21/08/2007

Copenhagen - Um MUST!

"It's strange to be back and see that everybody speaks danish!" Foi das primeiras frases que ouvi quando entrei no comboio que me ia levar ao centro de Copenhaga, e sorri para mim própria, pois reconheço-me nesta frase. É o que passo a vida a dizer quando vou a Portugal, depois de um longo tempo no estrangeiro! "É estranho que toda a gente me perceba e que eu fale sempre português!" - estarei a tornar-me numa emigrante?


Vendredi, le 17 aôut
O dia começou cedíssimo, com a viagem até ao aeroporto. Apanhei logo um susto enorme quando a senhora no guichet olha para o meu BI e me pergunta, com um sorriso algo arrogante: "Are you travelling with this?", passaram-me mil perguntas pela cabeça "Será que a Dinamarca não faz parte da UE e tenho que viajar com o passaporte, como é que fui tão estúpida, etc.?" mas parece que ela era apenas novata e não estava familiarizada com documentos portugueses. Ao levantar vôo pensei para mim própria: " Agora que me vou embora é que fica um dia fantástico em Paris?" mas consta que foi sol de pouca dura. Até mesmo que apanhei melhor tempo em Copenhaga do que se tivesse ficado em Paris! Cheguei ao centro à hora de almoço e depois de deixar a mala no cacifo e de uma breve passagem pelo posto de turismo e recolha de muitos mapas e informação, foi isso mesmo que fui fazer. Seguindo a parte inicial do percurso recomendado pelo André, fui até à praça da Câmara do Comércio e almocei num KFC enquanto estudava toda a informação que tinha trazido comigo - naquela tarde estava por minha conta. Programei percursos, escolhi sítios a visitar, e contemplei algumas curiosidades como o facto e ser a 2ª cidade com mais bicicletas da Europa e por isso mesmo os táxis estarem preparados para as transportar nas traseiras, ou ainda o facto das mulheres se entarem à frente quando entram no táxi! As primeiras impressões são fantásticas, andava mesmo com vontade de viajar e a cidade é muito acolhedora, um misto de Bélgica e Holanda, banhada por canais repletos de veleiros, e mar, casas muito baixas, coloridas e quase sempre estreitas! Comecei então pelo National Museet, que é gratuito e bastante interessante, e atravessei a zona do parlamento e ministérios, que desemboca junto de um canal e da bolsa com a sua torre de 4 lagartos entrelaçados, representando a união dos 4 países escandinavos, como me explicaria o André mais tarde. Fui até à praça que atravessa a maior rua pedonal da Europa, a Strodet, e espreitei uma antiga igreja agora transformada em museu. O meu percurso terminava na praça Kong, com dezenas de esferas transparentes espalhadas e sentei-me depois em Nyhavn, à beira do canal, a ler um livro e a apanhar sol enquanto fazia tempo. O André atrasou-se mas como excelente anfitrião que foi durante toda a minha estadia, pediu ao Vitor para me ir receber e foi com ele que tomei um chá quente, enrolada numa manta, na esplanada à beira rio e ao som de uma óptima conversa! O André não tardou e fui depois com ele fazer compras para o nosso jantar, enquanto me ia apresentando um pouco da cidade. Para a ementa optámos por um arroz com camarões em leite de côco, mais uma vez alguém que não gosta de côco se deixou tentar por este prato fácil e rápido! O quarto do André é óptimo, todo branco, imensa luz, janelas gigantes! Pena ele ter que mudar até ao final do mês...Contrariando a tendência geral dos amigos do André e da própria cidade, que estava muito calminha, saímos à rua e enfrentámos o vento gelado que se fazia sentir - e eu que fui "enganada" e disseram-me para não levar roupa quente! :D

Começámos por passar em casa da Teresa, C10 no ICEP, e da Susana, C2 que adorou tanto a cidade que fez tudo o que pôde para lá voltar, e ficámos um pouco à conversa - a Susana estava adoentada e iam ficar por casa a ver um filme. O Luís apareceu pouco tempo depois e deixámos o colchão onde ia dormir naquela noite no porta bagagens do carro dele. Seguimos para o centro, pelas ruas pedonais e animadas com as poucas pessoas que se viam na rua (muito bebem os dinamarqueses, diz-se que saem do trabalho na 6ª directamente para os bares e para umas cervejas!) e escolhemos um bar café muito simpático! A noite não prometia prolongamento e fiquei-me pelo chá, enquanto o André e o Luís preferiram a cerveja. O Arnault e o amigo, conhecimentos franceses de passagem por aquelas bandas, juntaram-se-nos mais tarde e estivémos em animada cavaqueira até perto das 2h, hora em que o bar fechou e fomos cada um para seu lado, eles para dormirem no carro e seguirem viagem até Paris no dia seguinte, depois de uma roadtrip de 3 semaans pela escandinávia, e nós para aproveitarmos a boleia do Luís e transportarmos o colchão - por sinal dormi muito bem! Ah, pequeno pormenor importantíssimo! O Ricardo deveria ter-me acompanhado nesta aventura mas, e como há sempre uma primeira vezs (no caso dele, acho que foi mesmo uma segunda!) perdeu o avião!! Acho que acabaram as correrias durante uns tempos!

Samedi, le 18 aôut
Acordámos cedinho e depois de um pequeno almoço reforçado de chá e torradas, mordomias de ser muito bem recebida, fomos explorar a cidade num lindo dia de sol - apesar de ter choviscado à saída de casa, o tempo lá é ainda mais volátil que em Paris! Começámos por passar junto das casas mais antigas da cidade, laranjas cor de tijolo, e atravessámos o Kastelet, com lagos e patos, até chegarmos à pequena Sereia, o símbolo da cidade associado a um dos contos do Hans Christian Andersen e a desilusão para quase toda a gente que a vê...faz lembrar o Maneken Pis em Bruxelas, de tão pequeno que é não se percebe o aparato que se faz à volta dele! Voltámos ao Kastelet, desta vez para entrar dentro dos portões e apreciar um ensaio militar, e saímos do outro lado, junto a um lago tão transparente que até se via o fundo! Continuámos até à praça à volta da qual estão as residências da rainha - a senhora, por sinal, estava por lá, uma vez que a bandeira estava hasteada - e caminhámos depois junto à água, com vista para a Ópera, edifício magnífico, e para o novo teatro, ainda em construção. O Ricardo, que apanhou o primeiro vôo do dia seguinte, estava a chegar, e apressámos o passo sem deixar de passar pela zona do Parlamento e da biblioteca nacional, onde me deliciei com os patinhos bebés na zona antiga, e com o Black Diamond, extensão de edifício muito bem conseguida da biblioteca e com vista para a água! Encontrámos o Ricardo na estação central e o André foi mais uma vez impecável e, por ter que ir a casa, levou as coisas do Ricardo. Assumi o papel de guia, já me sentia muito à vontade na cidade, e refiz parte do percurso da manhã - biblioteca, onde desta vez entrámos, e praça junto à zona do parlamento, onde almoçámos no MacDonalds. Uma pequena nota, não achei os preços muito diferentes, à excepção dos restaurantes. Tanto alojamento, como alimentação e serviços básicos estão muito nivelados com Paris. Aproveitando o bom tempo, decidimos fazer a viagem de barco, com início em Nyhavn, e adorámos! Com muita pena nossa não ficámos a aproveitar o solinho no Beach Club mas era um bilhete só com direito a uma saída definitiva, pelo que ficámos junto da Ópera. Dali explorámos a ilha Christiana, supostamente território independente da Dinamarca, onde os habitantes, autênticos rebeldes e consumidores de droga e afins não pagam impostos. Tivémos direito a grandes brincadeiras num barco abandonado num jardim, e bebemos uns aperitivos num bar muito relax, logo a seguir à feira hippie e exposição sobre o Tibete onde, simpaticamente, pediam esmolas para tudo e mais alguma coisa! Saímos daquela zona pela entrada que nos dizia "Welcome to the European Union", em jeito de graça! Infelizmente, não podíamos tirar fotos, mensagem sempre relembrada através de grandes desenhos nas paredes! A viagem continuou até à igreja daquela margem, onde subimos até mesmo lá a cima, de onde apreciámos uma vista privilegiada sobre toda a cidade, acompanhada pelo começo de uma chuva passageira...voltámos a passar na zona da bolsa e do parlamento, e seguimos pelo zona velha da cidade até darmos com o restaurante, sem querer, onde íamos jantar com o André, Susana, Teresa e Luís! O sítio era óptimo, justificou a espera, Workshop, tailandês mas o dia todo a andar e uma conversa que não puxou muito por mim - muito interessante mas que me obrigava a pensar um pouco quando estava exausta - condenaram a minha saída e pedi a chave ao André paar ir andando para casa. O caminho foi uma aventura, apesar de já me orientar muito bem na cidade, à noite fica um pouco diferente e meti conversa com mais de metade das pessoas com quem me cruzei à procura do caminho certo, mas missão cumprida e consegui chegar antes do André e Ricardo, que pelos vistos não ficaram muito mais tempo no bar!

Dimanche, le 19 aôut
Mais um madrugar, começámos o dia com novo mega pequeno almoço para enfrentar o Statens Museum for Kunst, muito bom, outro exemplo de óptima junção novo - antigo! O André voltou depois para casa e fui mostrar o Kastelet ao Ricardo. Visitámos o museu de Design, muito interessante, e entrámos na igreja onde são realizados os eventos reais, à entrada da praça das residências da rainha. Após uma longa pausa by the water a gozar o sol e a conversar, fomos almoçar à praça a meio da Strodet, enrolada numa manta que, apesar do sol, estava bem fresco! À tarde fomos até aos jardins do castelo, onde nos deitámos um pouco, e terminámos o dia super atrasados para encontrar o André à porta do Tivoli, que acabou por ir para casa. À chegada, e contrariando as regras dos muito cumpridores dinamarqueses, íamos sendo atropelados quando atravessámos com um vermelho e fora da passadeira...fiquei toda a tremer!!...Esta foi a minha grande desilusão, pensei encontrar uns magníficos jardins e deparei-me com um espaço em si engraçado, não haja dúvida, mas apenas uma feira popular!! A cowparade andava um pouco por todo o lado e também ali encontrámos alguns exemplares bem engraçados! Andámos na montanha russa, depois de uma odisseia entre cacifos e máquinas de bilhetes, e jantámos antes de ir para casa, onde o Ricardo ainda fez a barba e arrumámos tudo para dormir cerca de 4h!

Lundi, le 19 aôut
Madrugada às 4h30, seguir trajecto traçado pelo André à risca a apanhar o avião sem pressas! Saímos de um dia bonito para um clima tropical, muita chuva, nuvens e frio em Paris! Balanço mega positivo, cidade altamente recomendada - nesta altura do ano, porque dias curtos e muito frio não combinam comigo, e claro, em boa comoanhia, como foram a do Ricardo e do nosso anfitrião!

NOTA: Este foi o POST Nº100! - nenhum número seria melhor para reabrir o ciclo de viagens!!!

1 comentário:

Joao Pedro disse...

com esta minha visita ao teu blog, ficam exactamente 84 visitas por Post!!
metade devem ser minhas!!

beijinhos e boa epoca de viagens!