerra Mundial. O jantar foi de pompa, num restaurante medieval indicado pelo meu housemate Gonçalo, com direito a homens em armadura, duelos de guerreiros e muito animação, onde me atrevi mesmo a comer com as mãos e a provar de tudo o que nos foi posto à frente! A noite era de celebração, o Carlos fazia anos, e reunimo-nos todos num barzinho no centro para cantar os parabéns e para a entrega das prendas de anos, muito originais e nada...constrangedoras!! Revi o meu amigo José Pedro Oliveira, com quem não tive grande oportunidade de falar por ter sido interrompida, e aproveitei o calor da noite cá fora, intercalado com alguns choviscos. Mais uma vez o serão continuou no BudaBeach, mas os grandes passeios diários e as árduas noites longas não permitiram acompanhar o ritmo até altas horas e a pretexto de acompanhar uma amiga que não se sentia muito bem regressei ao palácio da Fa com o Ricardo, para um merecido descanso...a Fa e o Florent não demoraram muito a seguir-nos o exemplo, mesmo assim era já perto das 3h quando finalmente todos nos deitámos.



Le 20 mai 2007
Grande maratona na manhã seguinte. O Florent abandonou-nos e fomos picar o ponto no castelo, noutro sítio com vista fantástica mesmo ao lado, na Ópera (que amei, toda de madeira por dentro e com um ambiente envolvente do melhor, com uma fonte com ruínas romanas afundadas e tochas acesas) e no hotel das termas. Havia um banho previsto no programa mas o relógio não pára, tivémos apenas tempo de voltar a casa, apanhar as malas e correr para o combóio, que apanhámos nos últimos minutos, ainda teve o Ricardo que correr por cima dos carris para garantir que não morríamos esfomeados durante a viagem. O dia esteve óptimo, e assim se manteve para o churrasco em casa do João Pedro, inauguração da época barbecue. Conhecemos alguns dos amigos e vizinhos, vi finalmente a Micas e o Lionel!, comemos à grande e à francesa uma variedade enorme de salsichas, muitos petiscos feitos pelo João Pedro e acabámos por expulsar toda a gente perto das 00h, ainda tudo por arrumar e muito pouco tempo para dormir. Claro que algumas coisas ficaram para trás...


Le 21 mai 2007
Foi duro acordar às 4h am. Pior ainda foi a correria mais uma vez para apanhar o check in aberto!! O taxista aproveitou-se mas o Ricardo recuperou o roubo. Novamente enganada por um taxista já em Paris (a minha sina com estes senhoras não se recomenda) e como não sei reclamar em francês tive que me contentar com o facto de ele não me ter deixado onde lhe pedi e quase ainda mais longe que o aeroporto!! Enfim, agora só consigo rir! O dia de trabalho foi comprido, saí do escritório às 20h, mas ainda resisiti para a corrida de final de dia com o Gonçalo, até ao Trocadero (quisémos subir a Torre Eiffel a pé mas não nos deixaram aquela hora!), e consegui demorar o dobro do tempo previsto (o Gonçalo depois acelerou o passo e separámo-nos) porque me perdi. Há ali uma zona que me confunde, não percebo...


Reflexão:
O balanço da viagem não podia ter sido melhor. Conhecer duas cidades lindíssimas em 4 dias, equilíbrio entre a vida nocturna e diurna, rever amigos - João Pedro, obrigada pelo tratamento Vip; Fa, amei voltar a estar contigo, decididamente temos que nos juntar na próxima aventura internacional, juntas somos inarrêtables (aprendi esta ontem!); aprofundar relações com outros - Ricardo, ainda tenho cenas para colorir, preciso da tua ajuda! Já me deixavas era também falar com as pessoas, não sejas egoísta!! ;) Olha que fui boazinha e não pus a foto do saco...
Pela primeira vez faltam-me as palavras e julgo que não existe aqui espaço para muitos mais desenvolvimentos. A história completa fica para quem a viveu - e se lembra dela!

A pedido do meu amigo José Pedro Oliveira, deixo aqui duas fotos lindíssimas de Budapeste da sua autoria. Obrigada pela recepção!! Vou cobrar companhia na minha próxima visita - fica desde já prometido o regresso a Budapeste, ficou ainda muito por ver!

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